Israel como uma "super-Esparta": o sonho autárquico de Netanyahu

Foto: Kobi Gideon | GPO

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18 Setembro 2025

O primeiro-ministro usou a comparação para responder àqueles que temem que o Estado judaico fique cada vez mais isolado. Críticas também vieram de líderes empresariais.

A reportagem é de Enrico Franceschini, publicada por La Repubblica, 17-09-2025.

"Não queremos nos tornar uma super-Esparta", reclama um líder da oposição. "Esparta não, nesse ritmo nos tornaremos a Coreia do Norte", ecoa outro parlamentar. Enquanto isso, o mercado de ações despenca, o shekel perde terreno em relação ao dólar e empresários e sindicatos protestam. As palavras de Benjamin Netanyahu geraram uma onda de controvérsia em Israel: "Precisamos de uma economia mais autossuficiente", disse o primeiro-ministro na segunda-feira, discutindo o crescente isolamento internacional do país como resultado da guerra de Gaza. "Seremos Atenas e uma super-Esparta", acrescentou. "Não temos escolha". Muitos em Jerusalém e Tel Aviv estão respondendo, acusando-o de arrastar o país para o abismo.

O protesto dos empresários

"Não somos Esparta. O governo precisa pôr fim a esta guerra e convocar eleições antecipadas. Enquanto Netanyahu permanecer no poder, enfrentaremos uma crise perigosa e sem precedentes", declara o Fórum Empresarial de Israel, um grupo de 200 empreendedores e CEOs de grandes empresas de alta tecnologia, a força motriz da economia israelense. "Nossa economia está demonstrando resiliência diante de uma situação crítica, mas ela não pode durar para sempre", afirma a comunidade empresarial. "O governo precisa mudar imediatamente de direção no interesse dos cidadãos, promover urgentemente o fim da guerra mais longa da história israelense, garantir a libertação dos reféns, anunciar uma comissão de inquérito sobre o ataque de 7 de outubro (o ataque do Hamas no sul de Israel há dois anos) e definir uma data para as eleições em breve. Estamos marchando em direção a um abismo que ameaça a própria existência de Israel."

Uma reação semelhante veio de Arnon Bar-David, presidente da Histadrut, o maior sindicato de Israel: "Nossa sociedade está exausta. Nossa posição no mundo é terrível. Não queremos ser Esparta. Queremos viver em um país que crie um futuro para suas crianças. Netanyahu está nos levando ao desastre. Precisamos trabalhar para fazer a economia crescer e garantir a paz".

E da oposição

Yair Lapid, líder da oposição no parlamento, escreveu na rede social X: "Usar Esparta como exemplo é uma comparação terrível. O isolamento de Israel não é resultado do destino, mas sim das decisões ruins e malsucedidas do primeiro-ministro." O general Yair Golan, líder do Partido Democrata, concordou: "Netanyahu quer a guerra eterna; ele está pronto para sacrificar a nação, a economia e nossas relações com o mundo". E o parlamentar Rem Barak o interrompeu: "Coreia do Norte, estamos prestes a nos tornar como vocês!"

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