O papa é a escolta midiática para o Congo

Povo da República Democrática do Congo (foto: Axel Fassio | Flickr)

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28 Janeiro 2023

Se o Congo fosse um país bem pobre, ninguém se incomodaria, exceto por algum ato de generosa solidariedade. Infelizmente, porém, os poderosos descobriram que o Congo é rico. Muito rico. De cobalto, coltan, cobre, chumbo, diamantes, ouro, germânio, prata, manganês. Matérias-primas sem as quais não haveria nem celulares, nem carros elétricos, nem o império dos diamantes da Antuérpia, nem o distrito joalheiro de Vicenza. E assim o Congo passa sempre fome, mas além disso é posto a ferro e fogo por uma guerra de rapina e pilhagem por procuração.

O comentário é de Tonio Dell'Olio, publicada por Mosaico di Pace, 26-01-2023.

Ruanda, Uganda, Chade e outros grupos irregulares (são mais de uma centena) são armados por europeus sem escrúpulos para limpar as áreas submetidas à atividade de mineração e controlar essas mesmas áreas.

Mapa da África (foto: Wikimedia Commons)

Crianças recrutadas como escravas e mulheres estupradas nas aldeias. Antes o Congo era colônia de uma única nação, a Bélgica, depois da "independência" é colônia de muitas nações e muitas multinacionais.

Tudo isto está escrito em preto no branco nos relatórios da ONU e foi reconhecido também pela União Europeia que regulamentou a rastreabilidade dos minerais. Ficou tudo no papel. Todos os dias se morre no Congo. Morre-se no silêncio cúmplice da informação.

Daqui a poucos dias, o Papa Francisco visitará a zona visitável da República Democrática do Congo e a esperança é que ele se torne uma "escolta midiática" para os milhares e milhares sem voz que apenas pedem para serem deixados... em paz.

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