29 Outubro 2014
Ele não era o que ela estava esperando, de várias maneiras. O homem que um dia seria o Papa Francisco tinha vindo para um serviço religioso muito longe da grandeza da grande catedral de Buenos Aires. Ele tinha viajado - pego o trem e, em seguida, o ônibus - para chegar em uma das favelas, o que os argentinos chamam de "villas miserias". Ele tinha escolhido o seu caminho pelos becos tortos e caóticos, atravessados com as tubulações de água e os cabos de energia elétrica, que oscilam ao longo de esgotos a céu aberto que correm como riachos mal cheirosos quando vem a chuva. Lá, em meio a casas em ruínas feitas de cimento terracota, ele conversava com uma mãe de meia-idade.
A reportagem é de Paul Vallely, publicada no sítio da revista Newsweek, 23-10-2014. A tradução é de Claudia Sbardelotto.
Ela contava-lhe da vida em uma favela pobre, aterrorizada por gangues que traficam paco - o produto de resíduos químicos baratos que sobram do processamento da cocaína enviada para a Europa e os Estados Unidos ou vendida para as classes médias abastadas da capital argentina. Os traficantes misturam o resíduo com querosene, veneno de rato ou até mesmo vidro moído, vendendo-o por um dólar para as pessoas das favelas. A droga é tão viciante que o fornecimento gratuito de um dia é o suficiente para viciar, apesar da curta duração de cada dose, seguida de um intenso desejo, paranóia e alucinações. Os traficantes têm como alvo os filhos dos pobres e adolescentes que estão a vagabundear em volta, porque não há trabalho a ser feito.
A mulher olhou para o príncipe da Igreja e pediu desculpas a ele pelo fato de que seu filho, no meio de tudo isso, tinha parado de ir à missa. O homem, que como papa tomou o nome de Francisco - o grande santo dos pobres - olhou em seus olhos como se ela fosse a única pessoa no mundo. "Mas ele é um bom garoto?", perguntou o padre.
"Oh, sim, padre Jorge", ela respondeu, evitando os títulos grandiosos do cardeal arcebispo. "Bem", declarou o prelado, "isso é o que importa".
Papa cumprimenta cardeais na Praça São Pedro (Tony Gentile/Reuters) |
Pessoas, não dogmas
Ao longo das duas primeiras semanas de outubro, o Papa Francisco reuniu o primeiro Sínodo Extraordinário dos Bispos de seu pontificado. Não houve um sínodo desse tipo por mais de 30 anos. Seu objetivo parecia ser o de persuadir os líderes da Igreja Católica a adotar a mesma abordagem que ele tinha demonstrado com a mãe na favela - e que tem caracterizado o seu ministério nas últimas três décadas. Aquele em que o cuidado dos indivíduos tem prioridade sobre a doutrina. "As realidades são maiores do que as ideias", disse Francisco em seu primeiro documento importante, Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho), que define as suas prioridades como um manifesto para o seu papado.
Mais da metade dos líderes da Igreja Católica votaram pelas mudanças - nas atitudes para com as pessoas homossexuais e para com os divorciados - em harmonia com a abordagem do novo papa. Mas uma minoria de conservadores impediram as mudanças de conseguir uma maioria de dois terços. Parece que Francisco ainda tem um longo caminho a percorrer para trazer toda a Igreja Católica em harmonia com a nova abordagem inclusiva.
Os motivos pelos quais ele escolheu travar essa luta pela alma do catolicismo são reveladores. Havia muitos itens urgentes em sua lista que ele poderia ter colocado diante dos 250 bispos, teólogos, advogados e leigos, homens e mulheres que ele escolheu a dedo para participar do Sínodo.
Poderia ter sido a reforma da disfuncional burocracia do Vaticano. Ou os escândalos de abuso sexual que tem atormentado a Igreja Católica nas duas últimas décadas. Ou como fazer o secreto Banco do Vaticano mais responsável. Mas, em vez, Francisco, que começou a lidar com todas essas questões de outras maneiras, escolheu um assunto que toca diretamente a todos do seu rebanho - a família. Audaciosamente, ele enfrentou a questão de por que grandes faixas de fiéis preferem ignorar o ensino oficial da Igreja sobre contracepção, sexo antes do casamento, coabitação, divórcio e homossexualidade.
Estilo autocrático
No entanto, há mais a noção de família do que para o homem que nasceu Jorge Mario Bergoglio, em Flores, um bairro de classe média baixa de Buenos Aires, em 1936. Embora ele seja um argentino de nascimento, o futuro Papa foi criado com massa e em uma cultura e tradição de fé distintamente italiana. Seus avós e seu pai emigraram para Buenos Aires vindos de Piemonte, no noroeste da Itália, seis anos antes de ele nascer. Eles não tinham gosto pela ditadura de Mussolini e seus filhos mais velhos tinham deixado a Itália alguns anos antes.
Papa Francisco, à frente, na escola primária (Argenpress/Rex) |
O principal legado da família para o menino foi a sua fé. A "nonna Rosa" contava-lhe histórias dos santos e ensinou-lhe a rezar o rosário. A família rezava junta todas as noites. Era uma religião camponesa que se alegrava com devoções populares, procissões, novenas e santuários. Hoje, ele mantém um lugar especial em seu coração para a fé simples das pessoas comuns.
Mas a família não era um lugar de concórdia total. Sua mãe ficou com raiva quando ela descobriu que ele não iria estudar medicina, como ele tinha dito, mas teologia.
"Eu não menti para você", o futuro jesuíta respondeu com a casuística pela qual sua ordem tem sido notória. "Eu estou estudando medicina - mas a medicina da alma". Sua mãe ficou tão chateada que ela se recusou a ir com seu filho quando ele entrou no seminário, três anos depois, aos 19 anos. Levou anos para ela aceitar que sua noção de família deveria acomodar seu filho mais velho tornar-se um padre.
Para Bergoglio, a noção de família estendeu-se para adotar os jesuítas, ordem religiosa fundada no século XVI pelo soldado-transformado-místico Inácio de Loyola. Depois de ter sido professor de filosofia e teologia no seminário dos jesuítas, ele decidiu entrar na ordem cujos membros consideram-se "contemplativos na ação".
Mas as famílias têm tensões e rivalidades, bem como carinho e apoio. Os jesuítas na Argentina estavam divididos nos anos de 1960 e 1970, com a chegada da Teologia da Libertação, que queria que a Igreja trabalhasse pela emancipação econômica e política dos pobres. Jesuítas progressistas, incluindo seu líder, o padre Ricardo O'Farrell, abraçaram essa linha. Mas os conservadores queriam manter o seu emprego tradicional de educar os filhos dos ricos. Eles reclamaram para Roma sobre O'Farrell e a liderança dos jesuítas na Argentina substituiu-o por um jovem conservador - Jorge Mario Bergoglio, que foi feito provincial dos Jesuítas na tenra idade de 36 anos.
No entanto, Bergoglio não curou a divisão na família jesuíta. Ele a piorou com o seu estilo autocrático inexperiente. Tão profunda era a divisão que um jesuíta mais velho escreveu em privado, na véspera da eleição papal, que um papado Bergoglio seria "uma catástrofe" para a Igreja, concluindo: "Nós passamos duas décadas tentando consertar o caos que o homem nos deixou".
Crise interior
Tão divisivos foram os seus 15 anos como jesuíta chefão na Argentina que, quando o seu mandato terminou, em 1986, ele foi enviado para o exílio por líderes jesuítas em Roma. Ele foi primeiro para a Alemanha, onde o motivo da família, mais uma vez surgiu. Em uma igreja em Augsburg, ele descobriu uma pintura que tinha sido encomendada para celebrar o trabalho de um velho sábio jesuíta que havia resgatado o casamento fracassado de um aristocrata bávaro do século XVII. Intitulada Maria Desatadora dos Nós, essa pintura mostrava a Virgem Maria desembaraçando os nós na longa fita usada para celebrar o casamento do nobre e de sua esposa.
A pintura falou diretamente a Bergoglio sobre os emaranhados que ele tinha exacerbado entre os jesuítas da Argentina através de seu estilo de liderança inexperiente que, mais tarde ele admitiu, foi precipitado e autoritário, levando-o a ser percebido como ultraconservador.
Bergoglio no metrô(Emiliano Lasalvia/Latincontent/Getty) |
Ele voltou para a Argentina apenas para ser enviado por dois anos a um exílio interno na remota cidade de Córdoba, alguns 650 km de Buenos Aires, onde se submeteu, ao que ele mais tarde descreveu, a "um momento de grande crise interior".
Embora não seja possível ver a alma de outra pessoa, parece claro que neste período de exílio, em que não lhe foi dado nenhum trabalho de tempo integral para fazer, Bergoglio encontrou uma maneira de olhar ainda mais para a sua própria.
Bergoglio sempre foi um homem de profunda oração. Por muitos anos, o seu hábito tem sido acordar entre 4:30 e 5:00 todas as manhãs para passar duas horas em oração silenciosa diante do tabernáculo antes de começar seu dia de trabalho. É nesse período de oração que ele faz suas grandes decisões, disse-me um de seus assessores. Em Córdoba, ele também fez o conjunto de exercícios espirituais inventados pelo fundador dos jesuítas, Inácio de Loyola. No centro destes exercícios está um processo de discernimento que ajuda o praticante a despir-se de suas camadas de autojustificação e auto-ilusão, e penetrar até o âmago de seu comportamento e de sua motivação.
O que está claro agora é que Bergoglio saiu da crise espiritual como um homem totalmente diferente. Ele teve uma profunda conversão que reconfigurou sua compreensão da maneira que Deus queria que ele se comportasse. Ele desenvolveu um novo modelo de liderança, um modelo que envolvia escuta, participação e colegialidade. Quando ele chegou ao seu próximo trabalho, como bispo assistente em Buenos Aires, o antigo Bergoglio havia desaparecido. Ele havia transmutado de um reacionário autoritário para a figura de humildade radical que hoje está virando o Vaticano de cabeça para baixo.
Transformação chocante
Voltar para a cidade de seu nascimento, como bispo, significou que Bergoglio abraçava uma família ainda maior. Ele ia para as "villas miserias" e passava longas horas com os mais pobres dos pobres. Ele ficou conhecido como o bispo das favelas. Durante os seus 18 anos como bispo e depois arcebispo de Buenos Aires, um padre me disse, Bergoglio falou pessoalmente com pelo menos metade das pessoas em sua favela. Ele iria chegar, passear pelas ruelas, conversar com os moradores, abençoar seus filhos e suas casas, e tomar o mate com eles. "Ele não vê os pobres como pessoas a quem ele pode ajudar, mas sim como pessoas de quem ele pode aprender", disse o padre Guillermo Marcó. "Ele acredita que os pobres estão mais perto de Deus do que o resto de nós".
Muitos duvidaram da transformação. Um de seus ex-alunos jesuítas, padre Rafael Velasco, que agora é reitor da Universidade Católica de Córdoba, disse-me: "Bergoglio era tão conservador que fiquei um pouco chocado anos mais tarde, quando ele começou a falar sobre os pobres. Não era algo que parecia estar no topo da sua agenda na época, mas tornou-se claramente quando ele era um bispo. Algo mudou. "E não apenas no próprio Bergoglio. Ao longo das próximas duas décadas, Bergoglio transformou a face da Igreja em Buenos Aires. Ele quadruplicou o número de sacerdotes que atuam nas favelas. Ele ficou preocupado com a pressão da água nas tubulações, tanto quanto com a água benta nas igrejas. Ele apoiou grupos de auto-ajuda, cooperativas e organizações politizadas - exatamente o tipo de trabalho que ele havia condenado duas décadas antes.
O homem que já foi o flagelo da Teologia da Libertação entre os jesuítas da Argentina, ajudou a formar uma união entre os catadores - algumas das pessoas mais pobres de Buenos Aires que ganham a vida fazendo a triagem do lixo da cidade a cada noite para encontrar e vender materiais recicláveis. "Ele queria ajudá-los a garantir seus direitos", disse Federico Wals, que foi o porta-voz de Bergoglio por muitos anos.
Ele mesmo abraçou muito da análise econômica que levou a Teologia da Libertação a cair em desgraça com o Vaticano sob o papa polonês e anti-marxista, João Paulo II. Bergoglio começou a usar a linguagem da Teologia da Libertação, condenando os sistemas econômicos opressivos como "estruturas de pecado".
Quando a Argentina se tornou a maior inadimplente da dívida que o mundo já tinha visto, em 2001, quase metade da população mergulhou para abaixo da linha de pobreza. Bergoglio respondeu denunciando a "distribuição injusta de bens". O que o pobre precisava não era caridade, mas justiça; "Não compartilhar a riqueza com os pobres é roubar deles", proclamou. Bergoglio havia começado a falar como um teólogo da libertação.
Mas se o contato direto de Bergoglio com os pobres foi tornando-o um radical político - e inimigo dos governos peronistas de Néstor Kirchner e, em seguida, de sua esposa, Cristina Kirchner - ele também estava afetando suas atitudes para a forma como a Igreja deveria ministrar às pessoas. A dura vida das favelas criou altos níveis de desemprego, criminalidade, uso de drogas e prostituição, o que trouxe níveis elevados de divórcio, novos casamentos e coabitação.
Nas favelas de Buenos Aires, ele aprendeu a ver o mundo de forma diferente, diz o padre Augusto Zampini, sacerdote diocesano da cidade, que ensinou no Colégio Máximo, onde Bergoglio já foi reitor. O futuro papa não alterou sua ortodoxia doutrinária em assuntos como a proibição da Igreja aos católicos divorciados e recasados para receber a Comunhão. Mas ele não permitiu que a doutrina da Igreja anulasse a sua prioridade pastoral para com o povo conturbado que ele conheceu nas favelas.
"Quando você está trabalhando em uma favela, 90% de sua congregação são solteiros ou divorciados", diz Zampini. "Você tem que aprender a lidar com isso. A comunhão para os divorciados que voltaram a casar não é um problema lá. Todo mundo recebe a Comunhão". A prioridade de Bergoglio tornou-se compreender os problemas enfrentados pelos pobres, em vez de se concentrar na obediência a regras inflexíveis.
Ele mostrou uma sensibilidade especial para com aqueles que vivem em situações difíceis, e os que se sentem marginalizados da vida da Igreja. "Ele nunca foi rígido sobre as coisas pequenas e estúpidas", diz o padre Juan Isasmendi, o pároco na Villa 21, "porque ele estava interessado em algo mais profundo".
Rebelião contra Roma
Nem todo mundo aprovou esse abraço de heterodoxia. Jerónimo José Podestá era um bispo católico progressista cujos ensinamentos radicais, na década de 1960, irritavam o Vaticano. Ele foi expulso do episcopado por Roma a mando de bispos conservadores da Argentina. Na época de sua morte, em 2000, Podestá era pobre e vivia na obscuridade. Ninguém na Igreja queria ter algo a ver com ele - exceto um homem.
Bergoglio tomando mate. (PA) |
Roma, sem dúvida, desaprovou o contato do arcebispo com o prelado em desgraça. Mas Bergoglio não se coíbia daquilo que ele via como seu dever de compaixão. Ele foi usado para desagrado de Roma. Em seu tempo como arcebispo de Buenos Aries, tornou-se imensamente impaciente com funcionários juniores do Vaticano que tratavam os cardeais de todo o mundo com uma desconsideração infantilizada. "Eles falam com a gente como se fôssemos coroinhas", um cardeal queixou-se para mim. As recomendações de Bergoglio para aqueles que deveriam se tornar bispos eram rotineiramente invalidadas. Os inimigos conservadores da Igreja estavam constantemente relatando-o a Roma por trás das costas.
No ano passado, o Papa Bento XVI chocou o mundo ao renunciar. Os cardeais que se reuniram para eleger o seu sucessor realizaram dias de debate privado antes de votar. Nas discussões, os clérigos seniores de todo o mundo se queixaram de serem tratados por Roma como Bergoglio havia sido. O Vaticano era para ser seu servo, mas comportava-se como se fosse seu mestre.
Os cardeais articulavam duas prioridades para o novo papa. Ele deveria reformar o escandaloso Banco Vaticano e a burocracia disfuncional do Vaticano conhecida como a Cúria. E ele deveria restaurar um senso de colegialidade ao governo da Igreja, de modo que ele fosse executado por bispos de forma coletiva, em vez de o pontífice se comportar como um monarca medieval.
Francisco agiu rapidamente para reformar o banco e a burocracia, trazendo equipes de consultores de alta gestão, removendo reguladores ineficazes e fechando mais de mil contas duvidosas. Ele criou um Conselho Consultivo de Cardeais como um contrapeso à Cúria; seus membros vieram de todos os continentes, e entre eles estão conservadores, bem como moderados, mas todos tem em comum o fato de terem sido previamente críticos ferozes do centralismo arrogante do Vaticano.
Mas os problemas enfrentados no Sínodo deste mês foram mais polêmicos dentro da Igreja. Francisco preparou o terreno com cuidado, enviando inúmeros sinais de que ele quer mudanças. Ele casou 20 casais - algo que papas raramente fazem - e incluiu entre eles, vários que já viviam juntos, em contradição com o ensino oficial da Igreja. E ele inclinou a preparação para o Sínodo para que o debate se concentrasse em uma questão totêmica - a proibição de católicos recasados a receber a Comunhão.
O papa poderia ter simplesmente anunciado que estava desvinculando a prática de receber a Comunhão da doutrina da indissolubilidade do casamento. Mas Francisco não quer ser um autocrata pastoral da forma que os papas anteriores foram ditadores filosóficos ou teológicos. Ele quer mudar a forma como a Igreja faz a tomada de decisões, para transformá-la de uma monarquia para um corpo em que o papa, os bispos, os sacerdotes e as pessoas constituam uma comunhão colegial.
Ele começou enviando um questionário para os católicos comuns pedindo suas opiniões sobre a doutrina da Igreja sobre a contracepção, o sexo pré-marital, coabitação, divórcio e homossexualidade. Foi um movimento sem precedentes. No passado, do fiel somente era esperado que rezasse e pagasse o dízimo passivamente. Em seguida, ele fez das respostas - muitas das quais eram altamente críticas - a base para a ordem do dia das discussões sinodais. Em seguida, às vésperas do Sínodo, ele anunciou que a discussão deveria ser franca e destemida - o oposto do clima sob os papas anteriores, onde a dissidência era desencorajada ou suprimida.
Mudança em marcha
Ele conseguiu o que queria. Houve um debate livre e feroz entre liberais e conservadores ideológicos (a mais estridente das quais, o cardeal Raymond Burke, dos Estados Unidos, a afirmar que o papa está prestes a demiti-lo de seu posto como o mais antigo juiz de direito canônico da Santa Sé). Os conservadores pastorais têm se dividido entre os dois lados. No entanto, a votação sobre acolher gays falhou por apenas dois votos para obter a maioria de dois terços.
A mudança está claramente em marcha. Uma série de documentos foram elaborados - um relatório intercalar, relatórios de pequenos grupos e um relatório final que foi menos acolhedor para os gays e divorciados. Estes são agora objeto de um ano de intenso debate. Então, haverá uma sínodo maior sobre a família em outubro próximo, quando o papa - que concluiu advertindo contra a "rigidez hostil" dos tradicionalistas e a "boa vontade destrutiva" dos liberais - terá a palavra final.
Não vai ser um negócio simples. Na verdade, pode ficar até um pouco confuso. Mas, assim é a vida familiar. E o Papa Francisco é, acima de tudo, um homem de família.
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A crise que mudou o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU