24 Julho 2024
Depois de realizar reportagem, em 2018, na rodoviária de Tuzla sobre o movimento de migrantes e refugiados em busca de novas possibilidades na Europa, o repórter Senad Piric decidiu ajudar essas pessoas, pois percebeu que elas precisavam, com urgência, de água e alimentos.
A reportagem é de Edelberto Behs.
Tuzla é uma cidade industrial localizada no leste da Bósnia e Herzegovina, perto da fronteira com a Sérvia, um importante ponto de contato para migrantes e refugiados que pretendem chegar à Europa através da vizinha Croácia. O trabalho de Piric não é reconhecido pela população, que vê esses passageiros com xenofobia.
Por isso que Piric mantém, atualmente, um armazém em local secreto com suprimento para as pessoas que continuam chegando à rodoviária de Tuzla, às vezes às centenas por dia. Para evitar que durmam no chão, o jornalista fornece colchões e travesseiros.
Ele também desenvolveu projeto em que mulheres muçulmanas e sérvias vendem alimentos em conjunto, uma modalidade que ele encontrou de curar feridas da guerra dos Balcãs.
“Às vezes tudo isso é demais para mim e me sinto sozinho. É difícil quando você traz para casa uma centena de problemas, mas só consegue resolver alguns deles. Mas ainda assim estou aqui. A injustiça me dá forças para continuar”, disse Piric ao serviço de imprensa da Federação Luterana Mundial.
Leia mais
- Hospitalidade - Desafio e Paradoxo. Por uma cidadania ativa e universal. Revista IHU On-Line, Nº 499
- Aporofobia dos migrantes, uma estratégia política dos novos autoritarismos. Artigo de Castor M.M. Bartolomé Ruiz
- Xenofobia: uma barreira ao direito de migrar. Entrevista especial com Giuliana Redin
- “A xenofobia é o ápice da irracionalidade”, constata Dom Adilson Busin
- Construir o futuro com migrantes e refugiados: o novo vídeo do Papa Francisco
- Refugiados são um sintoma de fracasso coletivo - somente trabalhando juntos será possível enfrentar as causas básicas
- ''A União Europeia está míope diante da crise dos refugiados. Falta estratégia.'' Entrevista com Filippo Grandi
- Deslocamento forçado atinge novo recorde em 2022: 108 milhões de pessoas
- Refugiados já são três milhões. “Estamos nos preparando para o pior dos cenários”, alerta Filippo Grandi, o Alto Comissário da ONU para os Refugiados
- Rota de migrantes pode ser uma via para a morte
- Cemitério do Mediterrâneo: 17 mil cadáveres
- No inferno de neve e minas
- Migrantes no Mediterrâneo, recorde de vítimas em setembro: 20% morreram ou desapareceram
- Jovens migrantes: Europa? Um sonho… Artigo de Renato Zilio
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Um jornalista que foi além das palavras - Instituto Humanitas Unisinos - IHU