Brasil quer entrar em associação de energia renovável enquanto faz acordo em combustíveis fósseis

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15 Janeiro 2025

Um ano após sinalizar adesão à OPEP+, dos maiores produtores de petróleo, país retoma processo para integrar agência de fontes renováveis.

 A reportagem é publicada por ClimaInfo, 15-01-2025.

“Uma reza pra Deus, uma vela pro cão”. O dito popular é um bom resumo para a postura do governo brasileiro no setor de energia. E a ida do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao Oriente Médio ilustra essa contradição de um país rico em fontes renováveis, mas que continua insistindo em investir na sujeira dos combustíveis fósseis.

Silveira foi para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), participar da 15ª assembleia da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA). No sábado (11/1), o ministro anunciou a retomada do processo de adesão do Brasil à entidade, interrompido no governo Bolsonaro, informa o Valor. O governo brasileiro também convidou a agência para atuar como secretária da futura Coalizão Global para Planejamento da Transição e Segurança Energética, que deve ser lançada oficialmente no Rio de Janeiro em junho.

O país que agora tenta se associar a uma agência de energia renovável é o mesmo que há pouco mais de um ano comemorava sua adesão à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que reúne os maiores produtores de combustíveis fósseis do planeta. A adesão foi anunciada no fim de 2023 na COP28, em Dubai, logo após o presidente Lula ter feito um discurso no qual cobrava os países a abandonarem os combustíveis fósseis.

Falando em combustíveis fósseis, dias depois da assembleia da IRENA o mesmíssimo Alexandre Silveira foi a Riad, na Arábia Saudita. Lá, firmou acordos com a petroleira estatal Saudi Aramco para transferência de conhecimentos nas áreas de inteligência artificial, descarbonização da operação de petróleo e gás, estudo sismológico do fundo do mar e segurança na pesquisa e exploração de combustíveis fósseis. Segundo o Valor, a visita de Silveira a Riad teve como objetivo, entre outros pontos, fortalecer a cadeia produtiva de petróleo e gás no Brasil.

Ao Valor, Silveira disse que não há contradição em buscar cooperações internacionais concorrentes entre si. “Temos que investir na pluralidade e conciliar as diferentes fontes”, disse ele. A emergência climática que espere.

Diante disso, não é surpreendente que Silveira tenha dito na mesma ocasião que tem esperança de que o IBAMA conceda a licença para a Petrobras perfurar um poço de exploração de petróleo na foz do Amazonas ainda este ano. E que a liberação do documento – que o órgão ambiental vem negando por razões técnicas, resistindo a pressões políticas, inclusive do ministro – não geraria danos à imagem do país na COP30, em novembro, em Belém. Então tá.

Em tempo: A sanção do marco regulatório para eólicas offshore pelo presidente Lula na semana passada abre caminho para a realização do primeiro leilão de cessão de uso de áreas no mar já em 2025, avalia Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Se a licitação de fato ocorrer ainda neste ano, a previsão da entidade é que as primeiras usinas no mar possam entrar em operação a partir de 2031, informa o UOL.

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