31 Agosto 2023
Como costuma fazer nos voos papais, o pontífice envia telegramas aos chefes de estado por qual país ele sobrevoa e a Russia não está na rota.
A reportagem é publicada por Vida Nueva, 30-08-2023.
O Vaticano apresentou os últimos detalhes da próxima viagem apostólica do Papa Francisco à Mongólia, país de minoria católica e que conta com muitos movimentos diplomáticos. Sim, foi uma semana cheia de censuras a russos e ucranianos pela intervenção do pontífice num encontro de jovens católicos em São Petersburgo; pode iniciar uma guerra de telegramas.
É costume o Papa enviar telegramas aos chefes do Estado cujo espaço aéreo é supervisionado durante suas viagens. Trata-se de um gesto que responde sistematicamente a alguns chefes de Estado, como é o caso do presidente da república italiana. Mas neste caso há questões diplomáticas mais delicadas do que em outras ocasiões.
Assim, Francisco enviará neste mês de junho um telegrama de saudação ao chefe de Estado chinês, o presidente Xi Jinping, segundo a confirmação do chefe da assessoria de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, em declarações recebidas da KNA. Um gesto que é relevante porque a China não mantém relações diplomáticas oficiais e é um país que não presta contas ao núncio ou ao representante permanente da Santa Sé. Esta oportunidade abre a oportunidade para estabelecer este canal informal.
Sem embargo, Vladimir Putin, o presidente russo não receberá qualquer comunicação do pontífice e que procurou uma rota aérea que evite cruzar o território russo em plena guerra ucraniana. Precisamente se anunciar no mesmo dia que Moscou elogiou a proposta de “solução pacífica” de Roma face ao “rechaço” de Kiev em plena polêmica sobre a reflexão de Francisco sobre os zares no encontro com os jovens. Pois bem, na Mongólia, país fronteiriço da China e Rússia, serão muitos os católicos que se deslocarão destes países para participar da missa papal que será celebrada ao ar livre na capital, Ulan Bator, no próximo domingo, 3 de setembro.
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Novo malabarismo diplomático: durante sua viagem à Mongólia Francisco escreverá para Xi Jinping e evitará Putin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU