Chile. Igreja Católica em seu pior momento: 83% considera que não é honesta e 96% que protege os sacerdotes acusados

Foto: Jrjunior223 /Wikimedia Commons

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07 Agosto 2018

De acordo com edição mais recente de pesquisa, o percentual de seguidores alcançou seu histórico mínimo e chegou a 46%. Por outro lado, 76% desaprova a maneira como a Igreja está desenvolvendo seu trabalho.

A reportagem é de C. Soto e F. Aste, publicada por La Tercera, 06-08-2018. A tradução é de Graziela Wolfart.

A Igreja Católica chilena teve uma das semanas mais movimentadas, logo depois que se realizou em Punta de Tralca uma assembleia plenária extraordinária com o objetivo de analisar os casos de abuso sexual a menores, cometidos por alguns religiosos. Após o encontro, os bispos que compõem a Conferência Episcopal pediram perdão e apresentaram novas medidas para frear estes crimes e colaborar com o Ministério Público.

Paralelamente, boatos indicavam que o Presidente Sebastián Piñera estava analisando sua participação no próximo Te Deum em função das Fiestas Patrias, visto que a cerimônia seria presidida pelo arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, que será interrogado na condição de acusado no dia 21 deste mês, por eventuais encobrimentos. Finalmente, o prelado anunciou no sábado, através de uma carta, que não presidirá a missa por “prudência”.

E hoje, a pesquisa semanal Cadem mostrou que 83% da população considera que a instituição católica não é honesta nem transparente, o que se soma, além disso, ao número de seguidores [fiéis] que alcançou seu mínimo histórico.

De acordo com a pesquisa, 76% desaprova a maneira como a Igreja está desenvolvendo seu trabalho, enquanto somente 19% dos chilenos a aprova.

Por outro lado, 46% declara professar esta religião, seu menor registro, o qual provocou um aumento significativo entre os que se declaram ateus, índice que alcançou 33%, 8 pontos percentuais a mais do que em janeiro deste ano, quando o Papa Francisco esteve no país para uma viagem por três regiões.

Em relação às qualidades, 73% [considera] que não é humilde, 67% que é pouco próxima, 66% que não se adapta aos novos tempos, 60% que trabalha pouco em âmbito local, 58% que não conhece nem se preocupa com as necessidades das pessoas, e 53% que não é solidária. Além disso, 96% acredita que a Igreja esconde ou protege os sacerdotes acusados e 39% considera que os casos de abusos sexuais envolvem a maioria dos padres.

De acordo com a última amostragem da pesquisa, o governo de Sebastián Piñera registrou uma nova queda com relação à sua aprovação, alcançando 45%, ou seja, cinco pontos a menos do que [os dados] da última semana de julho.

Desta forma, o governante acumula 15 pontos de retrocesso desde o dia 15 de julho.

Além disso, o nível de desaprovação subiu dois pontos, alcançando 39%. Neste contexto, as principais razões dadas pelos chilenos consultados foram o emprego, economia, salários, promessas, ministros e educação.

Em relação ao gabinete ministerial, 48% dos entrevistados o desaprova, enquanto 33% o aprova.

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