01 Agosto 2024
Em carta dirigida ao presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, e ao presidente do Comitê Olímpico Francês, David Lappartient, o secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Dr. Pastor Jerry Pillay, pede uma explicação sobre a controvérsia do que muitos cristãos no mundo perceberam como uma representação da Última Ceia de Cristo durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris.
A reportagem é de Edelberto Behs.
“Estamos cientes de que foram tornadas públicas respostas de que a referência a essa cena é retratar ‘A Festa dos Deuses’ (1635), de Jan Harmensz van Biijlert – os deuses do Olimpo celebrando o casamento de Tétis e Peleu, com Apolo (não Jesus) coroado no centro da mesa e Dionísio em primeiro plano. No entanto, é impensável e questionável que os organizadores dos Jogos Olímpicos de Paris não tinham dado qualquer consideração às semelhanças com a Última Ceia e à controvérsia que esta iria suscitar entre os cristãos e outras pessoas de fé”, escreveu Pillay na carta emitida em 29 de julho.
E ainda temos um plot twist. Nem era a Última Ceia de Leonardo da Vinci, mas o Festim dos Deuses que está no museu Magnin em Dijon [o que faz todo sentido, fiquei com uma pulga atrás da orelha, o que teria ver esse quadro de da Vinci com a França, até porque ele está na Itália]. https://t.co/k64LK5joEC
— Hugo Albuquerque (@hugoalbuquerque) July 28, 2024
Pillay reportou que o CMI é representado por 352 igrejas-membro com mais de 600 milhões de cristãos no mundo” e “como a maior irmandade ecumênica do mundo, temos a responsabilidade de responder às preocupações dos cristãos levantadas sobre a zombaria percebida da fé cristã na cena da Última Ceia na cerimônia e, portanto, solicitamos sua resposta imediata ao nosso pedido”.
O secretário geral do CMI lembrou, na carta, que a Última Ceia é essencial para as crenças e práticas cristãs “e qualquer forma de mensagem equivocada é claramente inaceitável e, pior ainda, qualquer expressão de zombaria sobre o que os cristãos consideram sagrado e profundamente teológico mostra a mais elevada forma de desrespeito e insensibilidade”.
“Como algo tão grosseiramente ofensivo consegue a aprovação para esse evento esportivo global?” – indagou ao Comitê Olímpico Internacional o presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul, Brent Leatherwood, em carta envida a Thomas Bach.
As Olimpíadas, argumentou, “têm o objetivo de ‘desenvolver harmonia’ por meio da instilação de ‘um modo de vida baseado na alegria encontrada no esforço, no valor educacional do bom exemplo e no respeito pelos princípios éticos fundamentais universais”. Letaherwood classificou o episódio como “espetáculo inapropriado”, que provocou “revolta” entre os cristãos do mundo.
Também a Conferência Episcopal Católica da França lamentou as “cenas de escárnio e zombaria do cristianismo, que lamentamos profundamente”.
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Pillay pede explicações sobre o que cristãos consideraram zombaria da Última Ceia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU