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Uma possível leitura panikkariana do momento atual. Artigo de Rita Grassi

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01 Abril 2020

"E se começarmos a enxergar o vírus não como uma maldição, mas como uma benção? Como a nossa salvação? Algo criado pela própria natureza para salvar o planeta e, portanto, a espécie humana. Esse “ser” invisível que ameaça nos destruir pode ser nossa única esperança de salvação. A única coisa que nos fez parar até hoje, de consumir incessantemente, de destruir os recursos finitos do nosso planeta, de nos movermos desenfreadamente", escreve Rita Grassi, doutoranda em Sciences Religieuses na École Pratique des Hautes Études - EPHE em co-tutela com a PUC Minas, mestra em Ciências da Religião pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC Minas, e membro do Grupo de Pesquisa REPLUDI - Religião, Pluralismo e Diálogo e do CEDRE (Centro Europeu de Estudos Republicanos).

Eis o artigo.

Ao ler a introdução do livro “O Silêncio de Buda”, de Raimon Panikkar, deparei-me com reflexões do autor que dialogam diretamente com os dias atuais e que podem trazer alguma luz a este contexto de pandemia no qual estamos vivendo.

E se começarmos a enxergar o vírus não como uma maldição, mas como uma benção? Como a nossa salvação? Algo criado pela própria natureza para salvar o planeta e, portanto, a espécie humana. Esse “ser” invisível que ameaça nos destruir pode ser nossa única esperança de salvação. A única coisa que nos fez parar até hoje, de consumir incessantemente, de destruir os recursos finitos do nosso planeta, de nos movermos desenfreadamente. A única coisa capaz, até hoje, de nos fazer, em escala planetária, refletir sobre nossa frágil existência, sobre o que é realmente essencial para a nossa sobrevivência, sobre as relações que queremos estabelecer com as pessoas que amamos.

E se ele veio justamente para que reconheçamos a vulnerabilidade em que vivem as pessoas pobres e desassistidas deste planeta? Para escancarar a solidão na qual vivem muitos idosos e idosas, sobretudo nos países mais ricos? A importância de uma saúde pública de qualidade? De um governo que pense primeiro no povo, na sobrevivência do povo, na saúde e na educação desse povo? Para pensarmos em que tipo de governantes iremos votar no futuro?
E se ele veio nos mostrar que devemos nos ver e nos abraçarmos mais do que temos feito? Trocar os contatos nas redes sociais, as curtidas, as mensagens curtas, por ligações longas, encontros verdadeiros, onde expomos nossa vulnerabilidade, nossa carência, nossas intuições, nosso afeto... Essa benção em forma de vírus poderia servir para tudo isso e tantas coisas mais.

Pensar desta forma pode nos trazer uma espécie de esperança, mas que não deve ser uma esperança como “um ato da vontade ou da mente. Do contrário, não seria esperança, mas mera espera, mais ou menos resignada, mais ou menos plausível”. Assim como, “a esperança do nirvana não consiste em desejá-lo - e nem consiste em não desejá-lo; isso ainda seria estar na esfera da vontade”. Naquele tipo de esperança de que, no fim, quando tudo isso acabar, chegaremos ao paraíso ou, simplesmente, seremos felizes ou menos infelizes. A esperança da qual estamos falando “não é do futuro, mas do invisível. É a verdadeira aspiração do Ser, não satisfeita pelos desejos da mente.” (PANIKKAR, 2017, p. 37). Para Panikkar:

“O salto requerido é muito mais alto. Muitas tradições religiosas convidaram o humano a arriscar tal salto - um salto para além da história. Muito frequentemente, no entanto, elas cederam à tentação de descrevê-lo, e no seu desejo de transcender a história caíram na geografia, até mesmo, algumas vezes, numa geografia do ‘além’. [...] O salto é além do tempo e do espaço. Consequentemente, não é nem mesmo um salto. Não há, de mais a mais, nenhum lugar para onde ir. Não é uma questão de parcialidade, ou seja, de meramente salvar a alma, o indivíduo, a sociedade, ou a matéria, mas é uma questão do todo. ‘Preocupem-se com o todo’, disse um dos sete sábios da Grécia. O nirvana não será encontrado em lugar nenhum, nem no fim de nada; não tem geografia, nem história”. (PANIKKAR, 2017, p. 38)

