Haiti. Missionários com o coração agitado: gangues armadas também atacam igrejas e hospitais

Foto: Agência Brasil

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

05 Dezembro 2022

“Todo ano algo de grave acontece; este ano, e o ano ainda não terminou, não houve terramotos nem ciclones mas uma violência sem precedentes varreu o país, gerou insegurança, medo, carestia, fome e desespero e, para que nada falte, voltou a emergência de cólera que matou principalmente crianças.” Quem fala é o padre Antonio Menegon, missionário camiliano, que se diz “com o coração agitado” pela catástrofe humanitária que atinge o Haiti. “Mesmo que nenhum meio de comunicação fale sobre isso, é uma catástrofe humanitária - ressalta. As gangues armadas que governam o país estão cada vez mais agressivas e agora mandam em tudo. Os preços dos bens primários, como alimentos, combustíveis e remédios, mais do que triplicaram; os jovens violentos destruíram, saquearam e queimaram depósitos de combustível e supermercados, igrejas, depósitos de alimentos da Caritas e outras organizações humanitárias internacionais. Os hospitais, um após o outro, estão fechando por falta de diesel, energia elétrica, alimentos e remédios”.

A reportagem é publicada por Agência Fides, 02-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

"Nosso hospital, Foyer Saint Camille em Porto Princípe - conta o pe. Menegon - ainda está ativo, mas não sabemos quanto tempo vai resistir; várias vezes entraram jovens armados e, até agora, não levaram nada, mas o medo foi grande. Nesta situação é difícil trabalhar e garantir a assistência aos doentes”.

Os missionários e funcionários não podem sair do Centro Hospitalar para buscar suprimentos ou ir para casa, pois poderiam ser mortos. “Além das 100 crianças com deficiência internadas do Foyer Bethléem e dos doentes internados no Foyer Saint Camille, não sabemos mais onde hospedar as mulheres grávidas que devem dar à luz e os bebês que nascem. Devemos atender às necessidades de todos e também da equipe médica e de enfermagem, mais de 300 pessoas vivem no hospital e a todos se deve garantir refeições, tratamentos e medicamentos. Apesar de tudo isso, desde o início do ano construímos escolas e casas na zona sul da ilha, destruída pelo terremoto de agosto de 2021, chegando a construir 40 casas e 5 escolas.”

Leia mais