08 Setembro 2022
À noite, um grupo de terroristas atacou a comunidade de Chipene, na diocese de Nacala, onde se encontravam centenas de refugiados, fugindo dos confrontos que assolam o norte do país.
Ángeles López conseguiu fugir para a floresta com vários estudantes que estavam na área do ataque no momento. De Coppi não teve tanta sorte e, tentando salvar os poucos estudantes que não haviam fugido quando as hostilidades começaram, foi baleada na cabeça.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 07-09-2022.
Ela tem 83 anos e está em Moçambique há 55, servindo como missionária comboniana e dando a sua pele (às vezes, como desta vez, quase literalmente) para melhorar as condições de vida dos mais pobres dos pobres. A espanhola Ángeles López e outra freira italiana conseguiram escapar com vida do ataque à sua missão, que terminou com pelo menos seis mortos, incluindo a freira italiana María De Coppi.
Tudo aconteceu rapidamente, ao amanhecer, como a irmã conseguiu comunicar às suas irmãs. À noite, um grupo de terroristas atacou a comunidade de Chipene, na diocese de Nacala, onde se encontravam centenas de refugiados, fugindo dos confrontos que assolam o norte do país.
Aparentemente, Ángeles López conseguiu escapar para uma montanha momentos após os terríveis acontecimentos. Além disso, segundo algumas fontes, a freira espanhola conseguiu fugir para a floresta com vários alunos que estavam na área do ataque naquele momento. De Coppi não teve tanta sorte e, tentando salvar os poucos estudantes que não haviam fugido no início das hostilidades, foi baleada na cabeça.
Os atacantes destruíram as estruturas da missão, incluindo a igreja, o hospital e a escola primária e secundária. Conforme relatado pelas Pontifícias Obras Missionárias, a religiosa espanhola contou como "a cerca de 10 quilômetros da missão, os guerrilheiros queimaram uma aldeia, assassinaram pessoas e criaram medo e terror suficientes para que mais trinta aldeias se esvaziassem".
“Embora a casa que as irmãs tenham fechado suas portas e as meninas tenham sido transferidas para um lugar seguro, a missionária afirmou que não tinha intenção de abandonar a missão”, destaca a nota. Ángeles López também contou como "seu coração foi dilacerado pela cortejo de pessoas, fugindo, crianças chorando, correndo...".
Os missionários combonianos chegaram a Moçambique em 1954 e desde então têm acompanhado o povo e a Igreja de Moçambique, sobretudo em tempos difíceis, como os sofridos durante a guerra civil que assolou o país e nas catástrofes naturais que infelizmente ocorreram. Também agora, quando o terrorismo atinge sobretudo os mais indefesos.
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Moçambique. A religiosa sobrevivente do atentado: "Não temos intenção de abandonar a missão" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU