Sánchez anuncia o envio de um navio militar para assistir à flotilha para Gaza

Foto: Esra Hocugla | Anadolu Ajansi

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25 Setembro 2025

“Com coerência e consistência, reafirmamos nosso apoio total à Ucrânia e condenamos o genocídio que sofre o povo palestino”, disse o presidente do Governo na missão permanente da Espanha na ONU.

A informação é de Andrés Gil, publicada por El Salto, 24-09-2025. 

O presidente do Governo, Pedro Sánchez, anunciou na missão permanente da Espanha junto às Nações Unidas que “um navio zarpará de Cartagena para assistir” à flotilha para Gaza ou “realizar algum resgate” se necessário.

Felipe VI exige na ONU que Israel "detenha já o massacre aberrante" em Gaza, sem classificar a ofensiva de Netanyahu como genocídio

O anúncio de Sánchez está relacionado ao fato de que a Flotilha Global Sumud — iniciativa humanitária que busca romper o bloqueio israelense a Gaza — informou nesta terça-feira “ao menos 13 explosões” e o voo de “drones não identificados”, além de “interferências nas comunicações” em sua travessia rumo à faixa palestina no Mediterrâneo. A Itália respondeu enviando um navio para missões de resgate.

A organização denunciou em mensagem publicada em sua conta oficial no Telegram — que vem atualizando as informações ao longo desta quarta-feira — que as explosões foram ouvidas “em e ao redor de vários barcos da flotilha”, além de relatar que vários tripulantes viram “objetos lançados sobre ao menos dez barcos a partir de drones ou aeronaves, causando danos”.

A flotilha internacional já havia informado previamente sobre o sobrevoo de “mais de 15 drones” a baixa altitude sobre o barco Alma, a mesma embarcação que foi “atacada” durante sua escala na Tunísia e que as autoridades tunisianas consideraram uma “ação premeditada”. “Não há vítimas reportadas. A extensão dos danos será completamente avaliada à luz do dia”, acrescentou o comunicado.

“O governo da Espanha exige que se cumpra a lei internacional e se respeite o direito dos cidadãos de navegar pelo Mediterrâneo com segurança”, disse o chefe do Executivo espanhol. “Nesta flotilha da paz estão representados 40 países, vão expressar solidariedade com o sofrimento dos gazatinos. Há poucos dias, o Ministério das Relações Exteriores emitiu, junto com outros países, uma declaração conjunta na qual anunciávamos que protegeríamos nossos cidadãos. Este navio tem como objetivo garantir que, caso haja alguma dificuldade, os nacionais e integrantes da flotilha possam ser resgatados. A Itália já tomou essa decisão também, e nós vamos prover essa salvaguarda.”

Sánchez fez este anúncio no contexto de uma semana da Assembleia Geral das Nações Unidas fortemente influenciada pelo reconhecimento do Estado Palestino por países relevantes como Reino Unido, França e Canadá.

Palestina deve ter plenos direitos na comunidade internacional”, disse Pedro Sánchez nesta quarta-feira. “Com coerência e consistência, reafirmamos nosso apoio total à Ucrânia e condenamos o genocídio que sofre o povo palestino.”

“Estou nos antípodas de Trump, na crise climática, na saúde global, nos crimes em Gaza... Uma coisa é ter o direito de se defender, outra é matar indiscriminadamente pessoas.”

Sobre a convalidação do decreto do embargo, que aparentemente não conta com o apoio do Junts, Sánchez afirmou: “Não posso me colocar no lugar de outros. Mas nossa posição é a majoritária nas Nações Unidas. Em muitas situações, debates de senso comum são ideologizados: ou se está com os direitos humanos ou não se está com os direitos humanos. Nada tem a ver com esquerda e direita, mas com humanidade e respeito ao direito humanitário. Oitenta e dois por cento da cidadania espanhola classificava como genocídio o que Netanyahu faz em Gaza. Defendemos os mesmos valores e isso nos faz ganhar o respeito da comunidade internacional.”

“Temos uma divergência com o governo israelense, mas queremos preservar as relações diplomáticas, esta é nossa posição e ambição. Não sei o que pode acontecer, mas as acusações de Israel contra membros da flotilha são preocupantes. Por isso vamos enviar um navio para que retornem ao seu país, a Espanha. A Espanha vai proteger seus compatriotas do ponto de vista diplomático e político.”

Òscar Camps: “Não é um favor, é um dever”

O presidente da Open Arms, Òscar Camps, considera que o navio que a Espanha enviará “não é um favor, é um dever”. “Se Israel bloquear ou agredir, enfrentará não apenas civis, mas dois Estados soberanos da UE”, acrescentou, em referência ao navio enviado nesta quarta-feira pela Itália com o mesmo objetivo.

O fundador da ONG de resgate de migrantes defendeu que “o mar não pode ser fronteira, nem prisão, nem cemitério”.

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