03 Abril 2024
A reportagem é publicada por Religiòn Digital, 02-04-2024.
Quase seis meses de guerra em Gaza, e as armas não se calaram. Nós, os membros da Companhia de Jesus (os jesuítas), assim como tantos outros católicos, cristãos, homens e mulheres de todas as crenças e não crentes, recusamo-nos a ficar em silêncio. Nossas vozes continuam a se erguer em oração, em lamento, em protesto contra a morte e a destruição que ainda prevalecem em Gaza e em outros territórios de Israel/Palestina, estendendo-se aos países vizinhos do Oriente Médio.
Após os horrores dos ataques ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, os intensos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza e a ofensiva terrestre que deixou grande parte da Faixa de Gaza em ruínas, agora testemunhamos a fome e a propagação de doenças em Gaza. Dezenas de milhares de pessoas morreram, quase 1.800 israelenses e mais de 32.000 palestinos (sem contar os que ainda precisam ser desenterrados dos escombros). Além das vidas perdidas, há centenas de milhares de vidas arruinadas, feridos, pessoas sem-teto e agora famintos e sofrendo com doenças.
Comprometidos há décadas nas comunidades e sociedades do Oriente Médio, nós, como jesuítas, queremos dizer que não precisa ser assim. A escolha da morte sobre a vida, da vingança sobre a reconciliação, da injustiça sobre a justiça, do interesse próprio sobre o relacionamento, da violência sobre o diálogo, é uma escolha e não um destino predestinado. Outras opções podem ser feitas. Continuaremos a promover o sonho de um futuro diferente, um futuro já previsto pelos profetas nas Sagradas Escrituras. "Converterão suas espadas em arados e suas lanças em podadeiras; não levantará espada nação contra nação, nem se prepararão mais para a guerra" (Isaías 2,4).
Unimos nossa voz à do Santo Padre, o Papa Francisco, que advertiu repetidamente: "A guerra é uma derrota! Toda guerra é uma derrota" (Angelus, 8 de outubro de 2023). Reiteramos nosso apelo a um cessar-fogo imediato, à libertação de todos os reféns de 7 de outubro, às negociações e ao início de um processo que traga libertação, liberdade e justiça para todos no Oriente Médio, o único caminho para a verdadeira paz.
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Gaza. 'Nos recusamos a ficar em silêncio', afirmam os jesuítas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU