28 Novembro 2025
O presidente turco, em seu discurso de boas-vindas a Leão XIV, denunciou o bombardeio israelense de igrejas na Faixa de Gaza e prometeu cooperar com o Pontífice para proteger a "identidade histórica de Jerusalém Oriental".
A informação é publicada por Religión Digital, 27-11-2025.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou o bombardeio israelense de igrejas na Faixa de Gaza em seu discurso de boas-vindas ao Papa Leão XIV na quinta-feira e prometeu cooperar com o Pontífice para proteger a "identidade histórica de Jerusalém Oriental".
Em seu discurso no palácio presidencial, com Leão XIV sentado na primeira fila da plateia, Erdogan lembrou que tanques israelenses bombardearam a igreja da Sagrada Família em julho, a única igreja católica em Gaza, causando três mortes e vários feridos.
"Nossa maior dívida para com os palestinos é a justiça", disse Erdogan no evento, transmitido ao vivo pela NTV, reiterando a necessidade de estabelecer um Estado palestino vizinho a Israel dentro das fronteiras de 1967.
"Estou confiante de que agiremos juntos contra qualquer ato que prejudique a identidade histórica de Jerusalém Oriental", disse o presidente, enfatizando a "importância de preservar um legado antigo baseado na fé".
Erdogan também enfatizou o respeito da Turquia pelo passado cristão da Anatólia, observando que "de Istambul a Mardin e Trabzon" igrejas cristãs convivem com mesquitas e sinagogas.
Desde que seu partido chegou ao poder na Turquia em 2002, afirmou ele, "mais de cem igrejas e templos" foram restaurados, sem especificar se esse número inclui outros locais religiosos, e outros cinco projetos serão concluídos antes do fim do ano.
Acolhendo refugiados
O chefe de Estado turco revelou que, durante sua audiência privada com o Papa, falou especialmente sobre o sofrimento daqueles que foram forçados a emigrar e lembrou que a Turquia acolheu 3,6 milhões de refugiados sírios durante treze anos, além de ter aberto suas portas àqueles que fugiram da Ucrânia após a invasão russa.
Além disso, o presidente enfatizou a importância da família como alicerce da sociedade e afirmou que "sem proteger a família, o indivíduo não pode ser protegido".
Leão XIV foi recebido no palácio presidencial com as honras devidas a um chefe de Estado e uma salva de 21 tiros, após o que se reuniu em particular com Erdogan e, em seguida, participou de uma cerimônia pública. Durante a cerimônia, o Papa sentou-se entre o público enquanto o presidente turco discursava, antes de subir ao pódio para proferir seu próprio discurso, com o presidente turco ouvindo da primeira fila.
Leia mais
- Leão XIV embarca em sua primeira viagem: ele irá à Turquia e ao Líbano e se aproximará das linhas de frente com Israel
- A viagem ecumênica de Leão XIV entre Turquia e Líbano e os dilemas do mundo ortodoxo. Artigo de Giovanni Maria Vian
- Turquia... e Líbano: o Vaticano já está preparando a primeira viagem internacional de Leão XIV
- Turquia, Ucrânia e Peru são as primeiras viagens do Papa. Mas a América está se afastando
- Leão XIV expressa seu desejo de encontrar o Patriarca Bartolomeu durante a comemoração do aniversário de Niceia
- Leão XIV, o desaparecido
- Com Leão XIV, o verão foi ameno… mas o que podemos esperar do outono e inverno?
- Preparativos para a viagem? Papa Leão XIV encontra-se com arcebispo turco
- Bartolomeu marca 30 de novembro como a possível visita de Leão XIV a Niceia
- O Credo, ontem e hoje. Artigo de Fulvio Ferrario
- Linguagens da fé para a juventude: provocações a partir de Niceia. Artigo de Valeria Andrade Leal
- O Concílio de Niceia proibiu ajoelhar-se durante a Eucaristia dominical
- Niceia e a voz das mulheres. Entrevista com Mutale Mulenga Kaunda
- Pizzaballa em Gaza após o ataque à sua paróquia. O Patriarca Ortodoxo Grego também estava com ele
- "Não ficaremos em silêncio; é hora de parar a guerra em Gaza". Entrevista com Pierbattista Pizzaballa
- Lado a lado com Gaza até o fim. O choro dos católicos palestinos. Artigo Francesca Mannocchi
- Gaza é uma prisão, virou uma grande jaula, constata o pároco
- O pároco de Gaza: “É uma catástrofe, até na paróquia racionamos tudo”. Entrevista com Gabriel Romanelli