19 Fevereiro 2021
O ex-prior Enzo Bianchi recusa o destino. Aguarda-se a decisão da Secretaria de Estado. A comunidade está pressionando por uma solução rápida e o decreto do Papa permanece inapelável.
Profunda decepção de Bose pelo novo adiamento da questão relativa ao destino do ex-prior Enzo Bianchi, que decidiu não se mudar para Cellole di San Gimignano, comunidade da diocese de Volterra e província de Siena. Um destino que não seria o fruto de uma imposição, mas de uma escolha acordada.
Em resposta ao apelo de Bose, entre 6 de dezembro de 2019 e 6 de janeiro de 2020, a Santa Sé enviou uma delegação composta por três visitantes apostólicos - Abade Guillermo Leon Arboleda Tamayo, M. Anne Emmanuelle Devéche, abadessa de Blauvac e padre Cencini - que ouviram por longo tempo, muitas vezes por dias inteiros, o fundador, o novo prior e todos os membros da comunidade, um a um, coletando suas opiniões sobre o ocorrido e reunindo uma série de episódios que nunca haviam sido mencionados antes.
Diante do que resultou, em 13 de maio foi expedido o "decreto singular" assinado pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, "aprovado em forma específica" pelo Papa Francisco - e, portanto, inapelável - que ordenou para Enzo Bianchi a saída da comunidade no prazo máximo de dez dias a partir da notificação (que ocorreu em 21 de maio). Mas, entretanto, quase nove meses se passaram. Sobre o novo revés da história, determinado pela decisão de Enzo Bianchi, a comunidade divulgou uma nota que publicamos na íntegra.
A nota é da Comunidade de Bose, publicada por Avvenire, 18-02-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Com profunda amargura, a Comunidade teve que reconhecer que o irmão Enzo não se mudou para Cellole nos prazos indicados pelo decreto do delegado pontifício de 4 de janeiro passado.
Tratava-se de uma solução desenvolvida nos últimos meses com o consenso reiterado por escrito pelo próprio irmão Enzo e por alguns irmãos e irmãs dispostos a segui-lo para prestar-lhe toda a assistência necessária.
Como explicamos ao divulgar a notícia, a comunidade teve que renunciar à sua Fraternidade de Cellole para que fosse respeitada a indicação do decreto singular aprovado em forma específica pelo Papa que previa a saída do irmão Enzo de Bose e de suas Fraternidades. Agindo desta forma, a Comunidade tinha procurado uma modalidade de observância do decreto singular que permitisse ao Irmão Enzo ir viver em um lugar que ele amava, para cuja reestruturação ele havia contribuído ativamente, determinando inclusive a disposição dos locais adequados ao seu acolhimento, uma vez que ele pediu demissão como prior. Com a solução indicada, os irmãos extra domum continuariam a usufruir de todos os direitos próprios dos membros professos da comunidade, como a participação nos conselhos.
Ao mesmo tempo, a mudança do irmão Enzo para Cellole teria contribuído para aliviar a tensão e o sofrimento de todos e teria facilitado o lento caminho de reconciliação e compreensão mútua. Para implementar tudo isso, os irmãos já presentes em Cellole se mudaram há uma semana para Bose e dois outros, entre os que haviam confirmado sua disponibilidade, foram a Cellole para preparar melhor a chegada do irmão Enzo.
Infelizmente a mão estendida não foi aceita e agora a Comunidade também terá que enfrentar o exigente ônus de reiniciar a Fraternidade de Cellole, já que seu fechamento só teria surtido efeito após a chegada do Irmão Enzo a Pieve. A presença de Bose naquele lugar, de fato, é um compromisso com a diocese e uma responsabilidade moral para com tantas pessoas que ali encontraram um alimento para sua vida espiritual e humana. Empenho e responsabilidade abundantemente recompensados pelo grande dom de amizade e de comunhão fraterna.
Enquanto agradecemos à Santa Sé pela forma como nos acompanhando e confirmando, confiamos mais uma vez o nosso caminho à oração de amigos e hóspedes.
A Comunidade de Bose
Nada de fato ao término do prazo estabelecido para a transferência pelo delegado papal, Pe. Amedeo Cencini, que havia indicado o dia 16 de fevereiro como prazo. Agora é uma questão de examinar outras hipóteses.
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Caso Bose, partimos de um “não” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU