Na última quarta-feira, a programação cultural da EcoFeira Unisinos contou com a apresentação da oficina “Plantas Alimentícias Não Convencionais – Parte II”, ministrada pela bióloga Daiani Fraporti dos Santos, que integra a equipe do Programa de Ação Socioeducativa na Comunidade - PASEC. A oficina é a segunda parte de uma série de quatro encontros que abordam desde a identificação até a aplicação das plantas alimentícias não convencionais - PANCS. Daiani iniciou o encontro retomando com a turma o conceito de PANCS e um pouco do conteúdo visto na primeira oficina.
As plantas alimentícias não convencionais são comumente associadas a plantas daninhas, invasoras, nocivas e a inços, mas muitas espécies são ricas em nutrientes e podem ser utilizadas para enriquecer nossa alimentação. “A biodiversidade no Brasil é enorme. Hoje existem cerca de 3.000 espécies de PANCS catalogadas no país e a gente não conhece”, observa Daiani.
A bióloga explica que nossa alimentação acaba sendo muito homogênea e limitada, pois utilizamos sempre os mesmos alimentos em nossas refeições. Por causa disso, a demanda nas plantações é muito grande e o tempo que o solo leva para se recuperar entre uma plantação e outra não é respeitado. Assim, os alimentos chegam a nossas mesas com poucos nutrientes, já que o solo do plantio é prejudicado pelo manejo dos agricultores.
Durante a oficina foram vistas as plantas popularmente conhecidas como beldroega, capuchinha, caruru, peixinho e ora-pro-nóbis, assim como sua identificação e preparo. Daiani também alertou para o cuidado na hora da identificação das PANCS, pois sempre há muitos nomes populares para cada planta, dependendo da região, e isso pode causar confusão para reconhecê-las. O mais seguro é buscar pelo nome científico de cada hortaliça antes de manejá-la.
As PANCS têm se popularizado entre a população, que tem buscado mais variedade de alimentos em sua dieta. Por isso, a procura pelas plantas alimentícias não convencionais tem sido cada vez maior nas feiras. Daiani explica que, pelo aumento dessa procura, a produção de PANCS também aumenta e cada vez mais produtores têm visto que essas plantas são comerciáveis e benéficas. Apesar de não serem muito conhecidas, tudo caminha para que essas hortaliças venham a ser cotidianas em nossa alimentação.
A terceira parte da Oficina “Plantas Alimentícias Não Convencionais” será realizada no dia 22 de maio, às 12h30min, na sala Ignácio Ellacuría e Companheiros - IHU, na Unisinos São Leopoldo. Além dessas oficinas, toda quarta-feira a EcoFeira Unisinos promove atividades culturais que disseminam e fomentam discussões sobre o conhecimento ecológico e também sobre políticas públicas. Clique aqui para acompanhar a programação completa do semestre.
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