"Houve quem censurasse Moltmann pelo risco de usar ingenuamente estilos de pensamento apocalípticos, quase remitologizando a fé. Na realidade, Moltmann mostra de forma convincente como a escatologia cristã não pode prescindir de um uso ousado e ao mesmo tempo crítico da imaginação", escreve Fulvio Ferrario, teólogo italiano e decano da Faculdade de Teologia Valdense de Roma, em artigo publicado por Credere Oggi, 07-04-2016. A tradução é de Luisa Rabolini.
O artigo é republicado por ocasião do 95º aniversário de Jürgen Moltmann, ocorrido no dia 08-04-2021.
O grande teólogo Jürgen Moltmann completa 90 anos em 8 de abril. Jürgen Moltmann, pastor evangélico e um dos principais teólogos vivos, completa 90 anos.
Para a ocasião, retomamos uma biografia escrita pelo Professor Fulvio Ferrario, reitor da Faculdade de Teologia Valdense e professor de teologia sistemática da Faculdade de Teologia Valdense de Roma.
Moltmann nasce em Hamburgo em 1926 em uma família protestante liberal bastante secularizada, na qual, segundo ele, Lessing (1729-1781), Goethe (1749-1832) e até Nietzsche (1844-1900) são mais lidos do que a Bíblia. Seus interesses culturais adolescentes se concentram principalmente na física. Antes de poder se matricular na universidade, no entanto, é alistado na Wehrmacht e, em julho de 1943, passa pelo violento bombardeio de Hamburgo como oficial de uma bateria antiaérea. O soldado ao lado dele acaba sendo morto, uma experiência muitas vezes mencionada nos escritos autobiográficos de sua maturidade e que determina reflexões dramáticas.
Depois de uma experiência no front, é feito prisioneiro em 1945 e passa três anos em campos de concentração aliados, primeiro na Bélgica e depois na Escócia. Nos três anos de reclusão, nasce e se aprofunda o interesse pela fé cristã, naturalmente articulado em torno das grandes questões sobre a vida e a morte, a culpa individual e coletiva, a presença de Deus na história. Ele lê a Bíblia intensamente, conversa com outros companheiros prisioneiros e cristãos britânicos, amadurece uma vocação cristã. Retornando à Alemanha em 1948, matricula-se na faculdade de teologia de Göttingen e toma a decisão de se tornar pastor evangélico, apesar de não ter formação eclesiástica e o hábito de frequentar à igreja, que na época eram normais entre os candidatos ao ministério. Em Göttingen conhece Elizabeth Wendel (1926-2016), como ele estudante de teologia, e que se tornará sua esposa, além de uma parceira decisiva em sua jornada teológica.
Entre os professores, se destacam as figuras de Otto Weber (1902-1966), discípulo de Karl Barth (1886-1968) e de Hans Joachin Iwand (1899-1960), proeminente expoente da igreja confessante nos anos do nacional-socialismo. Depois de se tornar pastor, Moltmann presta serviço na comunidade Bremen-Wasserhorst. Os cinco anos de pastoral determinaram a atenção ao que chama de "teologia do povo", isto é, das necessidades espirituais das "pessoas comuns", então particularmente provadas pela guerra e suas consequências. Moltmann costuma frisar que sua produção teológica posterior permanecerá ligada à experiência pastoral: ele não pertence àquele tipo de teólogo que pretende separar a cátedra do púlpito, o que acaba determinando que seus textos se encontram entre os textos teológicos mais lido no mundo.
O trabalho pastoral não o impede de obter o doutorado em teologia e, em 1958, aceita o cargo de professor da faculdade eclesiástica reformada (ou seja, não pertencente a uma universidade estatal) de Wuppertal. Aqui nasce a obra que o tornaria famoso, a Teologia da Esperança: um texto ousado e inovador que, ele afirma, não poderia ter sido escrito no ambiente mais pretensioso academicamente das faculdades estatais. Nestes anos Moltmann confronta-se com a "teologia do Antigo Testamento" de Gerhard Von Rad (1901-1971), Walther Zimmerli (1907-1983), Hans Walter Wolff (1911-1993), Hans-Joachim Kraus (1918-2000) e, naturalmente, com o pensamento de Rudolf Bultmann (1884-1976), então dominante. Mas é sobretudo no discípulo e crítico de Bultmann, Ernst Käsemann (1906-1998), que ele encontra as ideias exegéticas fundamentais para a sua obra teológica.
Segundo Käsemann, a apocalíptica, longe de ser uma excrescência mitológica no terreno da anunciação cristã, coloca a questão teologicamente decisiva, a do senhorio de Deus neste mundo, sublinhando assim o valor dramaticamente político da escatologia. O encontro com o pensamento de Ernst Bloch (1885-1977) é também decisivo, através de uma intensa leitura veranil do Princípio da Esperança, obra que o fascina a ponto de impedi-lo de contemplar as montanhas suíças onde passa suas férias. Em 1963 aceita um convite para a Universidade de Tübingen, onde permanecerá até sua aposentadoria do ensino.
O trabalho acadêmico, que se condensa sobretudo nas duas obras O Deus crucificado (1972) e A igreja na força do Espírito (1975), é alimentado por uma série de experiências culturais e espirituais. Mencionamos, em primeiro lugar, o diálogo entre cristãos e marxistas, no qual se aprofunda o valor político da fé cristã, tema ao qual Moltmann já era muito sensível; nesse quadro se coloca também o encontro com Johann-Baptist Metz (1928-), católico e aluno de Karl Rahner (1904-1984): juntamente com ele Moltmann elabora uma "teologia política" europeia.
Ela é em diálogo estreito, mas não acrítico, com as teologias da libertação latino-americanas, negra e com a teologia minju sul-coreana. Posteriormente, o confronto com o feminismo também se tornará central, que para Moltmann começa na família. A grande simpatia do teólogo por essas experiências de pensamento vindas de outros contextos não o poupa de críticas inclusive duras, pois, dizem, ele, com todo o seu progressismo, continuaria a ser um teólogo acadêmico do mundo rico, não inserido naquela que costuma ser chamada de "a concretude da práxis da libertação". Moltmann reage com compostura, mesmo que às vezes com pesar, simplesmente observando que, se ninguém pode escapar de sua própria história, pode-se, no entanto, fazer com que ela se deixe questionar criticamente.
Também é muito importante a discussão interconfessional, também conduzida como membro da comissão Fé e Constituição do Conselho Ecumênico de Igrejas (CEC). Nesse âmbito, Moltmann conhece e aprofunda, além daquela católica, a teologia ortodoxa (em particular na pessoa do romeno Dumitru Stǎniloae [1903-1993]), que influenciará profundamente a segunda fase da sua produção. Também é importante o diálogo com o pensamento judaico (Franz Rosenzweig [1886-1929], Gershom Scholem [1897-1982], Schalom Ben-Chorin [1913-1999], Pinchas Lapide [1922-1997] acima de tudo), tendo em vista a elaboração de uma teologia "depois de Auschwitz".
Neste ponto, gostaria de reiterar um elemento já mencionado: essa multiplicidade de horizontes emprestados da história (libertação, ecumenismo, ecologia, judaísmo) pode nos fazer pensar em uma busca ansiosa e um tanto patética de atualidade. Não é o caso. Claro, a relação de Moltmann com as solicitações históricas não é consciente (e polemicamente) implícita, como por exemplo aquela da teologia de Barth, mas é absolutamente vistosa e repetidamente declarada e tematizada. No entanto, a autonomia do pensamento teológico é garantida por uma competência do mais alto nível e a síntese de "militância" e "cientificidade" é de alguma forma a especificidade do autor.
Em 1980 começa o que podemos definir a segunda fase do pensamento moltmanniano. Se até então o teólogo tinha desenvolvido "toda a teologia em um ponto focal" (a cada vez: a escatologia, a cruz, uma eclesiologia pneumática), agora ele propõe uma "teologia em movimento, diálogo, conflito", abrangendo alguns pontos-chave da dogmática cristã no que ele chama de "Contribuições Sistemáticas de Teologia", uma série de seis volumes dedicados respectivamente: à doutrina trinitária, à criação, à cristologia, à pneumatologia, à escatologia e ao método teológico.
São obras, ao mesmo tempo, muito densas e de fácil leitura, não destinadas apenas ao público de especialistas, mas que não se esquivam dos aspectos técnicos do trabalho teológico. Os interesses políticos e ecumênicos se enriquecem com novos horizontes, como o ecológico, e se organizam em torno da centralidade do pensamento trinitário. A produção científica do teólogo é acompanhada por uma intensa atividade de conferencista e pela participação apaixonada nos eventos de seu tempo: desde o protesto estudantil, durante o qual critica a legislação emergencial introduzida na Alemanha, às lutas de libertação, à evolução das relações Leste-Oeste até à queda do muro de Berlim, até a imposição do movimento das mulheres e do feminismo, como mencionado acima.
A Teologia da Esperança inaugura a série daquelas que muitas vezes são chamadas, polemicamente, "teologias dos genitivos" (da libertação, da revolução, das mulheres, mas também da dor de Deus) e compartilha sua intenção: não se trata de desenvolver a reflexão sobre um elemento específico da fé cristã, mas de pensar sobre esta, como um todo, a partir de uma perspectiva, naturalmente não escolhida ao acaso, mas de forma a expressar a centralidade da mensagem evangélica em um determinado contexto histórico. A ideia central é que “a escatologia não deveria constituir o fim, mas o início”, capaz de orientar para o futuro toda a reflexão teológica.
A novidade de Deus não pode ser reconduzida aos poderes emancipatórios da humanidade, mas também não deve ser pensada sem considerá-los. Naturalmente, a reflexão de Moltmann deve ser inserida no clima otimista do início dos anos 60 do século XX, caracterizados pela política kennediana, pelo diálogo Leste-Oeste, pelo Concílio Vaticano II (1962-1965). Porém, é também a crítica de uma euforia político-técnica, partindo do tema teológico do advento do reino de Deus. A centralidade da dimensão escatológica já havia sido enfatizada, na teologia do século XX, especialmente pela primeira fase de Barth e depois por R. Bultmann. Neste último, em particular, é clamorosamente evidente o risco de dissolução da história concreta, composta de corpos e de eventos, na "historicidade" do aqui e agora da "decisão" individual (a favor ou contra o kerygma) que teria trazido a escatologia.
Esta é também a crítica fundamental de Käsemann à interpretação de Bultmann da mensagem paulina da justificação. A justificação do pecador significa, segundo Käsemann, que Deus derrota os poderes demoníacos que acorrentam a história e os seres humanos, estabelecendo o seu próprio senhorio, ou seja, o espaço histórico-cósmico da salvação. A "esperança" de Moltmann retoma essa descoberta exegética em uma perspectiva sistemática, filtrando-a através das categorias blochianas e do impulso utópico do neomarxismo.
O Deus crucificado não pretende ser uma simples retomada de um locus clássico da teologia protestante, precisamente a teologia da cruz. Poderíamos indicar sua intenção discutindo o título: trata-se de pensar a cruz de Jesus como evento da história de Deus: o próprio Deus está crucificado em Cristo. Aqui, Moltmann se reconjuga com a Teologia da Dor de Deus do japonês Kazoh Kitamori (1916-) e com a reflexão judaica, lançando alguns fundamentos importantes para sua subsequente teologia trinitária. Trinta anos depois, algumas das teses fundamentais que o teólogo de Tübingen desejava apoiar tornaram-se patrimônio comum, inclusive graças ao trabalho (de um ponto de vista estritamente teórico talvez ainda mais preciso do que aquele de Moltmann) de outro sistemático de Tübingen, Eberhard Jüngel (1934-). Na época, porém, pareciam bastante originais e até problemáticas, como observado em 1974 por um teólogo certamente não suspeito do conservadorismo convencional, e sempre em diálogo próximo com Moltmann, como Hans Küng (1928-2021).
A igreja na força do Espírito é (já desde o título, mais uma vez) uma robusta tentativa de desenvolver a eclesiologia no contexto do terceiro artigo do Credo, superando a tendência ocidental de articular, nos fatos, o discurso sobre a igreja numa relação preponderante, quando não exclusiva, com a cristologia. Trata-se de uma obra de alcance ecumênico muito amplo. Moltmann é um protestante reformado, mas seu interesse por uma perspectiva confessional é muito escasso, ainda que, em um tema como este, a matriz evangélica seja claramente perceptível.
Ainda mais inovador é a inclusão na problemática eclesiológica de temáticas como o diálogo com o judaísmo e aquele inter-religioso: são elementos de reflexão à frente de seu tempo em pelo menos vinte anos. Que eu saiba, o poder inovador da eclesiologia de Moltmann não foi superado por nenhum livro que apareceu posteriormente. Aliás, em uma época como a nossa, em que as igrejas parecem às vezes tentadas a reagir à descristianização da sociedade com regurgitações da ideologia de cristandade (ver, por exemplo, os debates sobre as chamadas "raízes cristãs" da Europa ou na exibição do crucifixo em espaços públicos) as teses de Moltmann (não menos importante, sua crítica à prática do batismo infantil, hegemônica no catolicismo e na ortodoxia, majoritária no luteranismo e no protestantismo reformado) parecem ainda mais estimulantes.
Ao intitular a série de livros, iniciada em 1980, como Contribuições Sistemáticas para a Teologia, Moltmann pretende sublinhar que não se trata de uma dogmática no sentido clássico do termo, mas sim de intervenções com um caráter conscientemente aberto, parcial e prospectivo: mesmo que, pôde-se observar, não é de forma alguma certo que uma dogmática deva ser necessariamente fechada, totalizante e falsamente a-contextual. Na realidade, mesmo que os volumes de Moltmann sejam, em princípio, independentes e possam ser lidos separadamente com grande proveito, o conjunto é muito compacto.
O centro de gravidade é constituído pela teologia trinitária: além de ser o tema do primeiro volume, também alimenta os demais, valorizando criticamente a contribuição da tradição ortodoxa. Se a teologia evangélica e católica dos últimos vinte anos reavaliou fortemente não só a temática trinitária como tal, mas, mais profundamente, a articulação trinitária de todos os loci teológicos, isso deve-se sobretudo ao professor de Tübingen. Moltmann é muito crítico em relação às duas principais abordagens trinitárias do século XX, as de Barth e Rahner respectivamente: elas parecem-lhe dominadas por uma espécie de obsessão pela primazia do sujeito absoluto, que mortificaria a estrutura "social" do ser de Deus.
A interpretação das pessoas trinitárias como "modos de ser" do sujeito divino constituiria uma variação do tema ocidental do primado da unidade de Deus, uma forma de "monoteísmo" que não explica o dado bíblico concernente as relações entre Pai, Filho e Espírito Santo. Essa limitação da teologia ocidental traria consigo uma compreensão do Espírito Santo explicita ou implicitamente determinada pelo Filioque ou, mais precisamente, por uma espécie de ênfase sobre a cristologia que afundaria suas origens nesse episódio realmente bastante infeliz da história dos dogmas. Segundo Moltmann, a verdadeira e única tentação herética em âmbito trinitário é o modalismo, isto é, a ideia segundo a qual as pessoas divinas são modalidades de manifestação da única substância, concebida como sujeito. O risco especular, aquele do chamado "triteísmo", seria irreal para Moltmann, pois ninguém, nos dois mil anos de história do pensamento cristão, o teria de fato apoiado. A partir dessas considerações, constantemente retomadas nos diferentes contextos, Moltmann repensa a teologia cristã de forma trinitária, valorizando as categorias relacionais, por meio de um pensamento que é, justamente, "pericorético": isto é, tal a privilegiar a mútua interpenetração de diferentes dimensões no que diz respeito à contraposição, à alternativa, à hierarquização. A tentativa é particularmente evidente na teologia da criação e na pneumatologia, em muitos aspectos o volume mais criativo da série. Mesmo aqueles que não compartilham todos os aspectos da teologia trinitária de Moltmann e consideram seu juízo sobre Rahner e Barth questionável, admitirão de bom grado o frescor do impulso fornecido por essa teologia para o debate contemporâneo.
Aquela de Moltmann pretende ser - como já mencionamos - teologia "depois de Auschwitz", o que significa dar um passo decisivo em um repensamento da história inclusive teológica do antijudaísmo cristão e uma valorização decisiva do background judaico do cristianismo que, em as Contribuições, acontece de forma ainda mais decisiva do que anteriormente. Neste ponto, a centralidade da temática do sábado na teologia da criação e a estrutura "messiânica" da cristologia são particularmente significativas. Pode-se observar que, apesar dos diálogos conduzidos por Moltmann com expoentes respeitados do pensamento judaico, sua teologia deixa em aberto a tarefa de repensar a relação entre o monoteísmo judaico e a doutrina trinitária cristã.
Se, desde Teologia da Esperança (1964), a orientação escatológica tem sido um fulcro do pensamento de Moltmann, em O Advento de Deus (1995), porém, Moltmann também produziu o que poderíamos chamar de "escatologia material": nem mesmo este livro – ele ressalta - é uma "doutrina das coisas últimas", mas antes uma "doutrina da esperança", entendida, porém, não apenas como dimensão transcendental da fé cristã, mas também vista no seu conteúdo. Resumindo: o que é vida eterna? Fazer tal pergunta com simplicidade e franqueza não funciona, muito menos ousar respostas, prova disso é que houve quem censurasse Moltmann pelo risco de usar ingenuamente estilos de pensamento apocalípticos, quase remitologizando a fé. Na realidade, Moltmann mostra de forma convincente como a escatologia cristã não pode prescindir de um uso ousado e ao mesmo tempo crítico da imaginação.
O futuro de Deus, em suas três dimensões, antropológica (ressurreição dos mortos), histórico-política (reino de Deus) e cósmica (céus novos e terra nova) só pode ser pensado se for também corajosamente imaginado, eu diria, sonhado. É verdade: a fé que sonha deve se permitir ser lembrada de que a história é em grande parte feita de pesadelos; mas uma fé incapaz de sonhar o futuro sem fim de Deus, no qual toda lágrima não é só enxugada, mas recuperada, redimida, também não poderá incidir na história por meio do empenho com a libertação.
O último volume da série, Experiências de Pensamento Teológico (1999), pretende ser uma reflexão sobre o método do teologizar, conduzida na forma de uma autobiografia intelectual. É uma obra em muitos aspectos única em seu gênero, que também pode ser lida como introdução ao debate teológico atual, embora, como é óbvio, o foco esteja principalmente na segunda metade do século XX. Como todos os livros de Moltmann, este também é apaixonante e instrutivo, comunicando uma paixão pela teologia, uma forma de pensamento provocativamente excêntrica na cultura secularizada do pós-moderno e, por isso mesmo, muito atual, apesar das aparências. Não se trata do ponto final da reflexão do nosso autor, mas certamente de uma esplêndida síntese a partir da qual, em homenagem ao princípio moltmanniano segundo o qual é oportuno "começar pelo fim", pode ser útil iniciar a leitura deste autor.