23 Fevereiro 2023
No dia 2 de fevereiro, durante sua Viagem Apostólica à República Democrática do Congo, o Papa Francisco se reuniu com 82 jesuítas que trabalham no país, liderados pelo provincial Pe. Rigobert Kyungu. Entre eles, estava também dom Donat Bafuidinsoni, bispo jesuíta de Inongo.
A reunião aconteceu em Kinshasa, na Nunciatura, às 18h30, após retornar do encontro de oração com padres, diáconos, consagrados, consagradas e seminaristas na Catedral de “Notre Dame du Congo”. Depois de uma apresentação da Província, realizada pelo Pe. Kyungu, abriu-se um espaço para as perguntas dos presentes.
A compilação dos diálogos é de Antonio Spadaro, publicada por La Civiltà Cattolica, 16-02-2023. A tradução é do Cepat.
Santo Padre, a Companhia de Jesus recebe a sua missão do Papa. Qual é a missão que o senhor atribui à Companhia hoje?
Estou de acordo com as Preferências Apostólicas Universais que a Companhia elaborou. Elas consistem, em primeiro lugar, em mostrar o caminho para Deus através dos Exercícios Espirituais e do discernimento.
A segunda é a missão de reconciliação e justiça, que deve ser realizada caminhando ao lado dos pobres, dos excluídos, daqueles cuja dignidade está ferida. E depois os jovens: devemos acompanhá-los para criar o futuro. Por isso, é preciso colaborar no cuidado da casa comum, no espírito da Laudato si'.
Eu as aprovei, e agora os jesuítas devem encarná-las em cada realidade local específica, da forma mais adequada e apropriada possível, não de forma teórica e abstrata. Devem ser aplicadas aqui, no Congo.
Evidentemente, aqui, está claro que o tema do conflito, das lutas entre facções, é muito forte. Mas abramos os olhos para o mundo: o mundo inteiro está em guerra! A Síria está em guerra há 12 anos, e depois o Iêmen, Mianmar, com o drama rohingya. Também há tensões e conflitos na América Latina. E,depois, esta guerra na Ucrânia.
O mundo inteiro está em guerra, vamos nos lembrar bem disso. Contudo, eu me pergunto: a humanidade terá a coragem, a força e, inclusive, a oportunidade de retroceder? Segue-se adiante, adiante, adiante rumo ao abismo. Não sei. É uma pergunta que me faço. Lamento em dizer isso, mas estou um pouco pessimista.
Hoje, parece que o principal problema é a produção de armas. Ainda há muita fome no mundo e continuamos fabricando armas. É difícil sair desta catástrofe. E sem falar das armas atômicas! Continuo acreditando em um trabalho de persuasão. Nós, cristãos, devemos rezar muito: “Senhor, tem piedade de nós!”.
Estou surpreso, nesses dias, com os relatos de violência. De forma especial, chama-me a atenção a crueldade. As notícias que recebemos das guerras no mundo falam de uma crueldade até difícil de pensar. Não apenas matam, mas matam com crueldade. Para mim, isso é algo novo. Isso me faz pensar. As notícias da Ucrânia nos falam de crueldade. E, aqui, no Congo, ouvimos isto dos depoimentos diretos das vítimas.
O senhor tem um bom relacionamento com o Patriarca Bartolomeu. Como a Igreja se prepara para 2025, ano em que será celebrado o 1700º aniversário do Primeiro Concílio de Niceia?
Aproveito sua pergunta para lembrar um grande teólogo ortodoxo falecido hoje, Ioannis Zizioulas, que foi Metropolita de Pérgamo. Veio ao Vaticano para apresentar minha encíclica Laudato si'. Era um especialista em escatologia. Certa vez, perguntaram a ele quando haveria unidade cristã. Ele respondeu, com saudável realismo e talvez até com uma sutil ironia: “No fim dos tempos!”. Lembremo-nos dele em nossas orações.
