09 Mai 2025
- "O mundo de hoje precisa de sangue novo para viver. As Igrejas estão à procura de encorajamento e esperança. As pobres multidões do planeta exigem justiça e pão".
- "Precisamos de algo semelhante ao "fogo" que Jesus acendeu em sua breve passagem pela terra: sua mística, sua lucidez, sua paixão pelo ser humano".
- "Sempre que a Igreja procurou se renovar, um retorno a Jesus foi desencadeado para seguir seus passos novamente".
O comentário é de José Antonio Pagola, teólogo espanhol, comentando o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 10, 27-30 que corresponde ao 4º domingo de Páscoa, ciclo C do Ano Litúrgico, publicado por Religión Digital, 05-05-2025.
Eis o comentário.
Todos os tipos de estudos e diagnósticos podem ser feitos. A verdade é que o mundo de hoje precisa de sangue novo para viver. As Igrejas estão à procura de encorajamento e esperança. As pobres multidões do planeta exigem justiça e pão. O Ocidente não sabe mais como sair dessa tristeza mal disfarçada que nenhum bem-estar pode esconder.
O problema não é apenas de mudanças políticas ou renovações teológicas, mas de vida. Precisamos de algo semelhante ao "fogo" que Jesus acendeu em sua breve passagem pela terra: sua mística, sua lucidez, sua paixão pelo ser humano. Precisamos de pessoas como ele, palavras como as dele, esperança e amor como ele. Precisamos voltar para Jesus.
Desde o início, os cristãos viram que ele poderia guiar os seres humanos. Na sua linguagem familiar, o quarto Evangelho apresenta-o como o "pastor" capaz de libertar as ovelhas do aprisco onde estão encerradas para "as levar para fora", para um novo país de vida e dignidade. Ele marcha à frente marcando o caminho para aqueles que querem segui-lo.
Jesus não impõe nada. Não force ninguém. Ele chama cada um "por nome". Para ele não há massas. Cada um tem seu próprio nome e rosto. Cada um deve ouvir a sua voz sem a confundir com a dos estranhos, que não passam de "ladrões" que tiram luz e esperança ao povo.
Esta é a coisa decisiva: não ouvir vozes estranhas, fugir de mensagens que não vêm da Galileia. Sempre que a Igreja procurou renovar-se, desencadeou-se um retorno a Jesus para seguir novamente os seus passos. Como já foi lembrado tantas vezes, "siga-me" é a primeira e a última palavra de Jesus a Pedro (Dietrich Bonhoeffer).
Mas retornar a Jesus não é tarefa exclusiva do papa ou dos bispos. Todos os crentes são responsáveis. Para voltar a Jesus, não temos que esperar por nenhuma ordem. Francisco de Assis não esperava que a Igreja de seu tempo tomasse não sei quais decisões. Ele mesmo se converteu ao evangelho e começou a aventura de seguir verdadeiramente Jesus. O que devemos esperar para despertar entre nós uma nova paixão pelo Evangelho e por Jesus?
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