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Eis o que significa nascer numa “Faixa”

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17 Outubro 2023

"O que significa nascer numa Faixa? O que significa nascer e crescer num campo de refugiados de pessoas expulsas de suas casas e expulsas de sua terra, e sem nenhuma perspectiva credível de superar aquela condição de finalmente ter um Estado nacional e ter uma casa novamente? Significa crescer a pão e ódio. Às vezes pode até faltar pão, mas nunca o ódio; aliás, certamente ele aumenta pela falta de pão", escreve o teólogo italiano Vito Mancuso, ex-professor da Universidade San Raffaele, de Milão, e da Universidade de Pádua, em artigo publicado por La Stampa, 15-10-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo. 

O número um do Hamas (que atualmente reside no Catar, de onde divulgou um vídeo que o filma orando a seu Deus agradecendo pelo massacre de israelenses por seus irmãos) o nome dele é Ismail Haniyeh e ele nasceu em 1962, o mesmo ano em que eu nasci. O número dois do Hamas (que está atualmente na Faixa de Gaza e que para os israelenses já é um homem morto) chama-se Yahya Sinwar e também nasceu em 1962. Eu poderia ter sido colega de classe deles, sentado na mesa ao lado, jogando futebol juntos. Só no papel, obviamente, porque na realidade, enquanto eu nasci numa cidade industrial de Brianza, parte de um estado nacional relativamente próspero, os dois nasceram em um campo de refugiados na Faixa de Gaza desprovidos de um país que representasse a sua nação (não por acaso tive que escrever "Faixa", não País). O que significa nascer numa Faixa? O que significa nascer e crescer num campo de refugiados de pessoas expulsas de suas casas e expulsas de sua terra, e sem nenhuma perspectiva credível de superar aquela condição de finalmente ter um Estado nacional e ter uma casa novamente? Significa crescer a pão e ódio. Às vezes pode até faltar pão, mas nunca o ódio; aliás, certamente ele aumenta pela falta de pão.

Pode ser pelo mesmo ano de nascimento, mas não posso deixar de me perguntar o que teria representado para mim crescer naquelas condições. O que eu teria me tornado, vindo ao mundo no mesmo ano do número 1 e do número 2 do Hamas, se eu tivesse nascido lá, de pais expulsos de suas casas e da sua terra, e vendo que as esperanças de restabelecer um mínimo de decência nas minhas condições de vida, em vez de crescer, diminuem dia a dia até se tornarem inexistentes?

O leitor não pense que este meu discurso pretenda justificar ou mesmo julgar com menor severidade o massacre de 7 de outubro perpetrado pelos militantes, ou melhor, terroristas, do Hamas. Não, nenhuma justificativa de qualquer tipo. No entanto, estou convencido de que não deve ser abandonada a inteligência que procura as causas porque só assim se pode chegar à verdadeira raiz dos problemas. Escreveu um dos maiores pensadores judeus de todos os tempos, Baruch Spinoza, que citarei bastante neste artigo: “Fiz um esforço cuidadoso para não ridicularizar, não lamentar nem desqualificar as ações humanas, mas para compreendê-las" (Tratado Político, I, 4). Compreender: é disso que se trata e, portanto, a pergunta é: o massacre do Hamas poderia ser atribuído às condições em que os palestinos se encontram de 1948 até hoje, que se tornaram gradualmente cada vez mais intoleráveis? “A maior prisão a céu aberto”, como foi justamente definida de Faixa de Gaza, e o roubo contínuo de terras pelos colonos israelenses na Cisjordânia podem representar uma explicação suficiente para o ódio assassino do Hamas? Para essa pergunta eu respondo não.

Mapa da Faixa de Gaza (Foto: Wikimedia Commons/Lencer Indech)

Não estou dizendo que a situação social e política do povo palestino não esteja em jogo na gênese daquele ódio; estou dizendo que não basta para explicar a repetida decapitação de crianças judias, assumida como símbolo mais trágico do enorme massacre. Se as condições injustas de Gaza fossem a razão suficiente, deveríamos logicamente concluir que os mais de dois milhões de palestinos na Faixa estariam dispostos a realizar o mesmo gesto: todos prontos para degolar meninas e meninos indefesos.

É claro que não posso saber com certeza de que esse não seja realmente o caso, mas minha razão se recusa a prosseguir com essas generalizações grosseiras porque sua tarefa é estruturalmente outra: a distinção. Distinguir é o trabalho por excelência do raciocínio devidamente desenvolvido, e da mesma forma que pela agressividade e desprezo pela propriedade alheia por parte dos colonos israelenses não é lícito inferir que todos os israelenses estejam dispostos a espezinhar o direito internacional, assim do massacre do Hamas não é lícito inferir que todos os habitantes da Faixa de Gaza estejam prontos para cometer os crimes inqualificáveis de poucos dias atrás.

Mas, se as condições sociopolíticas não são suficientes para compreender o massacre do Hamas, que outros fatores precisam considerados? A resposta não é difícil: o ódio. Não o ódio como um ímpeto de raiva mais incandescente que o normal que em alguns momentos pode incendiar a alma, não; bem mais radicalmente, o ódio como persistente e sistemática ideologia que, de cabeça fria e totalmente na posse de sua faculdade, não pensa em nada além do inimigo e de sua eliminação. O ódio como combustível da vida de um ser humano. Porque este é o ponto: é possível fazer do ódio a fonte de energia, a própria fonte vital, a razão da existência. O ódio pode conferir uma espécie de macabra vitalidade e lucidez ao pensamento.

Sami Modiano, um sobrevivente de Auschwitz, afirmou: “Não é verdade que o ódio é cego, tem a visão muito apurada, a de um franco-atirador, e quando adormece seu sono nunca é para sempre, retorna."

E que o ódio tem a visão muito aguçada é demonstrado pela precisão com que o Hamas preparou e conduziu o massacre.

Voltemos aos seus líderes. Pode-se nascer no mesmo ano, na mesma cidade ou no mesmo campo de refugiados, até mesmo na mesma família, e ter vidas diferentes, até opostas. Felizmente ou infelizmente, somos seres indeterminados. Felizmente ou infelizmente, a liberdade existe realmente. Outro sobrevivente de Auschwitz, o psicólogo judeu vienense Victor Frankl, escreveu ao refletir sobre as condições do campo de extermínio: “Tudo o que acontece à alma do homem é o resultado de uma decisão interna. Em princípio, todo homem, mesmo que condicionado por gravíssimas circunstâncias externas, pode de alguma forma decidir o que será dele." Pode-se ler o Alcorão e tirar daí lições de ódio e de violência; pode-se lê-lo e tirar ensinamentos de amor e de paz. O mesmo vale para a Bíblia, onde também há passagens de ódio ardente e outras de amor luminoso. Por que alguns leem o seu livro sagrado da primeira maneira e outros da segunda? O mesmo se aplica a todas as outras leituras, a começar pela mais importante de todas, a nossa vida: por que alguns a interpretam como ódio e outros, em igualdade de condições, como um desejo de paz? Depois de ter observado com o mais rigoroso distanciamento as ações humanas na sua gênese e no seu desenvolvimento, Spinoza chega à conclusão de que “o ódio nunca pode ser bom” (Ética IV, 45).

Concordo plenamente com ele. Nunca significa “nunca”, mesmo quando se trata de responder ao ódio recebido. Especialmente quando é o Estado quem age, como especifica Spinoza: “Tudo que apetecemos por sermos afetados de ódio é torpe, no Estado, injusto”. A característica peculiar de um verdadeiro político é a capacidade de enfrentar o inimigo com determinação, mas sem ódio, pois, como escreveu novamente Spinoza, “todo aquele que se guia pela razão deseja também para os outros o bem que deseja para si” (Ética, IV, 73). Você deseja terra? Dê terra também ao seu inimigo. Você deseja água? Dê água ao seu inimigo. E assim para todo outro bem vital. Por trás dessas palavras do maior filósofo judeu, vejo o rosto nobre de Yitzhak Rabin.

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