05 Abril 2024
O sistema de saúde entrou em colapso no estado caribenho, cerca de 53 mil pessoas foram forçadas a fugir por gangues armadas. Padre Missionário Erwan: “Não podemos sair para comprar alimentos ou medicamentos para as pessoas que acolhemos, as crianças deficientes, os doentes, os familiares dos pacientes hospitalizados e o pessoal médico e de enfermagem.
A reportagem é publicada por Vatican News, 04-04-2024.
“As gangues ficam cada dia mais armadas e mais ferozes, ficamos barricados dentro do hospital, na esperança de que não nos ataquem. Não podemos sair para comprar comida ou remédios para as pessoas que acolhemos, crianças deficientes, doentes, familiares dos pacientes e do pessoal médico e de enfermagem”. Estas são as palavras – relata a agência Fides – do Padre Erwan, missionário dos Ministros dos Enfermos (Camilianos), que escreve da capital do Haiti, Porto Príncipe, onde a tragédia continua a afetar a população “Permitiram que, mediante ‘pagamento de dinheiro de proteção’, saíssemos com a ambulância apenas uma vez para comprar 30 cilindros de oxigênio para pacientes hospitalizados e para operações cirúrgicas!", sublinha o camiliano que é ecônomo do Foyer San Camillo e está presente junto com seu irmão Padre Robert, que é o diretor. O Foyer está localizado em La Plaine, no município de Croix de Bouquet, saída norte de Porto Príncipe.
“Penso na tragédia que vive o povo haitiano e que cai cada dia mais fundo no abismo da indiferença global”, ecoa o Padre Antonio Menegon. “Ninguém fala sobre isso, pior ainda, ninguém intervém e com o pouco que podemos tentamos estar presentes para ajudar os muitos “fantasmas” haitianos a viver apesar do silêncio que os rodeia. Salvar a vida do povo haitiano significa continuar a ressurreição de Jesus na vida cotidiana”, conclui o sacerdote, responsável pela organização camiliana sem fins lucrativos Madian Orizzonti.
Segundo um relatório das Nações Unidas, mais de 50 mil pessoas fugiram da capital nas últimas semanas, além dos mais de 100 mil refugiados já presentes no sul do Haiti. A violência de gangues armadas levou cerca de 53 mil pessoas a deixar a capital nas últimas três semanas, revela um relatório publicado terça-feira pela Organização Internacional para as Migrações. Mais de metade dirige-se para o sul do país, onde já vivem 116 mil pessoas que anteriormente fugiram.
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Haiti, os Camilianos barricaram-se no hospital da capital. População em fuga - Instituto Humanitas Unisinos - IHU