Um duelo nos céus do Alasca, tensões elevadas entre EUA e Rússia. Moscou: "Se atirar, é guerra"

Foto: Art Guzman/Pexels

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26 Setembro 2025

Quatro F-16 interceptam os bombardeiros. MiGs também sobrevoam a Letônia. Pentágono: Hegseth ordena uma reunião urgente com generais e almirantes.

A reportagem é de Claudio Tito, publicada por La Repubblica, 26-09-2025.

Os céus europeus estão mais uma vez repletos de drones e MiGs russos. Ontem, cinco jatos do Kremlin se aproximaram do espaço aéreo letão e foram interceptados por dois caças húngaros sob o comando da OTAN. Esta foi mais uma tentativa da Força Aérea Russa de testar as capacidades reativas da Aliança Ocidental. Mas as tensões também dispararam — pela primeira vez — entre os Estados Unidos e Moscou, depois que a Força Aérea Americana enviou quatro F-16, quatro aviões-tanque e um radar E-3 para interceptar dois bombardeiros estratégicos Tu-95 e dois caças S-35 voando perto do Alasca. O clima, portanto, está aquecido, com a OTAN reiterando sua prontidão para "abater" aeronaves inimigas. E Moscou respondeu sem rodeios: "Nesse caso, haveria guerra."

Alasca e Letônia, aliás, não foram os únicos palcos de tensão. Na quarta-feira à noite, sirenes soaram novamente na Dinamarca. Após a paralisação do Aeroporto de Copenhague, um número significativo de drones sobrevoou os aeroportos de Aalborg, Esbjerg, Snderborg e Skrydstrup, interrompendo as operações por várias horas. E no último domingo, as tensões aumentaram pelo mesmo motivo na França. Aeronaves de pequeno porte sobrevoaram a base militar de Mourmelon-le-Grand, no nordeste do país.

As provocações do Kremlin, portanto, continuam, e o sinal político que enviou à UE é claro. Não pode ser coincidência que a Dinamarca tenha se tornado objeto da atenção russa: na próxima quinta-feira, o Conselho Europeu informal se reunirá na capital dinamarquesa sob a presidência rotativa do primeiro-ministro Frederiksen.

Mas as principais repercussões recaem principalmente sobre a OTAN. Em particular, as relações entre os EUA e a Rússia, que se deterioraram rapidamente desde a cúpula de agosto no Alasca entre Trump e Putin. O presidente dos EUA enviou uma mensagem clara ao próprio Putin ontem: "Estou muito decepcionado com ele". Na realidade, o líder americano referia-se à Ucrânia: "Acho que chegou a hora de a Rússia parar por aí". O magnata nunca havia sido tão claro em relação ao Kremlin.

Anteontem, ele chegou a dar sinal verde para a possível derrubada de MiGs. E, de fato, a posição da OTAN foi rapidamente corrigida. Veja o que o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, reiterou ontem, considerando a ameaça representada por drones na Dinamarca como "séria": "Se necessário, poderíamos abater caças russos. Concordo plenamente com o Presidente Trump". Este ponto foi formalmente comunicado pelos embaixadores da Grã-Bretanha, França e Alemanha a alguns interlocutores oficiais em Moscou. Este episódio também desencadeou uma reação do Kremlin. "A consequência de abater um dos nossos aviões", alertou o embaixador russo na França, Alexey Meshkov, "seria a guerra".

E hoje, os ministros da defesa dos países da UE mais próximos da Rússia realizarão uma consulta, liderada pelo comissário de Defesa da UE, Kubilius, para determinar como construir o chamado "muro de drones". Dinamarca, Finlândia, Estônia, Lituânia, Letônia, Romênia, Polônia, Eslováquia e Ucrânia participarão (a Hungria ainda não confirmou sua presença).

Mas o tema estará inevitavelmente na agenda da cúpula de chefes de Estado e de governo convocada para a próxima semana em Copenhague. A emergência da defesa é agora o ponto central de todas as discussões. E na cúpula, os líderes também discutirão como usar os ativos russos congelados. A ideia é identificar um instrumento legalmente aceitável para transferir todo o valor, mais de 170 bilhões de euros, para Kiev. E vincular essa transferência na forma de um empréstimo, reembolsável somente quando Moscou concordar em pagar as reparações de guerra à Ucrânia. Uma possibilidade que atualmente parece decididamente remota.

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