Nesta semana, o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Elder, alertou que a Faixa de Gaza “se tornou um cemitério de crianças”, quase um mês após o início da guerra com Israel.
A reportagem é publicada por Página/12, 01-02-2023. A tradução é do Cepat.
Segundo informou, os números de meninos e meninas de Gaza afetados pelo conflito continuam crescendo. Além disso, lembrou que se chegou a mais de 3.450 mortos nos bombardeios, milhares de desaparecidos ou em cativeiro e mais de um milhão que permanecem sem água, alimentos e produtos básicos.
“É assombroso que este número aumente significativamente a cada dia. Gaza se tornou um cemitério de crianças. É um inferno para todos os outros”, declarou Elder.
Para o Unicef, as mortes infantis por desidratação são “uma ameaça crescente” no território, uma vez que a produção de água de Gaza está em 5% do volume necessário, pois as centrais de dessalinização não funcionam, estão danificadas ou com falta de combustível.
E, olhando para o futuro, acrescentou que quando os combates finalmente pararem, os custos para as crianças “serão sentidos por décadas” por causa dos terríveis traumas enfrentados pelos sobreviventes.
Elder citou o exemplo da filha de quatro anos de um funcionário do Unicef, em Gaza, que começou a praticar a autolesão devido ao estresse e o medo diários, enquanto sua mãe disse a seus colegas que “não é possível se dar ao luxo de pensar na saúde mental de seus filhos”, pois “primeiro é necessário mantê-los com vida”.
Por sua vez, o responsável em coordenar a ajuda humanitária da ONU, Martin Griffiths, disse que o que estão suportando, desde o início das represálias de Israel aos ataques mortais do Hamas, em 7 de outubro, é “mais do que devastador”.
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