- "Como Jesus, Francisco ensina tanto com palavras quanto com gestos concretos", acrescenta o padre jesuíta, que ficou agradavelmente surpreso com a abordagem do papa às pessoas LGBTQ+, "o que tem sido uma imensa bênção não só para aquela comunidade, mas também para suas famílias e amigos".
- Sobre o Sínodo: "O que é levantado é a necessidade de ouvir as pessoas que estão à margem da Igreja, não apenas as pessoas LGBTQ, mas também os pobres, as mulheres, os divorciados e recasados e, em geral, aqueles que podem discordar de algum aspecto do ensinamento da Igreja".
- "Os bispos que parecem se opor ao Santo Padre. (...) Para mim, isso é simplesmente incrível e incrível. Não me lembro de São João Paulo II ou Bento XVI serem tratados dessa maneira por seus críticos".
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 18-04-2023.
"Em muitos setores da Igreja, os fiéis LGBTQ+ ainda são tratados como leprosos, como uma praga. Eles são demonizados com linguagem desumanizante, o que só aumenta o assédio, a intimidação e a violência. É a última coisa que um grupo marginalizado precisa de sua Igreja". O padre jesuíta James Martin há muito tempo está sem palavras. Defensor dos direitos dos homossexuais na Igreja, e apoiado pelo Papa Francisco, ele acaba de conceder uma entrevista à revista Familia Cristiana na qual, entre outras coisas, defende as palavras controversas do Papa sobre a homossexualidade: "Seu recente apelo para que a Igreja se oponha à criminalização da homossexualidade é muito importante".
"Acho que o papado de Bergoglio tem sido um sucesso retumbante", diz Martin, que admite ser "um pouco tendencioso, ser um jesuíta e um admirador dele". "Como Jesus, Francisco ensina tanto com palavras quanto com gestos concretos", acrescenta o jesuíta, que ficou agradavelmente surpreso com a abordagem do papa junto às pessoas LGBTQ+, "o que tem sido uma imensa bênção não só para aquela comunidade, mas também para suas famílias e amigos".
"Alguns católicos tendem a esquecer que, quando o papa se dirige a essas pessoas, ele não apenas as acolhe, que são uma porcentagem relativamente pequena de católicos, mas também suas famílias e amigos", acrescenta Martin, que admite que "alguns de seus comentários sobre a 'complementaridade' dos papéis de homens e mulheres podem levar algumas pessoas a pensar, por exemplo, que as mulheres são amorosas, carinhosas, maternais e que os homens são chefes e líderes, quando na verdade conhecemos homens que são amorosos e mulheres líderes".
Uma Igreja necessitada de escuta
Em relação aos desafios do Sínodo, Martin enfatiza que "o que está sendo levantado é a necessidade de escutar as pessoas que estão à margem da Igreja, não apenas as pessoas LGBTQ, mas também os pobres, as mulheres, os divorciados e os recasados e, em geral, aqueles que podem eventualmente discordar de algum aspecto do ensinamento da Igreja".
"Podemos ouvir suas experiências de Deus? Podemos permitir que o Espírito nos desafie, nos desafie e nos teste?", pergunta o padre americano, que lamenta a divisão muito clara entre conservadores e progressistas entre católicos americanos, e está mais preocupado com "os bispos que parecem se opor ao Santo Padre".
"Para mim, isso é simplesmente espantoso e inacreditável. Não me lembro de São João Paulo II ou Bento XVI serem tratados dessa forma por seus críticos", disse Martin, que, no entanto, não acredita que haja risco de cisma. "Eu só gostaria que os opositores do Papa Francisco tratassem o papa com um pouco mais de respeito".
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