Papa critica a recepção fria da Igreja na Alemanha à sua carta sobre o Caminho Sinodal

Foto: Vatican Media

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

05 Janeiro 2024

  • "A Igreja na Alemanha embarcou em um caminho sinodal, sobre o qual escrevi uma carta em 2019 e que desejo que seja mais amplamente percebida, considerada e implementada."

  • Com estas palavras, o Papa expressa uma crítica direta à recepção que aquele texto teve quando essa iniciativa reformista dentro da Igreja alemã começava a dar seus primeiros passos.

A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 04-01-2024. 

"A Igreja na Alemanha embarcou em um caminho sinodal, sobre o qual escrevi uma carta em 2019, e que desejo que seja mais amplamente conhecida, meditada e posta em prática". Com essas palavras, pronunciadas esta manhã durante uma audiência a uma delegação da Sociedade de Jornalistas Católicos e Publicitários (GKP) alemães no Vaticano por ocasião do 75º aniversário de sua fundação, o Papa expressa uma crítica direta à acolhida que aquele texto teve quando essa iniciativa reformista dentro da Igreja alemã começava a dar seus primeiros passos.

Na missiva, ele expressou, como mencionado por Katholisch, dois aspectos "para não se extraviar" nesse processo. "Sobretudo, está o cultivo da dimensão espiritual, ou seja, a alinhamento concreto e constante com o Evangelho e não com os modelos do mundo, redescobrindo a conversão pessoal e comunitária através dos sacramentos e da oração, a docilidade ao Espírito Santo, etc., não em relação ao espírito dos tempos".

Por outro lado, "a dimensão universal – a dimensão católica – também é importante para que a vida de fé não seja entendida como algo que se refere apenas ao próprio âmbito cultural e nacional", e, nesse sentido, "a participação no processo do Sínodo mundial é útil deste ponto de vista", afirmou Francisco.

"De qualquer forma", enfatizou a importância de "não adotar uma postura introspectiva", mas sim sair para levar a mensagem cristã a todas as esferas da vida, utilizando os meios e oportunidades disponíveis hoje, porque "uma Igreja que se preocupa principalmente consigo mesma se torna autocentrada", alertou o Papa.

Na mencionada Carta ao Povo Peregrino de Deus na Alemanha, publicada em junho de 2019, Francisco elogiou os esforços reformistas dos católicos alemães, mas, ao mesmo tempo, chamou à unidade com a Igreja universal. Posteriormente, em janeiro de 2023, os cardeais Parolin, Ouellet e Ladaria enviaram outra carta, com o conhecimento explícito do Papa, estabelecendo limites que o Caminho Sinodal, no qual também participam os bispos alemães, não deveria ultrapassar.

Alemanha e a pobreza infantil

Mas à parte desta observação sobre o Caminho Sinodal que o Papa faz à Igreja alemã através dos jornalistas católicos desse país, na audiência desta manhã, e em relação à situação social-democrata que ainda é a locomotiva da Europa, Francisco afirmou que há "bastantes necessidades" mesmo em um país rico e altamente desenvolvido.

"Neste contexto, mencionou, entre outras coisas, o problema da pobreza infantil, a situação financeira por vezes difícil das famílias e a situação dos imigrantes e refugiados, que a Alemanha acolheu em grande número", relata Katholisch.

"O Deus do amor espera lá as boas notícias da nossa caridade. Ele está à espera de cristãos que saiam e estendam a mão às pessoas marginalizadas", disse o Papa, algo que "também requer profissionais da mídia que tragam as histórias e os rostos daqueles a quem quase ninguém ou ninguém presta atenção", acrescentou.

Leia mais