17 Fevereiro 2024
"No Pai Nosso voltamo-nos para o Deus de Jesus, que se revela não só como misericordioso e providente para com o seu povo, mas como pai de cada um dos seus filhos. Jesus o chama carinhosamente de Abba, Deus é pai e mãe, ele é bom", escreve Roberto Mela, padre dehoniano, teólogo e professor da Faculdade Teológica da Sicília, em artigo publicado por Settimana News, 16-02-2024.
No Ano de Oração proclamado pelo Papa Francisco em preparação ao Ano Jubilar de 2025, o livro do biblista e escritor do Vale de Aosta, muito conhecido do público pelos seus livros e palestras, parece providencial. No seu característico estilo expositivo simples mas profundo, pretende introduzir o leitor na meditação e degustação da oração por excelência do discípulo de Jesus, o Pai Nosso (PN), breviarium totius evangelii.
PAOLO CURTAZ, Il Dio di Gesù. Pregare il “Padre nostro” (Scintille dello Spirito), Ed. Paoline, Milão, 2023.
Curtaz introduz as suas reflexões com algumas notas sobre o tema geral da oração (“Ensina-nos a rezar”, p. 5-20), como caminho para entrar em comunhão com o Deus que nos foi revelado por Jesus. alma, abrindo espaço à interioridade e depois abrindo-a às raízes mais profundas, ao conhecimento de Deus.
O Evangelho de Lucas, seguido por Curtaz, mostra Jesus diversas vezes em oração e transmitindo ensinamentos sobre a necessidade, características e propósito da oração.
Rezar com Jesus, rezar ao Pai de Jesus, significa antes de tudo que nos preocupamos com Ele, que há uma lógica nas suas ações, no pleno respeito pela nossa liberdade. Jesus revela-nos o rosto do Pai e, como filhos no Filho, podemos dirigir-nos a ele com confiança.
A oração é uma conversa íntima, uma compreensão mútua, mas é feita antes de tudo de escuta, de escuta de Deus e de intercessão pelo mundo e não apenas pelas necessidades pessoais.
Na oração podemos traçar a presença de Deus em nossos dias, conseguimos preservar a fé e torná-la eficaz em nossas vidas. É necessária a oração pessoal, além da oração comunitária e sacramental.
Curtaz escreve um protocolo de oração. Precisa antes de tudo de um eu autêntico, sem máscaras. Requer então um horário diário cuidadosamente escolhido e guardado. Um local apropriado facilita o acesso a Deus em conversas orantes. Precisa de uma palavra para dizer de coração, uma palavra verdadeira, para agradecer, louvar, calar, culpar a Deus. Finalmente, a oração precisa de uma palavra para receber, aquela que Deus nos dá, antes ou depois das nossas palavras.
É muito útil a leitura do Evangelho proclamado na liturgia do dia e a conclusão com um salmo ou uma oração de entrega a Maria.
A oração por excelência, que nos foi dada pelo próprio Jesus, é o Pai Nosso, que nos revela o mistério da vida divina. Jesus não ensinou orações, mas a orar, porque, através da oração, ouvimos, sintonizamos a alma, nos colocamos diante do Deus que, em Jesus, conhecemos.
A pérola preciosa que nos foi dada no Pai Nosso deve ser recitada com atenção e espanto, como aconteceu com os catecúmenos dos primeiros séculos. Está colocado no centro da celebração eucarística, com sete pedidos, três relativos a Deus e quatro relativos a nós.
No Pai Nosso voltamo-nos para o Deus de Jesus, que se revela não só como misericordioso e providente para com o seu povo, mas como pai de cada um dos seus filhos. Jesus o chama carinhosamente de Abba, Deus é pai e mãe, ele é bom.
Jesus desvia a atenção da teologia para as emoções e parte da experiência humana para nos fazer apreciar Deus como um pai que nos ama, cuida de nós, nos corrige, nos alcança através da linguagem das relações e dos afetos. A oração do PN faz com que nos sintamos amados, valorizados.
Esta oração mostra-nos um Pai reservado não só ao indivíduo, mas à família dos filhos de Deus, um “nós” no qual o indivíduo está inserido em profunda comunhão.
