21 Junho 2021
O jesuíta de 84 anos foi preso em outubro, acusado de terrorismo pelo seu compromisso em favor dos tribais. Além do mal de Parkinson, ele contraiu Covid-19 na prisão e precisou ser internado na UTI. Ele está em “liberdade provisória” para ser tratado, mas a agência de segurança indiana continua se opondo à sua libertação sob fiança.
A reportagem é de Nirmala Carvalho, publicada por Asia News, 18-06-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
As condições do Pe. Stan Swamy, o jesuíta indiano de 84 anos preso em outubro acusado de terrorismo, continuam críticas e requerem tratamentos intensivos. Por isso, a Suprema Corte de Mumbai prorrogou nessa quinta-feira, 17, até o dia 5 de julho a “liberdade temporária” em virtude da qual o religioso está internado no Hospital da Sagrada Família de Bandra desde o dia 28 de maio.
Pe. Stan Swamy, SJ no hospital (Foto: Asia News)
Na sexta-feira, 18, venceria a permissão que os juízes haviam concedido ao religioso, a quem foi repetidamente negada a liberdade sob fiança, apesar da idade e do fato de ele sofrer de uma forma avançada de Parkinson.
No hospital, foi verificado que – como se suspeitava – o jesuíta contraiu Covid-19 na prisão de Taloja, na extrema periferia de Mumbai, onde ele estava detido desde outubro.
O Pe. Swamy, que há muitos anos luta em Ranchi pela defesa dos direitos dos tribais, é acusado, junto com 15 outros ativistas, de organizar as violências que eclodiram no dia 1º de janeiro de 2018 durante as manifestações do Bhima Koregaon-Elga Parishad, um protesto dos dalits (os expulsos das castas).
A Agência de Segurança Nacional Indiana (NIA, na sigla em inglês) lhe atribui ligações com os guerrilheiros maoístas, uma acusação que o idoso jesuíta sempre rejeitou. Em Jharkhand, o Pe. Swamy passou toda a sua vida na defesa dos direitos dos adivasi, as populações tribais; um compromisso que lhe gerou muitos inimigos entre aqueles que buscam se apossar das terras dessas comunidades.
Nos meses que passou na prisão, o sacerdote viu as suas condições de saúde piorarem seriamente: “Há oito meses – disse ele mesmo no dia 21 de maio passado, durante uma dramática videoconferência diante dos juízes – eu comia sozinho, conseguia escrever, caminhar, tomar banho. Todas essas coisas estão desaparecendo uma após a outra. A prisão de Taloja me levou a uma condição em que eu não consigo nem escrever nem caminhar sozinho. Alguém tem que me alimentar”.
Naquela ocasião, o jesuíta havia recusado a hospitalização, pedindo a liberdade sob fiança, dizendo que agora só queria “morrer” entre o seu povo em Jharkhand. Mas a piora das suas condições e a proximidade da sua comunidade jesuíta o levaram a aceitar a transferência para o Hospital da Sagrada Família.
Na quinta-feira, 17, os juízes marcaram uma nova audiência para examinar a sua situação no dia 3 de julho. O pedido de libertação apresentado pelos seus advogados ainda está pendente no tribunal. Mas a NIA apresentou novamente um parecer negativo, afirmando ter encontrado na casa e no computador do Pe. Swamy elementos que comprovam os seus vínculos com os guerrilheiros maoístas. Provas que o jesuíta denuncia como manipuladas, afirmando que nunca viu aqueles materiais antes.
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Pe. Swamy continua em estado grave. Suprema Corte de Mumbai prorroga hospitalização - Instituto Humanitas Unisinos - IHU