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A longa marcha rumo a um futuro sustentável. Diálogo entre Gaël Giraud e Carlo Petrini

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19 Mai 2023

O jornal La Repubblica, 17-05-2023, publicou um trecho do livro-diálogo “Il gusto di cambiare” [O gosto de mudar], entre o fundador do Slow Food, Carlo Petrini, e o economista e jesuíta francês Gaël Giraud sobre o horizonte que nos espera, se quisermos salvar o planeta.

A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o diálogo.

Carlo Petrini – Estamos no limiar de um novo período histórico, que não durará alguns anos ou algumas décadas. Será um processo longo, que levará a uma mudança comparável à da revolução industrial. Não se trata de passar de comportamentos “ruins” para comportamentos “bons”. Aqui se trata de mudar de modelo social, de abraçar um novo paradigma econômico, de modificar radicalmente os pressupostos e as razões do nosso viver.

A revolução industrial durou mais de um século – da segunda metade do século XVIII ao fim do século XIX – e assentou suas bases em um processo de evolução econômica e de industrialização que transformou realidades agrícolas, artesanais e comerciais em sistemas caracterizados pelo uso generalizado de máquinas acionadas por energia mecânica e pelo recurso a novas fontes inanimadas (principalmente combustíveis fósseis); tudo favorecido por um forte componente de inovação tecnológica.

A humanidade pôde desfrutar de uma significativa melhoria das condições de bem-estar, saúde e educação graças a essa mudança de época. Mas, para transformar e produzir, a revolução industrial se baseava em um mito: a infinidade dos recursos da Terra. Um mito que hoje foi aos pedaços, porque chegamos a um ponto de não retorno. A empreitada é árdua, mas uma sociedade civil consciente pode conseguir.

Gaël Giraud – O mais importante é compreender que a alternativa não é o business as usual. A alternativa é um desastre de nível mundial. Isto não surge no debate público, mas já hoje nos ambientes científicos se fala da possível extinção da humanidade no próximo século. Suponhamos que continuemos nos comportando como fizemos até agora. Da Sibéria oriental e do Oceano Ártico, vem a confirmação de que o processo de liberação de metano do permafrost, o solo que deveria estar permanentemente congelado, começou em grande escala. Isso significa que deveremos enfrentar um aumento das temperaturas de 6 a 7 graus Celsius no fim deste século, e, no fim do próximo, o aumento será de dois dígitos. Isso significaria que estamos nos aproximando perigosamente da extinção da humanidade.

Um exemplo? Quanto maior a temperatura, menor será a disponibilidade de água. Hoje já está claro para todos que a falta de água é um problema muito grave para a Itália. Segundo o Wei-World Engagement Institute estadunidense, em 2040, se não intervirmos, o mundo experimentará uma diminuição da disponibilidade de água de cerca de 20% em comparação com os dias de hoje. Enquanto isso, aumentarão a frequência e a severidade de eventos extremos, como tufões, inundações, desertificação. Diante desse provável desastre, não podemos fechar os olhos.

Divulgação | Livro O gosto de mudar: a transição ecológica como caminho para a felicidade

Carlo Petrini – Neste ponto, é bom sublinhar uma das palavras-chave do nosso raciocínio: sustentabilidade. Sustentável tem a mesma raiz de sustain, palavra inglesa que indica o pedal direito do piano, que prolonga a ressonância da nota. Os franceses o traduzem como indurable. O termo contém a ideia de que as ações que realizamos devem ter como resultado uma duração que persiste, uma duração longa.

Pelo contrário, a busca cega de uma lógica capitalista, inserida na corrida rumo à globalização dos últimos 70 anos, teve entre seus inúmeros efeitos a formação de modelos econômicos e produtivos insustentáveis por serem de curta duração. Mas aqueles que, como nos ensinam os nossos primos franceses, traduzem a palavra “sustentabilidade” como “durabilidade” são capazes de reconhecer a olho nu como nas últimas décadas a nossa sociedade empobreceu dramaticamente.

Com a industrialização e o uso indiscriminado dos recursos naturais, provocamos, como em um efeito dominó, uma crise climático-ambiental e uma perda galopante de biodiversidade que não têm precedentes na história e que ameaçam a nossa própria sobrevivência. Como afirmou Gaël Giraud, estamos imersos em uma dinâmica socioeconômica suicida. E temos que sair disso.

É preciso, portanto, percorrer uma nova estrada. Mas mudanças desse porte não ocorrem com a varinha mágica. Precisam de um período de crescimento e de conscientização e, portanto, do envolvimento das comunidades. Quanto tempo vai durar essa fase? Quanto tempo vai durar todo o processo? Já disse antes: não sabemos, ninguém sabe. Vai durar o quanto deve durar. O certo é que o caminho já começou, um povo se pôs em movimento, movido sobretudo pelo protesto de tantos jovens que reivindicam seu direito a viverem em um ambiente saudável.

Gaël Giraud – Quero dar um exemplo pessoal. Há algum tempo, carrego comigo uma ansiedade muito concreta. Sou perseguido pela ideia de que, em 2040, o Mont Blanc estará completamente árido no verão, sem mais geleiras. Assim como não suporto o pensamento do desaparecimento das abelhas e dos peixes, e os sofrimentos causados pela falta de acesso à água potável, de que se falava antes.

Tomemos outro ponto de observação, o demográfico. Daqui até 2050, a África subsaariana será responsável por 57% do crescimento demográfico global, de modo que cerca de 23% da população mundial será subsaariana em comparação com os 15% atuais e os 10% de 1990. A cota da população global da União Europeia, que hoje gira em torno de 6%, cairá para 4% nas próximas três décadas.

Decorre disso que, daqui a 30 anos, cerca de 2,3 bilhões de pessoas viverão na África subsaariana, em comparação com o atual 1,1 bilhão. Altas taxas de fertilidade e melhores expectativas de vida sustentam um ritmo extraordinário de crescimento demográfico, que produzirá um drástico aumento na demanda por serviços sociais em países caracterizados por altas taxas de pobreza e de desigualdade econômica.

Por outro lado, o contínuo aquecimento global, com o aumento das temperaturas e dos índices de umidade, tornará inabitáveis algumas regiões do mundo: a África subsaariana que mencionamos, mas também a Amazônia, a América Central e a costa sudeste do Estados Unidos, partes da China e da Índia, e boa parte do Sudeste Asiático. Todas essas áreas são já densamente povoadas e têm taxas demográficas crescentes.

Devemos refletir sobre as consequências de uma migração em massa, com números que poderiam chegar a um bilhão de africanos (principalmente jovens) rumo à Europa. Porque não existe nenhuma chance de que as políticas de defesa das fronteiras dos partidos políticos de direita tenham sucesso. É preciso implementar uma estratégia, e, como defende Carlo Petrini, a transição ecológica e social é hoje o caminho possível. A única que pode nos aliviar da ansiedade de ter de enfrentar problemas enormes, sem ter os instrumentos para isso.

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