10 Novembro 2020
As empresas dos EUA e da Alemanha declaram que sua candidata a vacina "foi eficaz na prevenção de 90% das infecções durante a fase 3" e que em breve solicitarão ao FDA dos EUA a autorização para a produção. Notícia recebida com entusiasmo pela OMS, pela Comissão Europeia e pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, Biden, que recomendam, contudo, "continuar a nos proteger mutuamente" com máscaras e distanciamento.
A reportagem é de Alessandro Di Bussolo, publicada por Vatican News, 09-11-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
A notícia reacende as esperanças do mundo para uma saída mais rápida da pandemia de Covid-19: Pfizer e BioNTech anunciam que a vacina desenvolvida em conjunto "é eficaz na prevenção de 90 por cento das infecções durante a fase 3 do ensaio, que ainda está em andamento", de acordo com o comunicado pelo presidente da Pfizer, empresa farmacêutica estadunidense, Albert Bourla. A alemã BioNTech acrescenta que em breve as duas empresas vão solicitar ao Food and Drug Administration (Fda), órgão do governo estadunidense que trata da regulamentação de alimentos e produtos farmacêuticos, a autorização para a produção da vacina.
Uma "notícia encorajadora", comenta o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que agradece no Twitter "a todos os cientistas e parceiros do mundo que são desenvolver novas ferramentas eficazes e seguras para derrotar o Covid-19". "O mundo - conclui o diretor da OMS - está experimentando uma inovação e colaboração científica sem precedentes para pôr fim à pandemia".
"Ótima notícia, a ciência europeia funciona!" congratula-se a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sempre no Twitter e anuncia que em breve “a Comissão vai assinar um contrato com a Pfizer e a BioNTech para ter até 300 milhões de doses. Enquanto isso, vamos continuar a nos proteger mutuamente”. “Esta vacina faz a diferença”, comenta o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, alertando, no entanto, que será preciso aguardar sua aprovação. “Queremos agir de forma europeia e não seguir uma linha nacional - acrescenta em uma entrevista coletiva - ainda não podemos responder à pergunta de qual a quantidade de doses e quando estarão disponíveis.”
São resultados "simplesmente extraordinários", o virologista do governo dos EUA Anthony Fauci junta-se ao coro entusiasmado. "Poucas pessoas esperavam que fossem tão altos", acrescenta, garantindo que haverá "um grande impacto na resposta à Covid". São "excelentes notícias" também para o presidente eleito Joe Biden, que se congratula com "as mulheres e homens brilhantes que contribuíram para garantir essa virada e nos deram motivo de esperança". Mas ele adverte que "ainda faltam meses para o final de esta batalha contra o covid-19. Esta notícia segue um cronograma previamente anunciado por executivos da indústria farmacêutica que esperam que a vacina seja aprovada até o final de novembro. Mesmo que isso for conseguido e alguns cidadãos dos EUA forem vacinados até o final deste ano, levará meses até que haja uma ampla vacinação neste país" Por isso Biden convida a continuar a respeitar as medidas preconizadas pelas autoridades sanitárias, a começar pelo uso da máscara, “que continua a ser uma arma mais poderosa do que a vacina contra o vírus”.
Para o ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, essas são "notícias animadoras. Mas ainda é preciso muita prudência. A pesquisa científica é a verdadeira chave para superar a emergência. Nesse ínterim, nunca devemos esquecer que os comportamentos de cada um de nós são essenciais para reduzir a curva".
E também há euforia nos mercados financeiros. Wall Street abriu com forte alta no índice Dow Jones subindo 5,04% e as ações da Pfizer 7,06%, enquanto as ações da BioNTech cotadas na Nasdaq subiram 15,86%. Na Europa, com a notícia da vacina, Milão subiu 5%, Londres 3,99%, Paris 5,39%, Frankfurt 4,8% e Madrid 6%.
Enquanto isso, o Food and Drug Administration concedeu também à candidata a vacina da empresa estadunidense de biotecnologia Novavax o percurso rápido para a aprovação, conforme anunciado pela própria empresa. Trata-se de uma vacina em fase avançada de desenvolvimento clínico, já na fase 3, cujos primeiros resultados são esperados para o início de 2021. Os primeiros dados da fase 3 do ensaio clínico, já iniciado no Reino Unido, serão conhecidos do início do próximo ano, enquanto nos Estados Unidos e no México a fase três começará em breve.
O Papa Francisco manifestou-se repetidamente sobre as vacinas para curar a pandemia de Covid-19. No dia 19 de setembro, num encontro com os membros da Fundação Banco Farmacêutico, reiterou a necessidade de “globalizar” os cuidados sanitários, para dar a todos “a possibilidade de ter acesso àqueles fármacos que podem salvar muitas vidas para todas as populações”. Uma exigência ainda mais premente em tempos de pandemia, quando grandes setores da população mundial correm o risco de ser excluídos da distribuição da vacina contra o Coronavírus. E no dia 19 de agosto, na audiência geral, o Papa destacou que “seria triste se os mais ricos tivessem prioridade na vacina contra o Covid-19”. E que seria escandaloso se toda a ajuda econômica prevista, principalmente com dinheiro público, "se concentrasse em resgatar indústrias que não contribuem para a inclusão dos excluídos, para a promoção dos últimos, para o bem comum ou para o cuidado da criação".
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Covid: Pfizer e BioNTech anunciam uma candidata a vacina 90% eficaz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU