16 Março 2021
O Papa ordena uma “visita canônica” ao dicastério antes de nomear seu sucessor.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 15-03-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Não passou nem um mês. O cardeal Robert Sarah deixou a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, sem que o papa nomeasse um sucessor. Hoje iniciou a “visita canônica” ao dicastério, encarregada pelo papa a Claudio Maniago, presidente da Comissão Litúrgica da Conferência Episcopal Italiana.
O prelado foi um dos principais adversários da doutrina ultraconservadora implementada pelo guineense durante estes últimos anos, em particular no referente à aproximação aos lefebvrianos e nas questões sobre missas em latim e ad orientem, de costas para o povo.
Uma decisão que corre em paralelo à “expulsão” das missas sob o rito extraordinário que vinham sendo celebradas na Basílica de São Pedro, e que desde hoje passam à capela Clementina, depois de uma carta enviada pela Secretaria de Estado que foi duramente contestada por – como não – cardeal Raymond Burke, um dos intolerantes ‘dubia’ anti-Bergoglio.
Segundo o portal tradicionalista francês Riposte catholique, o Papa teria encomendado uma investigação para analisar e supervisionar o trabalho realizado por Sarah à frente da Liturgia do Vaticano, antes de nomear seu substituto. O objetivo da visita é supervisionar os trabalhos do dicastério, um dos centros de poder do Vaticano e que, nos últimos anos, foi um celeiro de atitudes contrárias às reformas implementadas por Bergoglio.
Em declarações ao The Tablet, o secretário da congregação, Arthur Roche, negou que se tratasse de uma visita canônica, mas sim “consultiva”, a fim de aconselhar e avaliar o trabalho antes de o Papa nomear o novo chefe do dicastério.
“Neste caso, a ideia é conhecer as necessidades da paróquia, a situação atual, bem como ter em conta a sua direção futura”, disse Roche. Maniago, da CEI, foi um dos responsáveis pela tradução do missal romano, no qual – como adiantou RD com exclusividade – foi possível continuar com a fórmula “por todos” para a consagração, em vez de “por muitos”, como levantado pela reforma patrocinada por Sarah, que foi bem-sucedida em outros países. Como, por exemplo, na Espanha.
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A Santa Sé fiscaliza o trabalho de Sarah frente ao Culto Divino - Instituto Humanitas Unisinos - IHU