Apesar da situação tensa relacionada à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, o Frei Massimo Fusarelli, OFM, encorajou os frades a permanecerem "como franciscanos em uma terra ferida".

A reportagem é publicada por AICA, 23-04-2024.

O Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores (franciscanos), Frei Massimo Fusarelli, OFM, pediu aos franciscanos que permanecessem na Terra Santa apesar da situação tensa relacionada à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, que representa uma ameaça à sua segurança. "Por favor, irmãos, permaneçam aqui!", disse um padre italiano de 63 anos que visitou a Custódia Franciscana da Terra Santa na semana passada.

"Muitas pessoas estão indo embora daqui, de ambas as nações deste país. Até mesmo os cristãos estão indo embora. Nós estamos ficando. É claro que não temos nossas famílias e filhos aqui, talvez seja mais fácil para nós. Mas ficar aqui é um sinal importante", disse o 121º sucessor de São Francisco de Assis à frente da Ordem dos Frades Menores.

Ele explicou que a decisão de ficar, apesar da crescente escalada militar na região, não significa "nos trancar em nossos mosteiros", mas significa "ficar com as pessoas e permanecer como defensores". Ele confessou que os franciscanos "estão magoados com tudo o que está acontecendo" na Terra Santa, mas, segundo ele, "também estão determinados a permanecer aqui".

A visita do Ministro Geral estava programada há um ano e coincidiu precisamente com os dias de maior tensão em Israel, com a guerra em curso em Gaza e várias frentes em risco de se abrirem. “Considerando que os frades e os cristãos vivem aqui em perigo todos os dias, pensei que por alguns dias eu também poderia fazer isso”.

Entrevistado pelo site da Custódia, Fusarelli refletiu sobre a situação e os desafios da comunidade custodial da Terra Santa, mas também sobre o significado de viver o carisma de São Francisco em uma terra marcada pelos estigmas, pelas feridas de Jesus. E também sobre a importância do diálogo, da presença e da linguagem do amor.

Sobre o momento de sua visita, o Ministro Geral explicou que "considerando que os frades e os cristãos vivem aqui em perigo todos os dias, pensei que por alguns dias eu poderia fazer o mesmo. Vim justamente com esse espírito de proximidade e de escuta".

Diálogo e tutela

"São Francisco usa com frequência o verbo 'guardar'", explicou Fra Massimo. Guardar não é manter sob vidro, esconder. Guardar é manter, ouvir, observar, entrar mais profundamente no profundo mistério que vivemos. Para nós, guardar os Lugares Santos significa estar neles de maneira dinâmica, antes de tudo, com oração contínua, com intercessão contínua. A custódia também significa permitir que esses lugares falem hoje, mesmo com a linguagem da arte", observou ele.

E acrescentou: "A linguagem da arte, da oração, a linguagem fundamental da permanência nesses lugares, nos diz que Deus ama esta terra e ama o mundo".

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