03 Julho 2019
A carta do Papa Francisco sobre o "percurso sinodal" na Alemanha causou muita agitação. Muitos bispos do norte do país elogiam o conteúdo, enquanto a Katholische Frauengemeinschaft (a associação das mulheres católicas) expressa uma leve crítica. Os bispos católicos da Baixa Saxônia elogiaram a carta do papa sobre o "percurso sinodal" na Alemanha. O documento é um "enriquecimento e um encorajamento", disse o bispo de Hildesheim, Heiner Wilmer.
A informação é de KNA – Katholische Nachrichten Agentur, foi publicada por Dom Radio, 01-07-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
O papa se dirige diretamente ao povo de Deus em caminho. "Isso destaca a grande importância que ele atribui aos crentes", continuou Wilmer, que nos convidou a se colocar em caminho "frescos e livres". Para o bispo de Osnabrück Franz-Josef Bode, a carta do Papa também contém o desafio de não perder de vista o diálogo com a Igreja universal. "O percurso do nosso diálogo deve estar aberto a todos os níveis da Igreja e não se limitar ao nível do nosso país ou da nossa diocese", escreve Bode em um posicionamento conjunto com a presidente do Conselho Diocesano de Osnabrück, Katharina Abeln. Tal diálogo também oferece a oportunidade de "levantar as questões urgentes das nossas comunidades, para buscar juntos respostas e ousar dar novos passos", é declarado nesse comunicado. Sob a pressão do escândalo dos abusos, os bispos católicos finalmente deram início de um "percurso sinodal vinculante" para a renovação da Igreja. Deveremos tratar principalmente dos temas: poder, moral sexual da Igreja e forma de vida dos sacerdotes. Francisco entrou no debate da reforma com uma carta publicada no sábado. Nela, ele elogia os esforços de renovação dos católicos na Alemanha. Ao mesmo tempo, pede unidade com a Igreja universal. O critério orientador da renovação deve ser a evangelização.
Também o bispo de Hamburgo, Stefan Hesse, apreciou a carta do Papa Francisco sobre o “percurso sinodal” na Alemanha. "A carta do papa me conforta ao considerar que é certo começar este processo", escreve o prelado católico em uma carta às pessoas envolvidas no cuidado das almas e às comissões pastorais da arquidiocese de Hamburgo. "Fico feliz que o Papa considere esse processo e reflita sobre ele pessoalmente", continua Hesse:" O Papa reconhece que enfrentar os múltiplos temas que envolvem os católicos na Alemanha é justificado e necessário e que é certo enfrentá-los de maneira sinodal".
O bispo de Aachen, Helmut Dieser, acolheu favoravelmente a carta do Papa Francisco aos católicos alemães. Considera que se trata de uma modalidade muito insólita que acolhe com grande apreço.
Segundo Dieser, é notável que Francisco coloque em primeiro plano a dimensão espiritual das consultas comuns e que espere dos participantes um modo de pensar eclesial, para evitar o perigo de divisões e enfraquecimento do testemunho eclesial. Prevendo debates que possam gerar divisão, a carta oferece um ponto de referência para orientação e correção.
A Associação de Mulheres Católicas (KFD) critica o Papa por não manter suficientemente presentes os temas da igualdade de gênero na Igreja. Em sua carta aos católicos alemães no sábado, o papa não trata das muitas questões das mulheres, declarou a KFD na segunda-feira em Düsseldorf. "Sem a igualdade de gênero, não haverá uma Igreja verdadeiramente renovada", afirmou a associação. São as mulheres na Igreja universal em muitos continentes que sustentam as comunidades e dão forma à Igreja.
No entanto, a carta é um "sinal positivo do fato de que Francisco olha com grande atenção à Igreja Católica na Alemanha", declarou a KFD. Vê os "muitos movimentos com seus problemas, suas buscas e sua força de renovação".
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Carta do Papa à Igreja alemã: elogio e leve crítica - Instituto Humanitas Unisinos - IHU