Paramos e refletimos e o “salto” está justamente neste instante presente, neste instante de reflexão, de presença fora do tempo e espaço. De uma presença em si mesmo, como consciência e não como ego, como coletivo e não como indivíduo. Sou o próprio “salto”, essa consciência, aqui e agora. Não serei, apenas, quando a propagação do vírus estabilizar-se ou quando encontrarem a cura, a vacina, etc. Esse instante presente é o próprio Nirvana. E Panikkar continua:

“A Terra mostrou suas limitações, os Deuses revelaram suas imperfeições, os Homens perderam a ilusão de serem os salvadores da humanidade. A Ciência, as Religiões e a Política perderam todas o seu poder de salvação. A tentação, fraca ou forte, de deixar tudo destruir-se e arruinar-se e de cair no nihilismo é muito clara. No entanto, essa ‘esperança contra qualquer esperança’ ainda continua a existir - aqueles que amam a sentem, aqueles que acreditam a experienciam, aqueles que se desesperam a colocam em teste. A humanidade sente que outro grau de esperança é possível.” (PANIKKAR, 2017, p. 38).

Uma esperança que, também, pode estar no nosso próprio não-saber coletivo. Este não-saber que, de certa forma, nos torna iguais diante de um mistério maior, que não necessariamente seria um mistério transcendente. É um mistério-material, concreto, apesar de invisível. Ao acessarmos este mistério, refletirmos sobre ele, trazemos à tona o Homus Religious, uma característica que Panikkar define como uma religiosidade, nem sempre manifesta pelo pertencimento a uma religião, mas algo que revela que:

“[...] até mesmo debaixo das roupas, há uma pele humana que sente na sua própria nudez o enigma da vida, a morte fria, o desejo por palavras não ditas, o arrependimento por atos não realizados, a simples dúvida face ao desconhecido. Há uma certa reserva – mais cultural do que pessoal – em falar sobre o horizonte último do qual somos todos igualmente ignorantes. Opiniões unem e dividem a humanidade, mas a comunhão da ignorância não tem lacunas”. (PANIKKAR, 2017, p. 39).

Mas, qual seria, então, uma possível solução para não ficarmos, também, paralisados pela ignorância, pelo mistério, pelo não-saber, pela contemplação pura e simples (sem, no entanto, querer diminuir sua importância)? Pensar que o ato de contemplar e de refletir, pode dar origem a uma ação. Pois, segundo Panikkar (2017), “quando a situação mundial é como tal, quando a urgência por remédios necessários não permite atrasos, quando somos impelidos à ação prática, entreter preocupações teóricas pode parecer um luxo irresponsável”, embora a práxis não se sustente sem uma teoria, é preciso agir. E qual seria a natureza desta ação?

Uma proposta: primeiro, silenciar e deixar que as palavras brotem em forma de ideias e intuições que vão surgindo a partir, talvez, de algumas perguntas. Como posso servir? Qual meu papel nisso? De que forma contribuí negativamente para chegarmos a este ponto e como posso transformar essa contribuição em algo positivo aqui e agora? Que atitudes posso adotar neste sentido, já, imediatamente? Depois que as respostas surgirem, colocá-las concretamente em práticas e ações objetivas, do tipo: ficar isolada e conscientizar outras pessoas a fazê-lo, separar o lixo para reciclagem, ligar para meus pais, parar de comer carne, doar para uma entidade que vá assistir às comunidades neste período, assinar o abaixo-assinado contra o corte nos direitos dos trabalhadores, garantir que minha funcionária receba seu salário possa se isolar também e cuidar de sua família e dos seus, reduzir meus deslocamentos após o confinamento, fazer as viagens essenciais e não entrar numa competição de quem viaja mais, cuidar mais do meu consumo, do meu corpo, da minha mente e tantas outras possibilidades. Ao final, podemos inverter este caminho e “trazer as palavras de volta ao silêncio do qual originaram-se. Sem um gosto pelo silêncio, as palavras perdem seu sabor.”

Referência: PANIKKAR, Raimon. Opera Omnia: Vol. V. Buddhism. New York: Orbis Books, 2017.

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