16 Janeiro 2025
O ano ainda agora começou e já foram encerradas 15 instituições sem fins lucrativos na Nicarágua, a somar às mais de 5.400 ONG que se viram obrigadas a cessar as suas atividades ou a abandonar o país por pressão do regime ditatorial de Daniel Ortega e da sua esposa Rosario Murillo, desde 2018. Entre elas, encontra-se agora a Save the Children, que contava com uma equipa de 46 pessoas a trabalhar no apoio ao acesso à educação e saúde das crianças mais pobres.
A reportagem é publicada por 7Margens, 14-01-2025.
Oficialmente presente na Nicarágua desde 1986, a organização humanitária internacional começou a apoiar crianças e adolescentes no país a partir de 1972, após o terramoto que então destruiu o centro da capital, Manágua, causando perto de 20 mil mortos.
Em agosto passado, já havia sido encerrada a filial da Save the Children Canada, entidade que recebia fundos daquele país norte-americano e que desenvolvia projetos na Nicarágua desde 2004.
Entre as organizações dissolvidas nos últimos dias estão também a Fundação das Monjas Dominicanas Contemplativas, a Fundação Missionária Cristã Ebenezer, a Associação da Igreja Batista Fundamental de Matagalpa e a Fundação Ajuda para a Nicarágua.
A decisão de encerrar estas 15 organizações foi oficializada através de acordos ministeriais assinados pela ministra do Interior, María Amelia Coronel Kinloch e corresponde a mais um episódio de repressão dos direitos humanos, e em particular da liberdade religiosa no país, que o 7MARGENS tem vindo a acompanhar. De acordo com ACI Prensa, só em 2024, o regime de Ortega e Murillo fechou cerca de 1.700 ONG, incluindo 1.500 num único dia, a 19 de agosto. Destas, 678 eram organizações cristãs.