Proibida a Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado da Rússia

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05 Dezembro 2022

O presidente Zelensky iniciou os procedimentos legislativos para proibir a Igreja Ortodoxa Ucraniana ligada ao Patriarcado de Moscou de operar e promover atividades de culto em todo país. Ainda não é a expulsão do território da Ucrânia. Mas certamente uma limitação muito forte da liberdade religiosa, baseada na suspeita de que espiões russos se escondem entre as fileiras do clero e nos mosteiros ortodoxos ucranianos ligados a Moscou e ocorrem atividades políticas orquestradas pelo Kremlin.

A reportagem é de Luca Kocci, publicada por Il Manifesto, 04-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

No entanto, a mesma Igreja Ortodoxa Ucraniana fiel ao Patriarcado de Moscou, liderada pelo metropolita de Kiev Onofrio, já havia se distanciado de Kirill em maio passado - que de fato não é mais mencionado nas liturgias -, reforçando sua "plena autossuficiência e independência" de Moscou: não um cisma, mas quase, embora as autoridades ucranianas reduzam sua dimensão (ver Il Manifesto de 29 de maio).

E condenou reiteradamente a invasão russa da Ucrânia, como confirmou ontem o bispo Kliment, porta-voz da Igreja, em entrevista ao Repubblica: “Condenamos a invasão russa do dia 24 de fevereiro passado, o primeiro dia. Inspiramos todas as igrejas ortodoxas da Europa a apoiar a liberdade da Ucrânia. “Rezamos e pedimos para rezar por todo o povo ucraniano. Aquela não é uma guerra santa", como afirma o patriarca de Moscou Kirill. Evidentemente, para Zelensky, isso não é suficiente.

Mas também vislumbra-se a hipótese de que, na realidade, Kiev queira liquidar a Igreja Ortodoxa Ucraniana ainda ligada a Moscou e transferir todas as suas doze mil paróquias para a segunda Igreja Ortodoxa Ucraniana, que em 2018 - inclusive devido às fortes pressões do ex-presidente ucraniano filo-ocidental Poroshenko - formalmente se separou de Moscou ao obter "autocefalia" do Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu e atualmente é liderada pelo Metropolita Epifânio.

A história começou há algumas semanas, quando os serviços secretos ucranianos iniciaram uma série de buscas em vários mosteiros e paróquias da Igreja Ortodoxa Ucraniana ligada a Moscou, onde parece ter sido encontrado material de propaganda pró-Rússia. No final da noite de quinta-feira, 1º de dezembro, chegou o decreto assinado por Zelensky que propõe a proibição de todas as organizações religiosas "filiadas a centros de influência da Federação Russa", começando, obviamente, pela Igreja Ortodoxa, que não rompeu todos os laços com Moscou. No dia seguinte, então, o mosteiro das grutas de Kiev - o principal local de culto da ortodoxia fiel a Moscou - tornou-se propriedade da Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana.

Queremos "garantir a independência espiritual da Ucrânia", "jamais permitiremos que alguém construa um império dentro da alma ucraniana", disse Zelensky, ilustrando o decreto. Que, no entanto, ainda não é operacional: o Conselho Nacional de Segurança e Defesa tem dois meses para transformá-lo em um projeto de lei que a Rada de Kiev terá que aprovar.

“Os dirigentes ucranianos estão prontos para agir contra sua própria população, principalmente os mais indefesos e vulneráveis, os fiéis e o clero da maior e única Igreja Ortodoxa canônica da Ucrânia”, comentou no Telegram o porta-voz da Igreja ortodoxa russa, Vladimir Legoida. "As autoridades ucranianas se tornaram inimigas declaradas de Cristo e da fé ortodoxa", acrescentou o vice-presidente russo Medvedev. Em suma, a guerra também é travada nas Igrejas.

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