Francisco: “O mundo precisa de artistas proféticos, de intelectuais corajosos”

Foto: Vatican Media

Mais Lidos

  • Zohran Mamdani está reescrevendo as regras políticas em torno do apoio a Israel. Artigo de Kenneth Roth

    LER MAIS
  • “Os discursos dos feminismos ecoterritoriais questionam uma estrutura de poder na qual não se quer tocar”. Entrevista com Yayo Herrero

    LER MAIS
  • O filho de mil homens. Comentário de Daniel Brazil

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

17 Fevereiro 2025

  • "Queridos artistas, vejo em vocês guardiões da beleza, que sabem se curvar diante das feridas do mundo, que sabem escutar o grito dos pobres, dos sofredores, dos feridos, dos prisioneiros, dos perseguidos, dos refugiados. Vejo em vocês guardiões das Bem-aventuranças";

  • "Vivemos numa época em que novos muros estão sendo erguidos, em que as diferenças se tornam um pretexto para a divisão em vez de uma oportunidade para o enriquecimento mútuo. Mas vocês, homens e mulheres de cultura, são chamados a construir pontes, a criar espaços de encontro e diálogo, a iluminar mentes e inflamar corações";

  • "Nunca pare de procurar, questionar, correr riscos. Porque a verdadeira arte nunca é confortável, ela oferece a paz da inquietação. E lembre-se: esperança não é uma ilusão; beleza não é uma utopia."

A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 16-02-2025. 

"O mundo precisa de artistas proféticos, intelectuais corajosos, criadores de cultura." Em meio a uma mudança de era que lembra outras mais sombrias que nunca devem ser esquecidas, o Papa Francisco pediu aos artistas e às pessoas do mundo da cultura em geral que "sejam testemunhas da visão revolucionária das Bem-aventuranças", porque "sua missão não é apenas criar beleza, mas revelar a verdade, a bondade e a beleza escondidas nas dobras da história, dar voz àqueles que não têm voz, transformar a dor em esperança".

As palavras do Papa ressoaram na Basílica de São Pedro durante a missa do Jubileu dos Artistas e da Cultura, proferida pelo cardeal português José Tolentino de Mendonça , que presidiu a cerimônia em vista da convalescença de Francisco no hospital, internado na Policlínica Gemelli, em Roma, na sexta-feira passada, devido a um agravamento de sua bronquite, o que também o impedirá de liderar a oração do Angelus esta tarde.

"Vivemos um momento de crise complexa, que é econômica e social e, sobretudo, é uma crise da alma, uma crise de sentido", disse o Papa em sua homilia. Nesse sentido, o Pontífice acredita que “o artista é aquele que tem a tarefa de ajudar a humanidade a não perder o rumo, a não se afastar do horizonte da esperança”, por isso “a arte autêntica é sempre um encontro com o mistério, com a beleza que nos supera, com a dor que nos interroga, com a verdade que nos chama”.

"Caros artistas, vejo em vocês guardiões da beleza, que sabem se curvar diante das feridas do mundo , que sabem ouvir o grito dos pobres, dos sofredores, dos feridos, dos prisioneiros, dos perseguidos, dos refugiados. Vejo em vocês guardiões das Bem-aventuranças", destacou o Papa.

"Vivemos numa época em que novos muros estão sendo erguidos, em que as diferenças se tornam um pretexto para a divisão em vez de uma oportunidade para o enriquecimento mútuo. Mas vocês, homens e mulheres de cultura, são chamados a construir pontes, a criar espaços de encontro e diálogo , a iluminar mentes e inflamar corações."

"A arte não é um luxo, mas uma necessidade do espírito. Não é uma fuga, mas uma responsabilidade, um convite à ação, um chamado, um grito. Educar na beleza significa educar na esperança", enfatizou o Papa em sua homilia, fazendo outro pedido expresso: "Deixem-se guiar pelo Evangelho das Bem-aventuranças, e que a arte que vocês fazem seja anúncio de um mundo novo; que sua poesia o torne visível para nós".

"Nunca pare de procurar, questionar, correr riscos. Porque a verdadeira arte nunca é confortável, ela oferece paz da inquietação. E lembre-se: a esperança não é uma ilusão; a beleza não é uma utopia; o dom que você tem não é uma coincidência, é um chamado. Responda com generosidade, com paixão, com amor", enfatizou o Papa na homilia lida pelo prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, ele próprio um poeta distinto.

Leia aqui a homilia na íntegra.

Leia mais