• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

O pobre e a pobreza. Artigo de Rafael dos Santos da Silva

Mais Lidos

  • Santander financia grupo ligado a desmatamento no Brasil

    LER MAIS
  • Gaza, novos ataques israelenses: mais de 100 mortos durante a noite. Human Rights Watch: “É extermínio”

    LER MAIS
  • O deputado estadual do RS pelo PT propõe “um grande consorciamento de municípios, do estado e do governo federal” para gerenciar a manutenção e gestão de diques e casas de bombas em toda a região metropolitana

    “Autoridade metropolitana”: uma proposta para enfrentar eventos climáticos extremos no RS. Entrevista especial com Miguel Rossetto

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    5º domingo de páscoa – Ano C – A comunidade do ressuscitado

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

24 Fevereiro 2024

"Não é de hoje que esse tema ocupa a sociologia. Mesmo quando essa ciência ainda não havia sido sistematizada, o britânico John Bellers [1696] ponderou para os desequilíbrios entre trabalho e capital elaborando aquilo que ficou conhecido por Labor Exchange. Em seguida, coube ao famigerado Jeremy Benthem [1794] se ocupar de elaborar o seu questionado método denominado por Panóptico. Mas recentemente Alex de Tocquelille articulou o paradigma da igualdade em que a democracia liberal deveria apontar o fio condutor das relações de troca que pusesse fim à pobreza", escreve Rafael dos Santos da Silva, professor na Universidade Federal do Ceará – UFC, mestre em Administração Pública e doutor em Sociologia pela Universidade de Coimbra.

Eis o artigo.

Ao sair de um restaurante na cidade de Fortaleza, nordeste do Brasil, tinha nas mãos uma pequena marmita onde acondicionava as sobras da refeição que acabara de realizar. Antes mesmo de chegar ao fim da primeira quadra um trabalhador que catava lixo fixou-me o olhar e sem que nos falássemos estiquei a mão entregando-lhes aquele alimento. Nesse instante, me perguntei por que aquele indivíduo que trabalhou bem mais do que eu não tinha sua refeição garantida? Ele, imerso na pobreza absoluta, circulava à cidade a procura de “um pouco, quase ou nada” que lhe permitisse acessar o mais básico que o mundo civilizado convencionou chamar de refeição. Logo uma pergunta central se apresentou: por que ele é pobre? Para responder a esta questão é fundamental recuperar a diferença entre o pobre e a pobreza? Existe? Sim, e se mostra dialeticamente profunda.

Em tempo, a motivação inicial deste texto passa essencialmente pela tentativa de responder a uma verdadeira confusão epistemológica havida entre a definição da pobreza e sua diferença em relação ao pobre. Não é de hoje que esse tema ocupa a sociologia. Mesmo quando essa ciência ainda não havia sido sistematizada, o britânico John Bellers [1696] ponderou para os desequilíbrios entre trabalho e capital elaborando aquilo que ficou conhecido por Labor Exchange. Em seguida, coube ao famigerado Jeremy Benthem [1794] se ocupar de elaborar o seu questionado método denominado por Panóptico. Mas recentemente Alex de Tocquelille articulou o paradigma da igualdade em que a democracia liberal deveria apontar o fio condutor das relações de troca que pusesse fim à pobreza.

Na sequência, coube a K. Marx e F. Engels inovaram na leitura radical sobre o tema ao apresentar o paradigma da exploração colocando no centro do debate à questão da economia e sobretudo, da política. No entanto, foi somente no início do século XX que o sociólogo alemão Georg Simmel melhor compreendeu o contexto sobre o tema propondo a leitura construtivista daquilo que ficou conhecido por solidarismo. No curto, mas denso trabalho Le Pauvre George Simmel, inaugurou as bases de uma sociologia da pobreza, cuja principal reflexão consistia em separar de forma pedagógica o pobre e a pobreza. A principal diferença, segundo o autor, se dá na perspectiva de que a pobreza responde a uma dimensão sociológica, portanto serve para aprimorar os conceitos relativos as estruturas sociais que condicionam a vulnerabilidade nos indivíduos.

Segundo Anete Ivo, socióloga brasileira autora do livro “Viver por um Fio” pela primeira vez Simmel vai elaborar uma síntese profunda se valendo de uma abordagem construtivistas, sobre o fenômeno estrutural da pobreza sem deixar contudo de enxergar suas consequências, o pobre. Para ela, tendo por fio condutor os elementos da ética e da moral, Simmel articulou os aspectos coletivos movidos a partir das instituições que por inércia ou ação afetam individualmente os membros de uma sociedade determinando quem serão os pobres. Portanto, Simmel, no bem dizer de Ivo “analisa a pobreza e ao mesmo tempo a condição de ser pobre.” Nesse sentido, somente a partir de Simmel foi possível falar em “cidadania republicana” e com isso abriu-se espaço para se alcançar sociologicamente a construção política da pobreza.

Ora, sabe-se, contudo, que tal construção permite acessar ainda a dimensão isolada da questão maior, e com isso emerge renovada a conceitualização do pobre que na visão de Simmel são aquelas pessoas que “confrontadas a realidade específica de cada lugar devem receber assistência material” constituindo assim a dimensão da pobreza relativa. Mas, relativa a quê? Relativa a funcionalidade coletiva. Razão pela qual “o pobre é necessariamente aquele indivíduo que se apresenta excluído.” Contudo, por pertencer a coletividade, ou seja, a sociedade, é dele o direito primário de acessar aos mais amplos ciclos políticos de sua comunidade. Sendo nesse limite as categorias dos direitos sociais pré-existentes à dimensão da obrigação.

Nessa dimensão, individualizada, encontra-se o pobre, que fundamentalmente responde a uma condição material socialmente produzida. Alijado de uma determinada dinâmica de produção e consumo aprofundada cada vez mais a partir da dinâmica do (des)envolvimento do capital.

Somente assim é possível distinguir a pobreza enquanto uma categoria sociológica, e o pobre na sua dimensão política. Quais as contribuições poderíamos extrair disso? Ao modo desta escrita, a boa definição de tais categorias possuem a capacidade de inserir no debate público a questão social da pobreza, ao mesmo tempo que noutro estágio de debate, é possível contribuir com novas formulações políticas de enfrentamento a pobreza, sem, contudo, culpabilizar o pobre. Em última, instância, o debate se bem orientado permite ao Estado, no bem dizer de Simmel, “evoluir suas ações do campo da caridade privada para as garantias das condições mínimas da vida.”

Com isso, quando bem definida a distinção entre o pobre e a pobreza desmistifica o assunto, essencialmente por possibilitar emergir uma determinada epistemologia da pobreza, para a partir daí ser possível identificar os níveis de vulnerabilização imposta pela dinâmica social. Logo, o assunto se concentra especialmente em analisar as estruturas sociais, políticas, ambientais, econômicas e institucionais da sociedade, posto que localiza o pobre na sua expressão política atingido individualmente pelos efeitos da pobreza. Aqueles por serem pessoas individualizadas agem de igual modo individual com forte tendência à desfiliação, limite extremo do processo de vulnerabilização.

De volta ao nosso exemplo, quando encontrei um trabalhador em situação de fome e tendo eu nas mãos as “sobras” do almoço, fico cada vez mais convencido de que agi plenamente no campo da caridade. Numa ação micro que tem impacto relevante na vida do pobre, sem, contudo, mudar sua condição de pobreza. Houvesse mesmo uma ação coletiva baseada no acesso a dimensão dos “direitos mínimos de cidadania” com forte apelo à redistribuição, simplesmente eu teria voltado para casa com a marmita nas mãos. Nesse momento, estaríamos socialmente articulando uma forma eficiente o enfrentamento a pobreza enquanto condição socialmente imposta ao pobre.

Por tudo, o pobre e a pobreza são duas categorias diferentes de análise social. Vê-las separadamente torna possível identificar a melhor ação coletiva. Entretanto, são dialeticamente unidas seja pela cultura forjada no reducionismo do caminho fácil de culpabilizar o pobre por sua pobreza, ou mesmo no campo prático da espacialidade urbana de alguma metrópole. Finalmente, renovado naquilo que Leonardo Boff sustenta em seu mais recente texto “A força histórica dos pobres e oprimidos” “temos que ouvir os pobres... sem a sabedoria deles não salvaremos nossas sociedades” e acrescento: nem nos livraremos da pobreza. Cabe, pois a este texto recuperar as linhas mestras da sociologia da pobreza para propor elementos teóricos capazes de redesenhar a ação prática da vida cotidiana do pobre afetado pela pobreza.

Leia mais

  • Percentual de pessoas em situação de pobreza no país caiu para 31,6%
  • O acesso à “Comida de verdade” e o combate à pobreza do campo à cidade. Artigo de Denise De Sordi
  • Mais pobres estão ganhando menos e pagando mais imposto de renda que os ricos
  • Os impactos da financeirização e da desfinanceirização. A primeira diminui a pobreza mas não a desigualdade. A segunda aumenta ambas. Entrevista especial com Fernando Nogueira da Costa
  • Só se combate a pobreza, combatendo a riqueza. Artigo de Francisco de Aquino Júnior
  • O cinismo da pobreza no Brasil
  • Fome, ponta do iceberg da desigualdade e da pobreza no mundo
  • Desigualdade nas metrópoles: mais de 3,4 milhões de brasileiros saem da pobreza em 2022
  • Taxa de extrema pobreza cai na Grande Porto Alegre, mas ainda é 85% mais alta que há uma década
  • Desigualdade nas metrópoles: aumento das desigualdades marcou o ano de 2022, apesar de recuperação da renda
  • Desigualdade nas metrópoles: renda melhora, mas ainda é menor que no período anterior à pandemia
  • Desigualdade nas Metrópoles: pobreza e extrema pobreza atingem patamar recorde da série histórica
  • Desigualdade nas metrópoles: renda dos mais pobres volta a cair e explicita o drama social do país
  • Desigualdade nas Metrópoles: mais pobres recuperam renda e mais ricos perdem
  • Desigualdade nas Metrópoles: mais ricos perderam 8% da renda em 2021
  • Renda continua caindo nas metrópoles brasileiras e atinge menor nível em quase 10 anos
  • Mais de 43 milhões de pessoas na América Latina passam fome, aponta ONU
  • O combate à pobreza depende da conservação da biodiversidade. Entrevista especial com Carlos Joly
  • No Brasil, é a pobreza que mata por meio das condições sociais desiguais de acesso à saúde. Entrevista especial com Bruno Pereira Nunes

Notícias relacionadas

  • Sueldo mínimo: dos décadas de efectos positivos sobre la reducción de la pobreza y de la desigualdad. Entrevista con Alessandra Scalioni (IHU/Adital)

    “No se debe apenas considerar las contribuciones de patrones y empleados como recaudación de la Jubilación, sino también la p[...]

    LER MAIS
  • A ambígua e ineficiente política indigenista brasileira. Entrevista especial com Egydio Schwade

    LER MAIS
  • "A democracia brasileira é chata. Não entusiasma ninguém". Entrevista especial com Francisco de Oliveira

    LER MAIS
  • A política, quando é feita pelos novos usurpadores do Estado, é permitida

    “Não estaria no horizonte de um grego, nem em seu pior pesadelo, usar as Olimpíadas, espaço no qual se celebrava a excelênci[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados