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As guerras esquecidas dos últimos: o Haiti afunda na indiferença

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15 Junho 2023

"O Haiti estremece. Muito antes que o enésimo abalo telúrico, sempre esta semana, atingisse o oeste do país. O Haiti estremece todas as noites, quando os tiros rasgam o silêncio anunciando o avanço da linha de frente. Porto Príncipe agora se tronou uma rede de fronteiras invisíveis e móveis entre os domínios dos cerca de duzentos grupos armados que mantêm reféns seus quatro milhões de habitantes. O estado se desfez desde 2018: não há mais nenhuma instituição legitimamente eleita, o último presidente – Jovenal Moïse – foi assassinado numa conspiração palaciana, tribunais e polícia trabalham aos trancos e barrancos", escreve Lucia Capuzzi, jornalista italiana, em artigo publicado por Avvenire, 14-04-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O Haiti está com água no pescoço. Muito antes de uma enchente anômala na semana passada atingir sua capital, Porto Príncipe, e colocar abaixo da água a área voltada para a baía, ou seja, a imensa favela de Cité Soleil, matando mais de cinquenta pessoas. Os canais de escoamento estão entupidos há quase um ano: os veículos encarregados da limpeza não têm acesso à área, campo de batalha entre a gangue G9, do poderoso chefão Jimmy Chemizier vulgo "Barbecue", e Gpep sob as ordens de Ti Gabriel.

Cada chuva, portanto, transforma a favela em uma lagoa fétida de lama e lixo. Desta vez, a água foi “apenas” mais violenta. E letal. O exemplo mais recente de como, nesse fragmento de ilha, são as ações – e as omissões – humanas que provocam os desastres naturais.

O Haiti estremece. Muito antes que o enésimo abalo telúrico, sempre esta semana, atingisse o oeste do país. O Haiti estremece todas as noites, quando os tiros rasgam o silêncio anunciando o avanço da linha de frente. Porto Príncipe agora se tronou uma rede de fronteiras invisíveis e móveis entre os domínios dos cerca de duzentos grupos armados que mantêm reféns seus quatro milhões de habitantes. O estado se desfez desde 2018: não há mais nenhuma instituição legitimamente eleita, o último presidente – Jovenal Moïse – foi assassinado numa conspiração palaciana, tribunais e polícia trabalham aos trancos e barrancos.

O poder exercido pelo primeiro-ministro, Ariel Herny, não passa de um simulacro nem mesmo suficiente para permitir-lhe chegar ao escritório, em Champs de Mars, uma área proibida por causa das gangues. São elas as únicas a ter a autoridade real, baseada nos Kalashnikovs que fluem ininterruptamente dos arsenais dos EUA, apesar do embargo, graças à ausência de controles alfandegários. Os recursos para comprá-los são frutos da economia dos sequestros - uma média de cinco por dia - e do dinheiro de políticos e empresários que, por muito tempo, utilizaram as gangues como forma de cooptar o consenso, exceto para depois acabar eles mesmos seus prisioneiros. O salto de qualidade aconteceu durante o mandato do falecido Moïse (2015-2021) quando o uso de milícias se tornou uma prática sistemática. Uma vez ricas e poderosas, logo se tornaram independentes dos antigos patrocinadores. Estão no comando agora. O resultado é uma sucessão de massacres, deslocamentos, estupros em massa, violência e sequestros contra civis com o único objetivo de garantir pedaços de território para saquear. A ferocidade e o medo são o instrumento para garantir a obediência. O Haiti é, assim, uma escola sobre esse tipo de conflitos contemporâneos que Mary Kaldor define como “novas guerras”: uma forma de violência organizada, nascida nos meandros do unipolarismo neoliberal, em que se tornam tênues as fronteiras entre grupos políticos e formações criminosas e violação em larga escala dos direitos humanos. A grande parte dos 169 confrontos bélicos que dilaceram o planeta – especialmente o Sul geopolítico – se enquadram nessa categoria. Ainda mais do que outros, porém, tem dificuldade para conseguir um espaço mínimo na agenda política internacional.

O Haiti está se afogando, inexorável, no abismo da indiferença da comunidade internacional distraída por prioridades diferentes. E esquecida das responsabilidades evidentes no seu naufrágio: a abolição das tarifas alfandegárias sobre produtos agrícolas impostas pelo governo Clinton na década de 1990 e a gestão pós-terremoto de 2010 são apenas dois dos muitos exemplos. Nenhum país respondeu aos apelos do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. Não só nunca se concretizou a hipótese - que gera compreensível perplexidade dentro e fora da nação - do envio de forças de paz.

Nem mesmo uma alternativa concreta foi proposta, além do paliativo estadunidense de licenças temporárias para os refugiados.

Haiti, abandonado, está afogando. É urgente lançar pelo menos um salva-vidas. No interesse dos seus habitantes e do resto do mundo. Como a história recente ensina, do Afeganistão à Síria, não é previdente deixá-lo se transformar em uma Somália caribenha.

As gangues não apenas extraem no território subornos e soldados para suas fileiras: muitas vezes o colocam à disposição - mediante pagamento – para as máfias internacionais como trampolim para o tráfico de drogas e armas. Fontes bem informados já relatam a atividade continuada de cinco cartéis mexicanos e vários grupos terroristas do Oriente Médio.

Na "aldeia global", nenhum pedaço do mundo agoniza na solidão. Nem mesmo uma ilha – parafraseando John Donne – é uma ilha. E, pela primeira vez, pode afundar.

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