Sim, estamos preparando um encontro para 2025. Queremos chegar a um acordo com o Patriarca Bartolomeu sobre a data da Páscoa, que justamente coincide nesse ano. Vamos ver se chegamos a um acordo para o futuro. E queremos celebrar este Concílio como irmãos. Estamos nos preparando para isso. Pensem que Bartolomeu foi o primeiro Patriarca que compareceu à inauguração do ministério de um Papa, depois de tantos séculos!
Como jesuíta professor, o senhor jurou não buscar posições de autoridade na Igreja. O que o levou a aceitar o episcopado, depois, o cardinalato e, então, o papado?
Quando fiz esse voto, eu o levei a sério. Quando me propuseram ser bispo auxiliar de San Miguel, não aceitei. Depois, pediram-me que eu fosse bispo de uma região do norte da Argentina, na província de Corrientes. O núncio, para me encorajar a aceitar, disse-me que havia ali ruínas do passado jesuíta. Eu lhe respondi que não queria ser guardião das ruínas e recusei. Recusei esses dois pedidos por causa do voto que fiz.
Na terceira vez, veio o núncio, mas já com a autorização assinada pelo Superior Geral, o Pe. Kolvenbach, que havia concordado que eu aceitasse. Era para ser auxiliar em Buenos Aires. Então, aceitei em espírito de obediência. Depois, nomearam-me arcebispo coadjutor da minha cidade e, em 2001, cardeal.
No último conclave, vim com uma bolsa pequena, para retornar imediatamente à diocese, mas tive que ficar. Acredito na singularidade jesuíta deste voto e fiz tudo o que era possível para não aceitar o episcopado.
Santo Padre, a bacia do Congo, segundo pulmão verde do Planeta, depois da Amazônia, está ameaçada pelo desmatamento, a poluição e a exploração intensiva e ilegal dos recursos naturais. O senhor considera que, nesta região, é possível realizar um Sínodo como o da Amazônia?
O Sínodo da Amazônia foi exemplar. Nele, falou-se de quatro “sonhos”: social, cultural, ecológico e eclesial. Também se aplicam à Bacia do Congo: há uma semelhança. O equilíbrio planetário também depende da saúde do bioma da Amazônia e do Congo.
Não haverá Sínodo sobre o Congo, mas, sem dúvida, seria bom que a Conferência Episcopal se comprometesse sinodalmente em nível local. Com os mesmos critérios, mas para avançar em um discurso mais conectado com a realidade do país.
Fala-se de sua possível renúncia. Realmente, pretende deixar o ministério petrino? E o Geral da Companhia, em sua opinião, deveria permanecer no cargo por toda a vida?
Olha, é verdade que escrevi a minha renúncia dois meses após as eleições e entreguei esta carta ao cardeal Bertone. Não sei onde está a carta. Fiz isto para o caso de ter um problema de saúde que me impeça de exercer meu ministério e não esteja plenamente consciente para renunciar. No entanto, de forma alguma, isso significa que a renúncia dos papas deva se tornar algo como uma “moda”, algo normal.
Bento teve a coragem de renunciar porque não queria seguir em frente por causa de sua saúde. Isso não está na minha agenda, no momento. Creio que o ministério do papa é ad vitam. Não vejo razão alguma para que não seja assim. Considerem que o ministério dos grandes patriarcas é sempre vitalício. E a tradição histórica é importante. Se, ao contrário, fôssemos dar importância às “fofocas”, então, teríamos que mudar de Papa a cada seis meses!
Sobre a Companhia de Jesus: sim, nisto sou “conservador”. Deve ser para a vida toda. Mas, obviamente, surge a mesma pergunta que concerne ao papa. O Pe. Kolvenbach e o Pe. Nicolás, os dois últimos Padres Gerais, renunciaram por motivos de saúde. Parece-me importante recordar, além disso, que uma das razões de o generalato na Companhia ser para a vida toda está em evitar cálculos eleitorais, as facções, as fofocas...
O que o alegra da inculturação congolesa e, especialmente, do rito congolês? No Vaticano, o senhor celebrou duas vezes neste rito. E a terceira vez foi aqui. Parece gostar muito. Depois, gostaria de fazer uma pergunta sobre a imagem da Igreja como hospital. Como pode nos explicá-la?
Gosto do rito congolês porque é uma obra de arte, uma obra-prima litúrgica e poética. Foi constituído com sentido eclesial e sentido estético. Não se trata de uma adaptação, mas de uma realidade poética, criativa, com sentido e adaptada à realidade congolesa. Então, sim, eu gosto e me traz alegria.
A Igreja como hospital de campanha. Para mim, a Igreja tem a vocação do hospital, do serviço para o cuidado, a cura e a vida. Uma das coisas mais feias na Igreja é o autoritarismo, que é, aliás, um espelho da sociedade ferida pela mundanidade e pela corrupção. A vocação da Igreja é voltada para as pessoas feridas. Hoje, esta imagem é ainda mais válida, levando em conta o cenário de guerras que estamos vivendo. A Igreja deve ser um hospital que vai até as pessoas que estão feridas.
A Igreja não é uma multinacional da espiritualidade. Olhem para os santos! Sanar, curar as feridas do mundo! Sirvam as pessoas! A palavra “servir” é muito inaciana. “Em tudo amar e servir” é o lema inaciano. Eu quero uma Igreja de serviço.
O senhor quis contar com bispos jesuítas. Entre nós, há um jesuíta chamado ao episcopado. O que você espera deles?
A escolha de um jesuíta como bispo depende exclusivamente das necessidades da Igreja. Acredito em nosso voto de que os jesuítas não devem ser bispos, mas se serve ao bem da Igreja, então, prevalece este último bem.
Digo a você a verdade: quando o Geral ou os provinciais sabem que está sendo pensado em tornar um jesuíta bispo, eles intervêm e sabem “defender” a Companhia. Contudo, depois, caso se decide que é necessário, isto acontece.
Outras vezes, e penso em um caso concreto, se o primeiro da terna é um jesuíta, mas depois há um segundo que pode atuar igualmente bem, então, escolhe-se o segundo da terna. Acredito no voto, mas as necessidades da Igreja prevalecem.
Quais são suas maiores consolações e quais são suas maiores desolações?
A maior consolação é quando vejo gente simples que acredita. Isso me faz bem. A minha consolação é o povo fiel de Deus, pecador, mas crente. Fazem-me sentir desolação, ao contrário, as elites, os pecadores e os não crentes. Que os padres sejam pastores do povo e não monsieur l'Abbé, nem “clérigos de Estado”.
Em alguns países, existem acordos entre o Estado e a Igreja. Receio que isso dê um grande poder aos bispos. Qual é a sua opinião a esse respeito?
Muitas vezes, diz respeito às relações entre o Estado da Cidade do Vaticano e diversos países. O sentido desses acordos é ajudar a Igreja a avançar e não, é claro, acobertar a mundanidade eclesiástica. Precisamos de segurança para o ensinamento, os ministérios, a livre pregação do Evangelho. O objetivo, portanto, não é proteger outros interesses. O acordo deve ser de serviço, não mundano.
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O encontro encerrou com uma foto de todos juntos e a entrega de alguns presentes ao Santo Padre, que se despediu de cada um dos presentes.
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Durante sua viagem apostólica ao Sudão do Sul, no dia 4 de fevereiro, por volta das 11h15, o Papa Francisco teve um encontro, em Juba, com os 11 jesuítas que trabalham no país e com o Pe. Kizito Kiyimba, superior da Província da África Oriental, que inclui Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, Uganda, Quênia e Tanzânia. Francisco havia acabado de retornar da Catedral de Santa Teresa, onde havia se reunido com bispos, padres, diáconos, consagrados, consagradas e seminaristas.
O Provincial apresentou as atividades da Companhia no país e na Província. Na sequência, cada um dos participantes se apresentou brevemente. Então, vieram as perguntas.
Santo Padre, a fé se move para o sul. O dinheiro, não. Tem algum medo, alguma esperança?
Se não se tem esperança, pode fechar a porta e sair! Meu medo, por outro lado, tem a ver com a generalização da cultura pagã. Os valores pagãos hoje contam cada vez mais: dinheiro, reputação, poder. Devemos estar conscientes de que o mundo se move em uma cultura pagã que tem seus próprios ídolos e deuses. O dinheiro, o poder e a fama são coisas que Santo Inácio aponta em seus Exercícios Espirituais como os pecados fundamentais.
A opção de Santo Inácio pela pobreza, a ponto de pedir aos professos para fazer um voto especial, é uma opção contra o paganismo, contra o deus dinheiro. Hoje, a nossa é também uma cultura pagã de guerra, onde o que conta é quantas armas você tem. São todas formas de paganismo.
Mas, por favor, não sejamos tão ingênuos de pensar que a cultura cristã é a cultura de um partido unido, onde todos agrupados fazem a força. Então, a Igreja se tornaria um partido. Não! A cultura cristã é a capacidade de interpretar, discernir e viver a mensagem cristã, que o nosso paganismo não quer entender, não quer aceitar.
Chegamos ao ponto de que se alguém pensa nas exigências da vida cristã na cultura atual, considera-se uma forma de extremismo. Devemos aprender a avançar em um contexto pagão, que não é diferente daquele dos primeiros séculos.
Qual é o seu sonho para a África?
Quando o mundo pensa na África, pensa que, de uma forma ou de outra, deve ser explorada. É um mecanismo do inconsciente coletivo: a África deve ser explorada. Não, a África deve crescer. Sim, os países do continente se tornaram independentes, mas do solo para cima, não das riquezas que há debaixo.
Sobre esse tema, em novembro passado, tive um encontro com estudantes africanos por videoconferência, durante quase uma hora e meia. Fiquei maravilhado com a inteligência desses meninos e meninas. Gostei muito da sua forma de pensar. A África precisa de políticos que sejam pessoas assim: bons, inteligentes, que façam seus países crescerem. Políticos que, sobretudo, não se deixem perverter pela corrupção.
A corrupção política não deixa espaço para o país crescer, ela o destrói. Fere o meu coração. Não se pode servir a dois senhores. No Evangelho, isto fica claro. Ou você serve a Deus ou serve ao dinheiro. É interessante que não cite o diabo, mas o dinheiro. É preciso formar políticos honestos. Essa também é a sua tarefa.
Qual é o segredo de sua simplicidade?
Eu? Simples? Eu me sinto muito complicado!
Que orientação o senhor pode nos oferecer para situações em que uma fé forte se choca com uma cultura forte?
Mas se o conflito não está no mesmo nível! A cultura e a fé dialogam e devem dialogar. Claro, pode acontecer que uma cultura forte não aceite a fé. E essa base do paganismo nunca foi extinta na história. Mas cuidado: uma forma de paganismo é também o formalismo externo de ir à missa no domingo só porque tem que ir, ou seja, sem alma, sem fé. Uma cultura forte é uma vantagem, quando se consegue evangelizá-la, mas não pode ser reduzida a uma impossibilidade de diálogo com a fé.
Nesse sentido, foi importante a Conferência Geral do Episcopado da América Latina, realizada em Puebla, em 1979. Lá foi cunhada a expressão “evangelização da cultura e inculturação da fé”. No encontro entre cultura e fé, a fé se incultura. Por isso, não é possível viver uma fé aqui, em Juba, que funciona bem em Paris, por exemplo. É necessário pregar o Evangelho a cada cultura específica, que tem suas próprias deficiências e riquezas.
Santo Padre, como o senhor reza?
Claramente, celebro missa e rezo o ofício. A oração litúrgica diária tem sua densidade pessoal. Então, às vezes rezo o rosário, às vezes, pego o Evangelho e medito-o. Mas depende muito do dia. Para a oração pessoal, eu, como todos, tenho que encontrar a melhor maneira de vivê-la dia a dia.
Em Kinshasa, quando conheci pessoas vítimas da guerra no leste do país, ouvi histórias terríveis de feridos, mutilados, maltratados... Contavam coisas indescritíveis. É claro que, depois, não podia rezar com o Cântico dos Cânticos. É preciso rezar imerso na realidade. Por isso, tenho medo dos pregadores de orações abstratas, teóricas, que falam, falam, mas com palavras vazias. A oração sempre é encarnada.
Quando o Pe. Arrupe será beatificado?
Sua causa segue em frente, pois uma das etapas já foi concluída. Falei sobre isso com o Padre Geral. O maior problema tem a ver com os escritos do Pe. Arrupe. Escreveu muito e é preciso ler tudo. E isto torna o processo mais lento.
E volto à oração. Arrupe era um homem de oração, um homem que lutava com Deus todos os dias, e daí vem seu firme chamado à promoção da justiça. Vemos isso em seu “testamento”, o discurso que fez na Tailândia, antes de seu derrame, quando reiterou a importância da missão com os refugiados.
Como se sentiu quando sua viajem ao Sudão do Sul foi cancelada?
Eu me senti desanimado. Tinha que fazer a viagem ao Canadá, mas me disseram que a adiasse porque não poderia mantê-la por causa de meu joelho. Alguns mal-intencionados diziam que eu preferia ir para o Canadá para estar com os ricos, mas não era isso.
Foi uma viagem para eu me reunir com os aborígines abusados. Fui lá para consolá-los e fazer as pazes com as vítimas indígenas do sistema escolar, no qual a Igreja também estava envolvida.
Contudo, assim que foi possível, vim. Desejava esta viagem. No entanto, para Goma - uma das paradas previstas, no ano passado -, infelizmente, não pude ir, por causa da guerra e dos riscos que trazia para a população.
Como a Laudato si’ foi recebida na África?
Bem. A Amazônia e o Congo têm reservas de oxigênio para o mundo. E ambas são áreas exploradas. E a África mais ainda por causa dos minerais que a tornam rica. Um discurso sobre o cuidado da criação é importante para os dois continentes.
Os jesuítas de Kinshasa me perguntaram se haverá um sínodo sobre o Congo, como houve na Amazônia. Respondi que naquele Sínodo e na Exortação pós-sinodal já existem elementos e critérios que também são úteis para o Congo.
O que espera dos jesuítas, aqui, no Sudão do Sul?
Que sejam corajosos, que sejam afetuosos. Não esqueçam que Inácio era alguém grande na ternura. Queria jesuítas que fossem corajosos, com ternura. E queria homens de oração. Coragem, ternura e oração bastam a um jesuíta.
Você tem alguma mensagem especial para os jesuítas da África Oriental?
Que estejam próximos do povo e do Senhor. As atitudes fundamentais do Senhor são a proximidade, a misericórdia e a ternura. A proximidade é evidente. Instituições sem proximidade e sem ternura também podem fazer o bem, mas são pagãs. Os jesuítas devem ser diferentes.
Está pensando em renunciar?
Não, não passou pela minha cabeça. Mas escrevi uma carta e a entreguei ao cardeal Bertone. Contém minha renúncia, caso eu não esteja em estado de saúde e consciência para poder renunciar. Pio XII também escreveu uma carta de renúncia, como precaução, caso Hitler o levasse para a Alemanha. Nesse caso, disse que capturariam Eugenio Pacelli e não o papa.
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Francisco agradeceu a todos os presentes. O Provincial disse que não trouxe nenhum presente, mas, sim, uma canção. “Mas, o presente são vocês mesmos!”, disse o papa.
Todos se levantaram e, de mãos dadas - inclusive o papa - entoaram juntos este cântico de oração. Em seguida, Francisco cumprimentou um grupo de leigos que trabalham para o Serviço Jesuíta aos Refugiados.
Após saudar a todos, um a um, o papa comentou: “Que lindo! Aqui, existe vida...”.
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“A Igreja não é uma multinacional da espiritualidade”. Conversa do Papa com os jesuítas do Congo e Sudão do Sul - Instituto Humanitas Unisinos - IHU