O Papa pede "responsabilidade e discernimento" para o uso ético da Inteligência Artificial

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11 Julho 2025

  • Mensagem por ocasião do 160º aniversário da fundação da União Internacional das Telecomunicações (UIT)
  • A humanidade encontra-se numa encruzilhada, diante do imenso potencial gerado pela revolução digital impulsionada pela Inteligência Artificial. O impacto dessa revolução é abrangente, transformando áreas como educação, trabalho, arte, saúde, governança, forças armadas e comunicações.
  • "Embora a responsabilidade pelo uso ético dos sistemas de IA comece com aqueles que os desenvolvem, gerenciam e supervisionam, aqueles que os usam também compartilham essa responsabilidade" e exige uma gestão ética apropriada e estruturas regulatórias centradas no ser humano, "que vão além de meros critérios de utilidade ou eficiência".

A reportagem é publicada por Religión Digital, 10-07-2025.

Leão XIV afirmou nesta quinta-feira que cerca de 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso às tecnologias de comunicação, em uma mensagem enviada aos participantes da Cúpula AI for Good 2025, organizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), em colaboração com outras agências da ONU e co-organizada pelo Governo suíço.

Como esta cúpula coincide com o 160º aniversário da fundação da UIT, o Papa quis parabenizar a organização por "conectar a família humana por meio de telégrafo, rádio, telefone, comunicações digitais e espaciais", um desafio que "apresenta desafios, especialmente em áreas rurais e de baixa renda, onde aproximadamente 2,6 bilhões de pessoas ainda não têm acesso às tecnologias de comunicação".

IA e os desafios da Igreja

"A humanidade encontra-se numa encruzilhada, perante o imenso potencial gerado pela revolução digital impulsionada pela Inteligência Artificial. O impacto desta revolução é abrangente, transformando áreas como a educação, o trabalho, a arte, a saúde, a governação, o setor militar e a comunicação", afirmou o pontífice na mensagem, assinada em seu nome pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin.

Trata-se de "uma transformação histórica que exige responsabilidade e discernimento para garantir que a IA seja desenvolvida e utilizada para o bem comum, construindo pontes de diálogo, fomentando a fraternidade e garantindo que sirva aos interesses da humanidade como um todo".

"À medida que a IA se torna capaz de se adaptar autonomamente a muitas situações através de decisões puramente técnicas e algorítmicas, é fundamental considerar", acrescentou, "que, embora possa simular aspetos do raciocínio humano e executar tarefas específicas com incrível rapidez e eficiência, não consegue replicar o discernimento moral nem a capacidade de formar relacionamentos genuínos".

Portanto, ele conclui que o desenvolvimento desses avanços tecnológicos "deve andar de mãos dadas com o respeito pelos valores humanos e sociais, a capacidade de julgar com a consciência tranquila e o crescimento da responsabilidade humana. Não é por acaso que esta era de profunda inovação levou muitos a refletir sobre o que significa ser humano e sobre o papel da humanidade no mundo", acrescenta.

Para o Papa, "embora a responsabilidade pelo uso ético dos sistemas de IA comece com aqueles que os desenvolvem, gerenciam e supervisionam, aqueles que os usam também compartilham essa responsabilidade" e exigem uma gestão ética e marcos regulatórios adequados, centrados na pessoa humana, "que vão além de meros critérios de utilidade ou eficiência".

Tudo isso contribui "para promover uma ordem social mais humana e sociedades pacíficas e justas a serviço do desenvolvimento integral do ser humano e do bem da família humana", conclui.

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