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01 Mai 2021

 

"Como é que um corrupto pode lutar contra si mesmo? É preciso uma espécie de revolução." As ameaças do governo. A guerra. E o deslocado que disparou contra insurgentes. Entrevista com o Bispo de Pemba, Moçambique, D. António Juliasse Ferreira Sandramo.

A entrevista é de Pedro Jorge Castro, publicada por Observador e reproduzido por Il Sismografo, 28-04-2021.

 

Eis a entrevista.

 

Ouviu pessoalmente histórias de deslocados?

Comecei a atender os outros deslocados quando começaram a chegar aqui a Pemba. Uns vinham pedir ajuda de transporte para ir ter com familiares a Nampula ou Maputo. Também tínhamos famílias dos nossos colaboradores que estavam lá. Um que ajudava a distribuir comida lá em Palma chegou a Pemba no dia do ataque às 11h e às 16h veio dizer: “Sr. bispo, estão a atacar. Acabei de falar com a minha mulher, já cortaram as comunicações e não sei para onde foi. Tentei orientá-la para correr para um lado e não sei se chegou lá ou não”. Foi um pranto. Este cristão conseguiu que a mulher depois chegasse. Veio aqui com a mulher e ouvi o relato de como escapou. Trazia uma criança, sobrinho da mulher, com uma bala no corpo. Eu vi, porque extraíram a bala.

Qual foi o relato que mais o impressionou?

É de um jovem que esteve num confronto com os insurgentes. Ele foi militar, mas depois teve um acidente, foi desmobilizado e ganhou um trabalho no aparelho de Estado. Estava a trabalhar em Palma com uma certa responsabilidade. Quando regressava do trabalho, ia abrir a porta de sua casa, viu pessoas a correr, perguntou o que estava a acontecer e ouviu que eram os Al-Shabaab que estavam a entrar. Correu para o posto policial que estava próximo, porque conhecia o comandante, e avisou-o que estavam a chegar. Deram-lhe uma arma, porque o comandante sabia que ele era antigo militar, e puseram-se em confronto. Mas ele disse que pouco tempo depois já não podiam mais continuar a disparar porque os insurgentes se aproximavam cada vez mais, com armas potentes e granadas, a destruir as coisas, incluindo o posto policial onde ele estava. Então teve de correr para escapar do lugar com os outros polícias.


D. Antonio Juliasse Sandramo, Bispo Auxiliar de Maputo e Administrador Apostólico de Pemba (Moçambique) | Foto: Vatican Media

Escapou e conseguiu alcançar Afungi [junto ao Campo da Total, a meia dúzia de km de Palma], já havia lá muita gente. Teve um papel muito forte de liderança para tentar divulgar o que estava a acontecer. Fez um áudio para tentar fazer chegar a voz com o que existia lá, mas o áudio escapou e foi chegando a muitas pessoas. E ele ficou com muito medo. Um outro testemunho de outras pessoas confirmou que ele teve um papel muito importante, ele é que organizava as pessoas para se sentarem e receberem água, não havia liderança perante aquela massa de refugiados, e ele assumiu um trabalho muito bom. Um irmão dele conseguiu pagar um bilhete de avioneta desde Afungi e ele veio até aqui e contou-me em primeira mão o que tinha acontecido, mas também que temia pela vida dele, por causa da fuga da informação, não sabia qual seria a reação dos outros. E saiu daqui em silêncio até chegar a casa da família. Hoje está bem.

Também mostra que não havia militares ou armas suficientes em Palma.

Não foi esse o problema. O que se viu em Palma é que os insurgentes mostraram ter uma mente estratégica muito sofisticada, que tinham estudado tudo e que usaram o princípio de uma hora improvável para apanhar os outros desprevenidos. Teriam pensado que as horas de prontidão seriam outras. Isso desestrutura um pouco a organização e resposta imediata.

O modo como eles operam leva-nos a pensar que é maior a probabilidade de terem infiltrados não só aqui em Pemba, mas também noutros lugares.

O que é que Portugal pode fazer se quiser ser útil para ajudar neste conflito?

Eu agradeço o que já tem sido feito. A diocese de Pemba tem ajudas de muitos irmãos de Portugal. Nós temos um acordo com a diocese de Braga de envio de missionários que têm vindo para cá e em Braga temos quatro seminaristas nossos. Sei que muitos em Portugal rezam a favor de Cabo Delgado. Tenho recebido mensagens de apoio de pessoas que dizem que estão a rezar por Cabo Delgado. Esta maneira espiritual faz aproximar Cabo Delgado e o povo português. Em termos de ajuda material, também há vários grupos que se organizam. Grupos de amigos, organizações não governamentais, angariam fundos e depositam na conta de emergência da diocese de Pemba. Essa ajuda tem acontecido. Eu quero agradecer em nome da diocese do povo de Cabo Delgado todos esses gestos.


Catedral de São Paulo, Pemba, Mozambique. Fonte: Flickr/Rosino

A Cáritas portuguesa também está envolvida nesta grande corrente de mobilizar apoios para Cabo Delgado, estamos unidos e agradecemos imensamente tudo o que chegar. Dos portugueses em geral temos visto um grande esforço por fazer conhecer o que se vive no norte de Moçambique junto da União Europeia. Portugal tem sido advogado de Moçambique nesta causa. Penso que vale a pena continuar a envolver o mundo todo, porque pode ser que as raízes deste problema não estejam em Cabo Delgado e tenham a ver com várias outras ligações. Num mundo global deve enfrentar-se a insurgência e o terrorismo no local, mas também ao nível de todas as ligações internacionais. Portugal pode desempenhar um grande papel nesta discussão internacional.

A relação entre a Igreja e a comunidade islâmica em Moçambqiue pode sair beliscada deste conflito?

Não será, essa é uma relação com séculos e a comunidade islâmica, a partir dos seus organismos do congresso islâmico, distancia-se dos autores dessa violência, sempre disseram que não tem nada a ver com os princípios da religião islâmica em que acreditam.

O modo como eles operam leva-nos a pensar que é maior a probabilidade de terem infiltrados não só aqui em Pemba, mas também noutros lugares.

Ficaria surpreendido se viesse a descobrir que entre os insurgentes há rapazes com formação católica?

Não ficaria, porque temos alguns que estão na insurgência não por vontade própria, mas para preservarem a vida. Podem fingir que deixaram de ser católicos e passaram para o Islã. Pelo pouco que sei, é uma das condições para preservar a vida quando são capturados. Ou se põem nessa disposição de passarem para a religião islâmica ou morrem. Quem acha que precisa de preservar a sua vida pode jogar um papel de que está no outro lado.

“Insurgentes com formação católica? Não ficaria surpreendido. Acham que precisam de preservar a vida” - D. António Juliasse Ferreira Sandramo

Acha que pode ter infiltrados dos insurgentes em Pemba?

Está disposto a acolher esses jovens se conseguirem libertar-se?

São filhos da casa. A igreja vai acolher sempre, não só estes, mas todos os outros que quiserem fazer parte do caminho do bem…

Mas têm de mostrar um arrependimento por terem participado nestes atos…

Sim, esse é um caminho de misericórdia que a igreja bem sabe fazer.

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