A Igreja é reunida por Deus e reúne a diversidade. Não escolhemos a nós mesmos, mas somos escolhidos por Deus.
A nossa, dita de Deus, indica que é possível construir um mundo diferente, construir relações entre as pessoas indo até a fonte da nossa existência, que é Deus. No tempo intermediário que nos separa do advento final do Reino, o discípulo de Jesus acredita em um Deus feliz que nos quer felizes.
O PN ajuda a fugir da autorreferencialidade e a construir o sonho de Deus que é a Igreja. Rezar ao PN é descobrir parte de uma comunidade de “Carbonari” de fé dispersos entre os continentes, experimentar a felicidade de ser irmão, irmã e mãe do Senhor porque ouvimos a Palavra, saborear a emoção de ser concidadãos de os santos e familiares de Deus.
Deus é pai e mãe, pai e mãe. Doce e autoritário ao mesmo tempo. Ele é o oculto, o escondido (“nos céus”). Deus está acima e em outro lugar, além, em todo lugar. Está oculto para nos deixar livres, até mesmo para rejeitá-lo. O universo está cheio da ausência de Deus…
A oração do Mestre nos mostra um horizonte: Deus Pai/Mãe habita o outro, a plenitude, mas podemos experimentá-la tornando-nos discípulos. "A oração do Pai Nosso, então, a oração de quem se descobre como filho de Deus, revela-nos o verdadeiro rosto de Deus, de um Deus que ama e une, que respeita os seus filhos e os convida a procurar, a descobrir, viver, florescer. Maravilhoso!" (p. 34).
Curtaz sugere adicionar a palavra Pai ao final de cada frase do Pai Nosso. Somos filhos, mas também buscadores: "Pai nosso que está escondido e que nos obriga a procurar" (ibid.).
Com o pedido “Santificado seja o teu nome”, intercedemos para que todos possam descobrir o Kadosh, o Totalmente Outro, a sua beleza já vislumbrada pelo discípulo nos olhos do Nazareno. Pedimos que “em Jesus todo ser vivo experimente a salvação, que é a plena e duradoura consciência de ser amado e de poder amar” (p. 37).
Jesus ensina que, para realizar plenamente a própria vida, devemos descobrir-nos como filhos de um Pai/Mãe que nos pede para colaborar no seu extraordinário plano de salvação, para descobrir que Deus é o Santo e vivemos na sua luz. Descubro minha identidade refletindo-me em Deus, descubro minha vocação, meu projeto de vida em harmonia com o de Deus. Sempre em liberdade.
Deus é o distante que se faz acessível, que deseja partilhar a sua natureza divina. Ele deseja participar do ser humano. Tornando-nos santos como ele é santo. Santos no Santo. Santos são os discípulos que acreditaram no sonho de Deus, confiaram e deixaram Deus agir. Santo é aquele que deixa o Senhor preencher a sua vida a ponto de torná-la um dom para os outros.
No PN rezamos para que todos possam descobrir que “Deus existe e é lindo!” (p. 46). Precisamos redescobrir o verdadeiro rosto de Deus, não o rosto enganador de um juiz inflexível, mas o belo Deus que nos foi revelado por Jesus. É claro que a dor permanece, mesmo a dor inocente, mas a felicidade exige sempre também passos dolorosos.
Com PN deixo de ser vítima e assumo o olhar de Deus sobre mim, sobre os outros, sobre o mundo. Um olhar que santifica, que vê a presença do Santo. A oração torna natural reconhecer os sinais de santidade em toda parte: nas pessoas, na natureza, nas obras, nos gestos, na arte, na música, etc. Participar da santidade de Deus significa tornar-se radicalmente otimista e positivo.
No PN pedimos que venha o Reino de Deus, é onde Deus reina. É descobrir o grande plano de Deus para a história, um plano de bem e de salvação. É compreendendo que somos chamados a concretizar, ainda em semente, a visão que Deus tem para o mundo, vivendo em comunidade.
A Igreja deveria e poderia de alguma forma antecipar este Reino. Reúne discípulos que desejam e podem viver a única lei que nos foi dada por Jesus: saber que somos amados e escolher amar como fomos amados. Jesus pede-nos para tornar presente o Reino, para o antecipar. É a vocação da Igreja, a noiva que clama pela vinda definitiva do Noivo.
Jesus chamou ao seu redor discípulos, aos quais encheu do Espírito e aos quais confiou tarefas, para que, agindo junto com Ele, pregassem o Reino, anunciando o definitivo, agindo na terra com o coração orientado para outro lugar. Os discípulos são construtores do Reino, pessoas já salvas que demonstram a salvação com suas vidas.
A Igreja vive e antecipa o Reino, com espaços de acolhimento, misericórdia e compaixão, alegria e transparência do evangelho.
Quem é a Igreja? Curtaz pergunta. A Igreja não é um detentor do sagrado, mas a companhia de discípulos chamados pelo Senhor para estar com ele, anunciar o evangelho e afastar o mal. O tempo do advento final é tardio. É necessário que o evangelho seja anunciado a todas as pessoas. O discípulo pergunta e percebe, construindo na consciência de que tudo já é e ainda não.
A vontade de Deus que pedimos que se cumpra não é algo terrível e inelutável, cego à dor e ao mal. A vontade de Deus nunca é o mal, o sofrimento, o castigo, o abandono, a estranheza ou o incompreensível. Pedimos que Deus faça em mim o bem que previu e que eu não o impeça. A sua vontade é de bem e de paz, mas a presença da luta interna da violência e da morte mostra que o amor deixa a pessoa livre e que somos chamados a escolher com livre arbítrio.
Dizer não a Deus, ao pecado, é ruim porque nos machuca, não porque Deus decidiu. Deus é feliz e quer que cada pessoa seja feliz, ou seja, desfrute da salvação. Em Jesus, Deus manifesta a sua vontade de bem e de salvação (cf. a cura do leproso, etc.). Deus nos criou sem nós, mas ele não nos salva sem nós.
O próprio Jesus experimentou a dor do abandono, até à morte na cruz. Por que? "Ser credível" (p. 73). A cruz é a manifestação suprema do amor de Deus. A angústia de Jesus baseia-se na consciência de que o seu sacrifício poderia revelar-se inútil. "É um risco, seu, o mais terrível: o de ser o esquecido para sempre" (p. 74).
Jesus nos pede para tomarmos nossa cruz todos os dias. Não é Deus quem manda as cruzes, mas a vida, os outros, as nossas tonturas. Tomar a cruz significa viver doando, assumindo a lógica de Jesus que, consequentemente, nos faz escolher dar a vida.
Deus é feliz, quer-nos felizes, sabe o que é verdadeiramente bom para nós. Confiamos nele e pedimos-lhe que faça a sua vontade em nós. Não só na terra, entre as coisas visíveis, mas também no mundo invisível, o mundo em que Deus reina plenamente, o mundo oculto.
Pedimos ao Pai que nos ajude a construir este mundo oculto, tomando-o como modelo, sem nos rendermos às evidências sensíveis, com a coragem de esperar e sonhar para além do visível, de olhar os acontecimentos com um olhar puro e luminoso, compreendendo que a nossa vida medida da nossa capacidade de amar.
Invocar o mundo "oculto" como modelo compromete-nos a colocar a nova humanidade no centro da nossa ação pastoral, o modelo que a Igreja deve representar no mundo concreto em que vive. O discípulo arregaça as mangas, troca a miséria atual pelo amor de Cristo que vê reflexo nos pobres, ama este mundo amado por Deus e tenta transfigurá-lo.
Depois da primeira parte do PN dirigida a Deus vivido como Pai/Mãe, a segunda parte da oração baixa o olhar para a existência quotidiana, para o que é indispensável à vida. A vida é feita de relações e de busca de Deus, mas também de preocupação com as necessidades do corpo. O discípulo de Jesus vive a vida quotidiana como um dom, com uma visão positiva de si mesmo e dos outros. Os quatro pedidos resumem-se em três: pão, perdão, liberdade.
O discípulo pede pão comprometendo-se a ganhá-lo trabalhando e partilhando-o. Pedimos para ganhar o nosso pão com paz, justiça, dignidade e honra, e estamos empenhados em garantir que cada pessoa tenha algo para viver.
Pedimos o pão de cada dia, que nos obriga a confiar, a não acumular, a ter uma relação correta com os bens e o dinheiro. A riqueza também é uma coisa boa, mas deve ser compartilhada. O coração humano é feito para o Absoluto e nenhum bem ou dinheiro pode preenchê-lo. Ao pedir pão no dia a dia, nos perguntamos sobre a ganância, sobre o desejo imoderado de possuir (as mais diversas realidades). Deus cuida de nós e nos protege, como faz com os pardais, que não caem no chão longe de Deus, sem que Deus saiba (tradução mais correta, segundo Curtaz).
Pedimos pão apenas para hoje, confiando na providência de Deus, amanhã faremos o mesmo pedido, mas com confiança. Deus é confiável, mas nós pedimos e agimos. Ele nos permite agir e ganhar o nosso pão. Porém, não vivemos só de pão, mas também de amor, de trabalho, de casa, de respeito, de carinho, da alegria das coisas simples...
Ao pedir o pão necessário para viver, reconhecemos que tudo é uma penúltima realidade, que tudo vem de Deus. O discípulo reconhece isso e pede ao Pai/Mãe o pão do amor como realidade última. Pertencemos a Deus e pedimos o pão que é o próprio Senhor, a sua presença no nosso caminho rumo à plenitude do Reino.
Antes do perdão está o pecado, que na Bíblia equivale a dizer não a Deus, errar o alvo, seguir um caminho que nos afasta da verdadeira alegria. O pecado é mau porque nos fere, porque destrói a nossa semelhança com Deus e nos distancia da nossa natureza profunda.
Jesus revela-nos o rosto de Deus misericordioso e a salvação passa também pelo perdão dos pecados (cf. o paralítico em Mc 9,2).
No Evangelho, Jesus diz que se pecamos, Deus nos perdoa, então nos arrependemos. Deus impede e supera o nosso arrependimento, perdoando-nos, fazendo-nos ver o quanto somos amados. Sem considerar. Isso corre o risco de degradar e desperdiçar o perdão. Jesus constata com tristeza que o pecador que recusa o perdão gratuito de Deus se condena à aridez interior, como o rico (cf. Lc 16,20).
Jesus dá perdão ao paralítico (cf. Mt 9,2-7). Um perdão libertador. Que toca também o corpo, não paralisado pelo castigo divino, como se pensava. Deus nos recoloca no caminho e nos dá liberdade, perdoando-nos antecipadamente. Um amor que precede o perdão e inspira ainda mais amor (cf. o pecador de Lc 7,47-50). Jesus lê no coração da mulher um desejo de mudança, de aceitação, de verdade.
A culpa não tem nada a ver com pecado e perdão. Pedro luta para superar seu sentimento de culpa e inadequação. Jesus liberta-o definitivamente disto, confiando-lhe a custódia dos seus irmãos. Jesus perdoa os seus discípulos e confia à sua Igreja o dom da reconciliação na comunidade, em diferentes formas e tempos.
O perdão não é amnésia. O perdão é uma escolha dolorosa baseada na vontade e pode ter graus progressivos. Perdoar significa tomar consciência dos nossos limites e, portanto, aceitar os dos outros. Significa colocar-se na perspectiva de Deus, alcançando a paz no coração.
A Igreja não é um povo de coerentes, mas de perdoados, de chocados, de mudados. Pedimos perdão vinculando-o à nossa forma de perdoar. “Como nós também” nos prende às nossas responsabilidades. Pedimos a Deus que nos torne capazes de perdoar, sem esperar o perdão perfeito, sem esperar que o outro mude, sem necessariamente esquecer o mal que sofremos.
O discípulo de Jesus emerge do moralismo trágico da nossa sociedade, tolerante com as suas próprias deficiências e intransigente com os pecados dos outros. O bom Padre coloca os discípulos numa perspectiva diferente, em que o critério de julgamento das pessoas não é a sua presumível coerência absoluta, mas a capacidade de se reconhecerem necessitados de perdão para poder perdoar os outros.
Deus não leva ninguém à tentação. No mundo vive-se a experiência trágica do mistério da iniquidade (cf. Rm 7,18-21). Citando Betori, Curtaz afirma que pedimos a Deus que não nos abandone, para que não caiamos em tentação, mas também que não nos abandonemos à tentação quando já estamos em tentação. Que Deus permaneça ao nosso lado e nos proteja de cair em tentação e esteja presente mesmo quando já estamos nela. Pedimos que não nos deixe sozinhos no momento de discernimento.
Discernir bem só é possível ouvindo a Palavra, rezando, adquirindo o olhar de Deus sobre o mundo e sobre as pessoas, descobrindo o mistério de salvação de Deus escondido ao longo dos séculos e decidindo participar dele com alegria, com o melhor de nossas capacidades. Pedimos a Deus Pai/Mãe que nos ajude a compreender o que é bom e o que é mau, o que nos traz à vida e o que nos leva à morte.
A tentação é ambígua, às vezes chega até nós a partir de acontecimentos da vida, quando somos dominados pela dor que nos apresenta o risco de perder a fé e cair no desespero. "E rezamos: Quando o mal se abate sobre nós, o mal que é a doença, o mal que é a escuridão do inconsciente, o mal que é consequência das nossas escolhas erradas, Senhor, não nos abandones, não nos abandones" (p. 113).
Ao orar assim, Jesus nos ensina fé, esperança e confiança.
O Maligno existe, mas não deve ser banalizado, nem carregado de importância excessiva em detrimento do bem, com a retirada da responsabilidade da consciência e da escolha pessoal. Existe a luta interna, o discernimento entre o que destrói ou cria a vida, porque o mal sempre se disfarça de bem.
"A obra do Maligno (que existe e é menos desajeitada e caricatural do que imaginamos) consiste exatamente em turvar as águas [...], em ampliar o detalhe em detrimento da visão global, em menosprezar ou obscurecer o catastrófico consequências de nossas escolhas. O diabo nos faz acreditar que somos piores do que realmente podemos ser” (p. 115-116).
A Escritura é sã e equilibrada: "Afirma a existência do Maligno, que age e opera influenciando os seres humanos, mas os seres humanos permanecem livres para escolher e agir para o bem" (p. 116).
Em Lucas 11,21-26 Jesus oferece uma leitura extraordinária do Maligno e da vida espiritual. Satanás não pode expulsar Satanás. O mal age, disfarçando-se de bem. Coloca à prova a nossa liberdade, fazendo-nos acreditar que o pecado não existe. Com humildade, porém, “acolhemos Jesus, homem forte, para zelar pela pequena casa do nosso coração” (p. 118). Ser forte na tentação graças à oração. Sem exagerar, Jesus diz: uma casa muito arrumada e limpa atrai a atenção de muitos demônios!...
O Maligno existe e trabalha para nos afastar de Deus. Ainda há batalhas e escaramuças, mas a guerra foi vencida por Jesus ressuscitado! Precisamos de pão, de perdão, da ajuda de Deus na tentação. E o dom da liberdade.
Pedimos a Deus que nos liberte de todo mal, de tudo que nos prejudica. O mal é a sombra da luz, o outro lado da nossa dignidade, a possibilidade de cometer erros. “Livra-nos do mal significa aceitar que a realidade do pecado habita na nossa vida, mas não a possui. Ele a persuade e a fere, mas não a mata, porque pertencemos ao Senhor. Em Cristo somos novas criaturas, somos livres da sombra para nos tornarmos livres, para amarmos como ele nos ensinou. Nesse intervalo, pedimos ao Pai que nos torne pessoas livres, que não temam as trevas, que vivam, na medida do possível, na dignidade de descobrir que são filhos e filhas!” (p. 120).
Amém, Curtaz complementa a oração do PN. Eu acredito, é assim, tenho certeza, eu sei. Ao confiar-nos a oração do Pai Nosso, “nós, discípulos, crescemos na consciência da profunda identidade de Deus, mas também de nós mesmos” (p. 121). Precisamos meditar no PN, saboreando cada palavra, cada invocação. Cresceremos no conhecimento do Deus de Jesus e realizaremos pela nossa parte o Reino que vem.
Belo livro de meditação, acessível a todos. Desmonta vários equívocos sobre Deus, sobre o mal, sobre a dor, e nos faz desfrutar da alegria de viver como filhos do Deus de Jesus, que é Pai e Mãe, um Deus feliz que quer que sejamos felizes.
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O Deus de Jesus. Artigo de Roberto Mela - Instituto Humanitas Unisinos - IHU