Zelensky destaca o apoio do Patriarca Bartolomeu após banir a Igreja Ortodoxa Russa na Ucrânia

Foto: Vatican News

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23 Agosto 2024

  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou ao Patriarca Ecumênico da Igreja Ortodoxa Bartolomeu os detalhes da lei adotada esta semana por Kiev para proibir na Ucrânia as atividades da Igreja Ortodoxa Ucraniana subordinada ao Patriarcado de Moscou.
  • “É muito importante que compreendamos da mesma forma o potencial unificador para a Ortodoxia Ucraniana que a lei aprovada traz”, disse Zelensky depois de falar com Bartolomeu, antes de insistir na necessidade de “eliminar verdadeiramente a dependência de Moscou” no plano religioso.
  • “Estamos cientes de que a Ucrânia está a tomar medidas legais contra a Igreja Ortodoxa Ucraniana afiliada a Moscou devido ao total apoio do Patriarcado de Moscou da Igreja Ortodoxa Russa à guerra de agressão russa”, disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros da UE.

A informação publicada por Religión Digital, 22-08-2024.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou o Patriarca Ecumênico da Igreja Ortodoxa, Bartolomeu I, dos detalhes da lei adotada esta semana por Kiev para proibir na Ucrânia as atividades da Igreja Ortodoxa Ucraniana subordinada ao Patriarcado de Moscou. Zelensky destacou, após a conversa com o Patriarca de Constantinopla (Istambul), o seu apoio à “defesa” e à “independência” da Ucrânia.

“Eu os informei sobre a lei aprovada para fortalecer nossa independência espiritual”, disse Zelensky em seu discurso à nação na noite de terça-feira, referindo-se à decisão de proibir as atividades da Igreja Ortodoxa Ucraniana, que permanece canonicamente dependente do Patriarcado de Moscou.

O Patriarca Bartolomeu - 'primus inter pares', ou primeiro entre iguais, de todos os patriarcas da Igreja Oriental ou Ortodoxa - reconheceu a Igreja Ortodoxa Ucraniana (IOU) como uma Igreja nacional autocéfala em 2018. Até então, a Ortodoxia Ucraniana não tinha a sua própria Igreja nacional oficialmente reconhecida e estava canonicamente subordinada ao Patriarcado de Moscou, representado na Ucrânia pelo IOU, agora proibido por Kiev.

A decisão de Bartolomeu – que condenou categoricamente a invasão russa da Ucrânia – provocou indignação em Moscou, levando a Igreja Ortodoxa Russa a romper relações com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.

“É muito importante que compreendamos da mesma forma o potencial unificador para a Ortodoxia Ucraniana que a lei aprovada traz”, disse Zelensky depois de falar com Bartolomeu, antes de insistir na necessidade de “eliminar verdadeiramente a dependência de Moscou” no plano religioso.

Conforme noticiado pela agência EFE, as autoridades ucranianas veem a Igreja Ortodoxa Ucraniana ligada a Moscou como um apêndice do Kremlin para enfraquecer a causa nacional ucraniana e promover a ideologia pró-Rússia.

O apoio de Kiril à invasão

Numa declaração pública feita no primeiro ano da guerra, a IOU abjurou os seus laços com o Patriarca Kirill da Rússia, que deu o seu total apoio à invasão militar da Ucrânia. Kiev descreveu esta medida como cosmética e insiste que esta Igreja continua a depender da Rússia do ponto de vista canônico.

Desde o início da guerra, a Ucrânia deteve numerosos sacerdotes desta Igreja por alegada colaboração com as forças invasoras. A Rússia conseguiu a libertação e transferência para o seu território de alguns deles em troca de ucranianos capturados pelas tropas russas.

Hierarcas da Igreja Ortodoxa Ucraniana ligadas a Moscou afirmam ter rompido todos os laços com a Rússia e denunciam a perseguição religiosa por parte das autoridades de Kiev.

A UE não vê em perigo a liberdade religiosa na Ucrânia

Por outro lado, a União Europeia (UE) tomou nota deste projeto de lei na Ucrânia, garantindo que as autoridades ucranianas estão a cumprir a liberdade religiosa. “Estamos cientes de que a Ucrânia está a tomar medidas legais contra a Igreja Ortodoxa Ucraniana, afiliada a Moscou, devido ao total apoio do Patriarcado de Moscou da Igreja Ortodoxa Russa à guerra de agressão russa”, disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros da UE, Peter Stano, em declarações para a Europa Press.

Neste sentido, sublinhou que a lei – que concede até nove meses às instituições da Igreja Ortodoxa Ucraniana para romperem os laços com o Patriarcado de Moscou – se baseia em “razões de segurança nacional e prevenção de interferências estrangeiras da Rússia”. “A Constituição da Ucrânia, bem como a legislação relacionada, estabelece o direito à liberdade de religião e crença, conforme estipulado na Convenção Europeia dos Direitos Humanos e na Carta dos Direitos Fundamentais da UE”, acrescentou.

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