07 Novembro 2025
- Anteriormente, o presidente do Estado da Palestina visitou o túmulo de Francisco: "Não posso esquecer o que ele fez pela Palestina e pelo povo palestino, e não posso esquecer que ele reconheceu a Palestina sem que ninguém lhe pedisse para fazê-lo"
A reportagem é de Jesus Bastante, publicada por Religión Digital, 06-11-2025.
Um encontro histórico. Um mês depois de (pelo menos oficialmente) as armas ficarem em silêncio em Gaza, a situação não melhorou muito. A partir disso, e de muitas outras coisas, falaram Leão XIV e Mahmoud Abbas, "presidente do Estado da Palestina", como reconhecido pela nota oficial da Santa Sé.
Uma reunião emocional e concreta, porque o Papa e o líder palestino concordaram com a "urgência de prestar assistência à população civil de Gaza e acabar com o conflito", na qual ambos os líderes foram encorajados a continuar "perseguindo a perspectiva da solução de dois Estados". Israel e Palestina, condenados a compreender-se, em paz, na própria Terra Santa. Terra santa e martirizada.
Enquanto os ecos do genocídio continuam, o foco da atenção global parece voltado para outros eventos atuais. Porém, as pessoas continuam a morrer, de fome, de injustiça, em Gaza e na Cisjordânia. O encontro de hoje entre Leão e Abbas também serve para reivindicar o décimo aniversário do Acordo Global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina.
Abbas já havia tido uma conversa telefônica com Leão XIV em 21 de julho, que abordou a evolução do conflito na Faixa de Gaza e o pontífice reiterou seu apelo pelo pleno respeito ao direito internacional humanitário, enfatizando a obrigação de proteger civis e locais sagrados, bem como a proibição do uso indiscriminado da força e do deslocamento forçado de populações.
O presidente palestino chegou à capital italiana, Roma, nesta quarta-feira, em uma visita oficial de três dias em que realizará reuniões com o Chefe de Estado, Sergio Mattarella e a primeira-ministra Giorgia Meloni. Primeiro de tudo, Abbas queria visitar o túmulo de Francisco: "Eu não posso esquecer o que ele fez pela Palestina e pelo povo palestino, e não posso esquecer que ele reconheceu a Palestina sem que ninguém lhe pedisse para fazê-lo".
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