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Cardeal Carlo Maria Martini. Uma figura que estimulava o cuidado pelos outros. Artigo de Liliana Segre

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25 Outubro 2021

 

"Buscando força justamente nesses recursos ocultos, seremos capazes não apenas de enfrentar a vida, mas também de sermos pessoas melhores, em um mundo melhor e mais justo. Hoje, enquanto 1 bilhão e meio de pessoas morrem de fome, desperdiçamos recursos e alimentos, deixamos vencer na geladeira algum alimento de que gostamos menos do que outro, não pensamos neste mundo de pessoas famintas que olham e talvez vejam esse nosso massacre, essa nossa destruição de riquezas. Bem, quando isso acontece, quando essa injustiça, essa crueldade, essa indiferença acontece, então realmente significa que ainda temos muito que aprender e fazer", escreve Liliana Segre, sobrevivente do Holocausto e senadora vitalícia na Itália, em artigo publicado por Corriere della Sera, 21-10-2021. A tradução é de Luisa Rabolini. 

 

Eis o artigo.

 

Tenho uma lembrança indelével do Cardeal Carlo Maria Martini. As ocasiões de encontro direto não foram muitas, mas sempre muito significativas e intensas. Em todo caso, sua obra, eu diria a sua vida, predispunha à atenção e à consideração. Naquelas ocasiões, sempre encontrei a confirmação da sensação de que sua missão e sua própria figura eram exemplo e ensinamento, e estimulavam qualquer pessoa a cuidar do Mundo e do Outro (...).

 

Quando em 2018 o presidente Sérgio Mattarella, de forma totalmente inesperada, me nomeou senadora vitalícia da República, imediatamente assumi minha nova responsabilidade muito a sério. Tratava-se, de fato, de uma oportunidade extraordinária para dar continuidade, aliás, fortalecer um discurso que eu já vinha fazendo há anos. Um discurso de informação e testemunho especialmente para garotos e garotas, em escolas, universidades, na Itália e no exterior. Porque hoje ainda existem muitos problemas que levam a um empenho e exigem atenção e iniciativa. Por exemplo, uma coisa que nunca deixa de me impressionar hoje em dia são os discursos de ódio, que invadem o espaço público e das redes sociais. Eles me chamam a atenção principalmente porque eu vivi o ódio, sei o que isso significa. Eu vivi uma época em que eu tinha que ser odiada, ainda criança fui expulsa da escola (...).

 

O Cardeal Martini disse-me e também escreveu que se impressionou com as palavras que muitas vezes repito aos meninos: "Somos muito fortes!", “Nunca falem não aguento mais”. Na verdade, sempre quis dizer que justamente a força que nos manteve vivos, nós sobreviventes do Holocausto, nos últimos meses de prisão, mas também nos anos que se seguiram, é a força que cada ser humano tem dentro de si. Só em parte força física, porque estávamos exaustos e a um passo da morte por desnutrição e exaustão, mas também força moral, religiosa, sobretudo desejo de viver, apego à vida, esperança de salvação e retorno. Essa força interior que cada um de nós deve sempre tentar trazer à tona, nunca se desesperando e nunca se abandonando.

 

Buscando força justamente nesses recursos ocultos, seremos capazes não apenas de enfrentar a vida, mas também de sermos pessoas melhores, em um mundo melhor e mais justo. Hoje, enquanto 1 bilhão e meio de pessoas morrem de fome, desperdiçamos recursos e alimentos, deixamos vencer na geladeira algum alimento de que gostamos menos do que outro, não pensamos neste mundo de pessoas famintas que olham, e talvez vejam esse nosso massacre, essa nossa destruição de riquezas. Bem, quando isso acontece, quando essa injustiça, essa crueldade, essa indiferença acontece, então realmente significa que ainda temos muito que aprender e fazer.

 

Eu penso nesse amor pela vida, nessa sensibilidade. Não um valor abstrato, mas uma escolha pela sobrevivência de milhões de pessoas e, aliás, de todo o nosso planeta. A esse respeito o Cardeal Martini era particularmente atento e isso foi outro elemento de grande partilha entre nós. Porque hoje, por outro lado, prevalecem outros modelos e outros desvalores. Sempre fiquei impressionada com essas séries de televisão que duram 25 anos, em que só existem vidas de consumo, em que a mensagem que passam é sempre a mesma: hedonismo, consumismo extremo, exterioridade. Em vez disso, nosso dever é testemunhar que há mais, que a vida é outra coisa, que nosso papel não deve ser o de observadores passivos e cúmplices, mas de sujeitos tão conscientes e ativos quanto possível.

 

É o sentido de mais um episódio da minha vida que muito impressionou Martini e que desejo relembrar aqui. Foi no final da Marcha da Morte. (...) Eu vi uma sombra que caminhava ao meu lado, roçando em mim. Na verdade, ele nem mesmo me via, mas era eu quem o via. Ele era o comandante do último campo, era um SS, um homem que até poucas horas antes tinha sido terrível com as prisioneiras: chutes, chibatadas e desprezo total por uma raça inferior que por acaso ainda estava viva para incomodar. Ele praticamente me tocava, estava ao meu lado, mandou o cachorro embora, vestiu suas roupas civis, jogou fora o orgulhoso uniforme dos SS e, por fim, jogou fora a arma. Ele a jogou aos meus pés. Bem, eu não era mais aquela menininha que desceu do trem, eu tinha vivido por longos meses no ódio e no sonho da vingança e naquele momento pensei, depois de toda a violência que tinha visto: “Agora ele está aqui em meu poder, vou pegar a arma e atirar nele”. Pareceu-me que o desejo de matá-lo era o final justo e digno daquele mal alheio de que tanto sofri até aquele momento. Mas foi um momento, uma tentação muito forte como nunca mais tive na minha vida. Naquele momento também percebi que não era como ele, não era como meu assassino. Eu sempre havia escolhido a vida e quem escolhe a vida nunca pode tirar a vida de ninguém por nenhum motivo. Felizmente não peguei naquela arma e daquele momento em diante fui aquela mulher livre e aquela mulher da paz que sou ainda agora.

 

Esse episódio sempre impressiona o público que me escuta e também impressionou o Cardeal Martini. Ele apreendeu seu valor autêntico, que era a diferença entre nós e eles, entre a nossa ideia de civilidade e de humanidade e a deles, que é exatamente contrária, desumana e niilista. Desejo concluir ressaltando o sentido desse mesmo sentir subjacente com o Cardeal Martini, de quem sempre admirei a profundidade de cultura e senso de humanidade, a atenção aos outros, às suas razões, às suas necessidades.

 

Mas também gostaria de compartilhar outra lembrança sobre ele: em um dos nossos encontros, disse-lhe que muitas vezes me sentia inadequada e confusa; ele olhou para mim e disse: “Não tema nada, você é você”. Sempre interpretei essas palavras mais do que um elogio pessoal, um convite a todas as pessoas para serem elas mesmas, para dar sentido às suas vidas, para aproveitar os recursos que cada um de nós tem dentro de si e que devemos cultivar, mas também usar na vida cotidiana, para torná-la melhor e digna de ser vivida. Nós concordamos sobre isso também. Que nossa sym-pathia possa ser de exemplo e de estímulo.

 

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