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30 Novembro 2021

 

"Por muito tempo a Bíblia foi considerada um texto prescritivo, inspirado por Deus da mesma forma que Alá teria ditado sua vontade ao Profeta Maomé (o Alcorão). Hoje, as igrejas cristãs, embora reconheçam que a palavra de Deus está incluída na Bíblia, admitem que aqueles textos são sobretudo obra humana, escritos por seres humanos e que as antigas leituras fundamentalistas já não são mais preconizáveis", escreve Corrado Augias, jornalista, escritor italiano e ex-deputado do Parlamento Europeu, em artigo publicado por La Repubblica, 27-11-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o artigo.

 

Os crentes consideram-na inspirada por Deus. Para aqueles que não creem, continua a ser um documento fundamental da cultura ocidental. Para todos, é uma coleção de obras literárias de valor extraordinário. Um livro-Escritura para os judeus (Tanak); para os cristãos, “a Bíblia”, pequena biblioteca de textos recolhidos há cerca de mil anos, escritos em hebraico, aramaico e grego. Einaudi publica a primeira versão italiana não confessional, confiada a estudiosos de autoridade incontestável. Notável empreitada editorial, três volumes muito bem ilustrados, 3700 páginas (240 euros) dirigida por Enzo Bianchi, organizada por Mario Cucca, Federico Giuntoli, Ludwig Monti, amplas introduções narrativo-explicativas para cada um dos livros.

 

A Bíblia é um conjunto de textos prescritivos, sapienciais, proféticos, poéticos, históricos, epistolares, reunidos num longo e fascinante processo, lidos, interpretados, traduzidos de maneiras muito diferentes ao longo dos séculos. Os primeiros cinco livros da parte conhecida como Antigo Testamento (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio) contêm para os hebreus a Lei (Torá) que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó revelou a Moisés, o primeiro mestre (Rav - Rabi/Rabino), guia do povo judeu.

 

Bíblia, de Enzo Bianchi. Curadoria de Mario Cucca, Federico Giuntoli e Ludwig Monti (Foto: Divulgação/Einaudi)

 

Ao Antigo Testamento, os cristãos acrescentaram outros vinte e sete livros por eles chamados Novo Testamento ou Nova Aliança: quatro Evangelhos reconhecidos (entre os muitos) como canônicos, os Atos dos Apóstolos que são, em sua maior parte, a "biografia" de Paulo, numerosas epístolas, o Apocalipse.

 

Enzo Bianchi recorda no prefácio que, desses milhares de páginas, existes leituras diferentes dentro do judaísmo, leituras diferentes para os cristãos, enfim, leituras diferentes também para os não crentes que, no entanto, não podem deixar de reconhecer nesta extraordinária coleção “O Grande Código”, como o crítico literário canadense Northrop Frye o definiu. Textos que se contradizem, conflitam, contam com as palavras mais sedutoras o amor carnal, mas também o mais puro ascetismo, a crueldade e a dedicação, a necessidade do conflito e a aspiração à paz, basicamente resumem e espelham a abismal complexidade do espírito humano.

 

Por muito tempo a Bíblia foi considerada um texto prescritivo, inspirado por Deus da mesma forma que Alá teria ditado sua vontade ao Profeta Maomé (o Alcorão). Hoje, as igrejas cristãs, embora reconheçam que a palavra de Deus está incluída na Bíblia, admitem que aqueles textos são sobretudo obra humana, escritos por seres humanos e que as antigas leituras fundamentalistas já não são mais preconizáveis.

 

Por outro lado, a própria tradução de textos bíblicos para as várias línguas na Idade Média colocou sérios problemas interpretativos que muitas vezes acabam modificando a própria teologia. Vou apresentar alguns exemplos.

 

Na edição católica da CEI no início do Gênesis, lemos (1,2): "A terra era informe e deserta e as trevas cobriram o abismo e o espírito de Deus pairava sobre as águas". Na nova edição Einaudi, ao contrário, pode se ler: "A terra estava vácua e vazia, as trevas estavam acima do abismo e o sopro de Deus pairava sobre as águas" [1]. O hebraico original "Ruach", observa em nota o curador Federico Giuntoli, é ambíguo e significa tanto "sopro" quanto "espírito". Na realidade, o mais confessional "espírito" não transmite bem o sentido do hebraico, que também pode significar "vento" (o sopro também é um vento...). Ruach é aqui o "princípio vital" e, para o mundo antigo, este é constituído pelo "sopro". A escolha interpretativa, como podemos ver, não é simples, a filologia atende às intenções não só à competência do intérprete. Outro exemplo possível vem de Deuteronômio 26,5. A edição da CEI reza: “O meu pai era um Arameu errante; desceu ao Egito, ficou como forasteiro com poucas pessoas, e ali se tornou uma grande, forte e numerosa nação”.

 

Edição Einaudi: “O meu pai era um arameu à beira da morte. Ele desceu para o Egito, ficou como estrangeiro com poucos habitantes e lá se tornou uma grande, numerosa e vasta nação” [2]. O curador Federico Giuntoli especifica: o verbo hebraico (avad) tem como significado principal o de “morrer”, “ser destruído”. Raramente, apenas quando se refere ao gado, significa "perder o rumo", "perder-se". O texto, ao contrário, alude muito claramente à severa carestia que assolou a terra de Canaã, portanto, ao real perigo de morte para Jacó e sua família. Foi por sua causa, de fato, que Jacó e o resto da família foram para o Egito.

 

Um exemplo final vem do livro de Isaías; na edição CEI lemos (7,14): “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho a quem chamará de Emanuel”. Em vez disso, na nova edição Einaudi: “Eis: a jovem ficara gravida e dará à luz um filho; seu nome será Imanu-El” [3]. Em nota, o curador Mario Cucca explica a origem distante de uma tradução tão diferente. No terceiro século a.C., o faraó Ptolomeu encomendou aos sumos sacerdotes de Jerusalém uma versão em grego da Bíblia para a biblioteca de Alexandria. O sumo sacerdote Eleazar nomeou 72 sábios, ou seja, 6 para cada uma das 12 tribos de Israel (posteriormente simplificados em 70) que, tendo se mudado para a ilha de Faro, completaram a obra em 72 dias. Quando se tratou de traduzir Isaías, o termo hebraico "almah" foi reproduzido com o grego "parthenos". Almah, entretanto, significa jovem mulher, garota, enquanto Parthenos significa mulher que não conheceu um homem, virgem. Em hebraico, a "virgo intacta" é chamada de "betulah".

 

O Evangelho atribuído a Mateus retoma a interpretação indevida, de fato, lemos ali (1,22-23): “Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera através do profeta: eis a virgem conceberá e dará à luz um filho que será chamado Emanuel”. Ressalta Mario Cucca: a interpretação cristã tradicional reconhece na criança a anunciação do Messias filho de Maria de Nazaré. Disso também se origina o dogma que atribui a Maria virgindade perene "ante et post partum".

 

Em seu prefácio, Enzo Bianchi também reconstrói o antigo problema das traduções porque a Igreja do Ocidente, tendo recebido as Escrituras em hebraico, aramaico e grego, tratou de traduzi-las para o latim. No entanto, Bianchi acrescenta que: “Quando o latim se desenvolveu nas línguas medievais, a Igreja Católica esperou alguns séculos antes de tornar disponível o texto sagrado naquelas línguas”. O latim estava presente na liturgia e era conhecido por muitos sacerdotes, mas raramente era compreendido pelo povo dos crentes. Esse silêncio das escrituras tornou-se ainda mais pesado após a reforma luterana de 1517. Em 1559, sob o pontificado fortemente reacionário do Papa Paulo IV Carafa, que inclusive criou o gueto judeu em Roma, foi instituído "O índice dos livros proibidos" que: “colocou sérios limites à possibilidade de imprimir, possuir, divulgar e ler a Bíblia”. A razão era que o inquieto frade agostiniano Martinho Lutero havia colocado a Bíblia e a fé na base de sua Reforma: “Pecca fortiter, sed fortius crede”, peque fortemente, mas acredite com força ainda mais forte. Dois princípios que ameaçavam diretamente a organização altamente hierárquica e política da Igreja Católica. Em conclusão, a leitura da Bíblia nas línguas medievais (como o italiano) era proibida aos fiéis. Já no início do século XX, o medo do movimento cristão conhecido como "modernismo" fez com que a tradução da Bíblia para o italiano fosse vista como suspeita. Houve, lembra Enzo Bianchi, repetidos ataques dos jesuítas da Civiltà cattolica e do próprio Papa Pio X.

 

Seria necessário chegar ao histórico Concílio Vaticano II na década de 1960 para que as suspeitas e acusações à Bíblia e aos judeus fossem definitivamente derrubadas. À margem do Concílio foi reconhecido, inclusive, o total judaísmo de Jesus, do nascimento à morte. Os judeus não foram mais chamados de "pérfidos judeus", ao contrário, justamente indicados pelo papa Wojtyla como "irmãos mais velhos", também em sentido bíblico.

 

Notas

 

[1] ACF: “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”.

[2] ACF: “Arameu, prestes a perecer, foi meu pai, e desceu ao Egito, e ali peregrinou com pouca gente, porém ali cresceu até vir a ser nação grande, poderosa, e numerosa.

[3] ACF “Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel”.

 

Leia mais

 

  • A redescoberta da Bíblia. Artigo de Gianfranco Ravasi
  • A Bíblia tem razão?
  • Torá, uma lição de respeito. Artigo de Riccardo Di Segni
  • O teólogo que traduz a Bíblia: “Ainda faltam 3.700 línguas”
  • Bíblia e literatura: o Nazareno beat. Artigo de Gianfranco Ravasi
  • A Bíblia e o problema da interpretação. A comunidade dos fiéis antes das Escrituras. Artigo de Paolo Cugini
  • Tomar a Bíblia ao pé da letra
  • Por que é difícil traduzir a Bíblia?
  • Bíblia e Alcorão, os passos do diálogo

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