Aumenta a confusão e a desorientação. Agora se escreve que a religiosa francesa Nathalie Becquart, subsecretária do Sínodo dos Bispos, terá direito a voto na assembleia de outubro. Ela será a única mulher com esse direito ou todas as mulheres membros do Sínodo da Sinodalidade também o terão?
A reportagem é publicada por Il Sismógrafo, 09-03-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Nos últimos dias, importantes jornais católicos, a propósito das celebrações do 8 de março, voltaram a reiterar que a religiosa francesa Nathalie Becquart, subsecretária do Sínodo dos Bispos desde fevereiro de 2021, será a primeira mulher a votar na próxima Assembleia sinodal sobre a sinodalidade. Se a divulgação da notícia de fato se concretizar, só há motivos para comemorar. Mas a questão é bizarra desde o início. Enquanto o Secretário do Sínodo, Cardeal Mario Grech, nunca deu uma resposta transparente e unívoca à questão do direito de voto das mulheres, a sra. Nathalie Becquart disse as duas coisas: uma vez 'sim' e depois 'não'. Nesse sentido, para não responder às perguntas, há tempo s pressiona também o Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, algo muito sério.
As perguntas deveriam ser respondidas com um "sim ou um “não" ...
Assim se é transparente e respeitoso com o santo povo de Deus.
Agora se escreve que a religiosa francesa Nathalie Becquart, subsecretária do Sínodo dos Bispos, terá direito de voto na assembleia de outubro. Será a única mulher com esse direito ou todas as mulheres membros do Sínodo sobre a Sinodalidade também o terão?
Obter uma resposta definitiva da hierarquia sinodal é impossível. Assim, no final, as respostas são confiadas ao jornalismo amigável, a "indiscrições vaticanas" ou a "fontes bem informadas".
Essa conduta é pouco séria e começa a fazer parte das frases de efeito que, engenhosamente montadas, nos últimos anos precederam todos os recentes Sínodos. Por que essa forma de comunicar?
A entrevista do dia 06 de fevereiro de 2021 com Cardeal Grech e Nathalie Becquart pode ser lida aqui.
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Aproveitando o ensejo do dia da mulher, os ambientes católicos voltaram a propor a questão do voto feminino no próximo Sínodo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU