26 Março 2024
Entre “diferenças e convergências”, a discussão continua sobre as questões que surgiram durante o Caminho Sinodal da Igreja na Alemanha.
A reportagem é de Gianni Cardinale, publicada por Avvenire, 24-03-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
Prossegue o delicado diálogo entre a Santa Sé e o episcopado alemão sobre as questões levantadas no e pelo Caminho sinodal empreendido pela Igreja Católica na Alemanha. Na sexta-feira, no Vaticano, encontraram-se representantes da Cúria Romana e da Conferência Episcopal Alemã (CEA), para continuar o diálogo iniciado durante a visita ad limina dos Bispos alemães em novembro de 2022. Naquela oportunidade ficou acordado que as questões teológicas e disciplinares que surgiram no Caminho sinodal seriam discutidas mais a fundo. Posteriormente, aconteceu uma primeira conversa mais restrita, realizada em 26 de julho de 2023. A reunião decorreu num clima positivo e construtivo. Será seguida por outras. De acordo com uma nota conjunta publicada na noite de sexta-feira, a nova reunião, “que durou o dia inteiro”, se realizou – como tinha acontecido no encontro anterior – “num clima positivo e construtivo”. O comunicado informa que “foram discutidas algumas questões teológicas abertas e levantadas nos documentos do Caminho Sinodal da Igreja na Alemanha”.
Isto permitiu identificar “diferenças e convergências, conforme método adotado no Relatório Final de síntese do Sínodo da Igreja Universal de outubro de 2023”. Ficou, portanto, “acordada uma troca regular entre representantes da CEA e da Santa Sé sobre o futuro trabalho do Caminho Sinodal e do Comitê Sinodal". Os bispos alemães, prossegue a nota, quiseram esclarecer que “esse trabalho tentará identificar as formas concretas de exercício da sinodalidade na Igreja na Alemanha, em conformidade com a eclesiologia do Concílio Vaticano II, as disposições do Direito Canônico e os frutos do Sínodo da Igreja universal, submetendo-as depois à aprovação do Santa Sé". Finalmente, as Partes concordaram em realizar a próxima reunião antes do verão europeu.
Estiveram presentes pela Cúria Romana os cardeais Victor Fernández (Dicastério para a Doutrina da fé), Kurt Koch (Unidade dos Cristãos), Pietro Parolin (Secretaria de Estado), Robert F. Prevost (Bispos), Arthur Roche (Liturgia) e o Dom Filippo Iannone (Textos Legislativos). Pela a CEA, compareceram os bispos Georg Bätzing (Limburg), Stephan Ackermann (Trier), Michael Gerber e (Fulda), Peter Kohlgraf (Mainz), Bertram Meier (Augsburg), Franz-Josef Overbeck (Essen), respectivamente presidente da CEA e presidentes das Comissões Episcopais para a liturgia, para as vocações e os serviços eclesiais, para a pastoral, para a Igreja Universal, para a fé, bem como uma leiga e um leigo: a secretária geral Beate Gilles e o porta-voz Matthias Kopp.
O encontro de sexta-feira acontece depois de ter sido cancelada em fevereiro da agenda da Assembleia Plenária dos Bispos da Alemanha a votação do estatuto do Comitê sinodal. Uma decisão que veio depois que – com uma carta assinada pelos cardeais Parolin, Fernández e Prevost – os bispos alemães foram convidados a adiar a iniciativa. Também em fevereiro o cardeal de Viena, Christoph Schönborn, no portal católico Communio.de, havia convidado os bispos a "aceitar lealmente" a comunhão "com e sob o Papa " temendo o risco de "um cisma que ninguém pode desejar”. Ao cardeal havia respondido, sempre no Communio.de, com tons conciliatórios o bispo de Hildesheim, Heiner Wilmer.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Sinodalidade e riscos de divisões internas, bispos alemães e Vaticano em diálogo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU