05 Setembro 2023
Ontem, voltando da Mongólia, num encontro com jornalistas, o Papa Bergoglio respondeu a algumas perguntas sobre o Sínodo que se inicia em outubro próximo.
A informação é de Il sismógrafo, 05-09-2023.
Cindy Wooden, da Agência dos Bispos dos EUA (CNS), observou: “Você falou da sua experiência do Sínodo sobre os religiosos, durante o qual alguns membros do Sínodo disseram “não colocar isto”, “não se pode dizer isto...”. Nós, jornalistas, nem sequer temos acesso à assembleia e às sessões gerais, como podemos ter a certeza de que o que nos é dado como “geleia” é verdade? Não há possibilidade de sermos um pouco mais abertos com os jornalistas?
Papa Francisco: “Mas muito aberto querido, é muito aberto! Tem uma comissão presidida pelo Ruffini que vai dar a notícia todos os dias, mas mais aberta não sei, mais aberta não sei... e é bom que essa comissão respeita muito as intervenções de todos e tentará não fofocar, mas dizer coisas precisamente sobre o progresso sinodal que sejam construtivas para a Igreja. Se você quiser, se alguém quiser que a notícia seja: este está zangado com aquele outro para isto ou aquilo "caso contrário, isto é conversa política. A comissão tem uma tarefa difícil, dizer: hoje a reflexão vai por aqui, vai assim, e transmitir o espírito eclesial, não político. Um parlamento é diferente de um Sínodo. Não esqueçais que o protagonista do Sínodo é o Espírito Santo. E como transmiti-lo? Por isso a caminhada eclesial deve ser transmitida”.
A Antonio Pelayo, de Vida Nueva, o Pontífice esclareceu sobre o mesmo assunto: “Não sei se já disse isso uma vez.
Há alguns meses liguei para um Carmelo. “Como vão as irmãs, madre superiora?”.
Era um Carmelo não italiano. E a Prioresa me respondeu. E no final ela me disse:
"Santidade, temos medo com o Sínodo".
"Mas o que está acontecendo? – eu disse brincando – você quer enviar uma irmã ao Sínodo?".
"Não, temos medo que mude a doutrina".
E é isso que você está dizendo: existe essa ideia... Mas se você for até a raiz dessas ideias, você vai encontrar ideologias. Sempre, quando se quer desvincular o caminho da comunhão na Igreja, o que sempre se desvincula é a ideologia. E acusam a Igreja disto ou daquilo, mas nunca a acusam do que é verdadeiro: pecadora. Nunca dizem pecador... Defendem uma doutrina entre aspas, que é uma doutrina como a água destilada, não tem gosto de nada e não é a verdadeira doutrina católica que está no Credo, e que tantas vezes escandaliza, como faz a ideia de que Deus se fez carne, que Deus se fez homem, que Nossa Senhora guardou a sua virgindade. Isso escandaliza."
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“Um parlamento é diferente de um Sínodo. Não esqueçam que o protagonista do Sínodo é o Espírito Santo”, afirma o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU