Teólogo no Queer Index: processo sinodal leva a maior aceitação

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28 Novembro 2025

O novo "Índice Arco-Íris das Igrejas na Europa" examina o nível de acolhimento da comunidade LGBTQIA+ nas igrejas por toda a Europa. O teólogo Michael Brinkschröder oferece sua perspectiva e identifica alguns aspectos revolucionários.

A reportagem é publicada por Katholisch, 27-11-2025.

Segundo o teólogo Michael Brinkschröder, uma das principais conclusões do recém-publicado "Índice Arco-Íris das Igrejas na Europa" (RICE) é que o processo sinodal promove a aceitação de pessoas LGBTQIA+ na Igreja. Na Europa, observa-se uma crescente inclusão onde o processo sinodal é ativamente implementado, escreve Brinkschröder em um artigo publicado na quinta-feira no portal "feinschwarz.net". O especialista em pastoral LGBTQIA+ da Arquidiocese de Munique e Freising atuou como consultor do relatório.

Os autores do estudo atribuíram consistentemente o fato de o valor da inclusão na Igreja Católica Romana ter aumentado cerca de seis por cento em cinco anos — um aumento maior do que em outras denominações — ao processo sinodal, segundo Brinkschröder. No entanto, o cenário oposto também é evidente: os valores estagnaram ou diminuíram onde o processo sinodal "até agora foi apenas superficial e meramente para manter as aparências (como, por exemplo, na Hungria e na Eslováquia)".

Igreja na Alemanha entre as 10 mais populares

Em outubro, o RICE (Índice Regional de Igrejas Ecumênicas na Europa) foi publicado pela segunda vez desde 2021. De acordo com os resultados, a Alemanha é a Igreja Católica mais inclusiva para a comunidade LGBTQIA+ na Europa, alcançando 37,5 pontos de um total possível de 47 e ficando em nono lugar.

O primeiro lugar ficou com a Igreja da Comunidade Metropolitana de Viena, uma igreja protestante independente. O Fórum Europeu de Grupos Cristãos LGBTQIA+ conduziu o estudo em colaboração com a Universidade Teológica Protestante da Holanda, utilizando um "índice de inclusão". Os termos "queer" e LGBTQIA+ referem-se, entre outras coisas, a pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgênero.

O relatório cita os fortes conselhos leigos e associações católicas, que moldam a vida paroquial e formam uma importante ponte entre os fiéis e a hierarquia da Igreja, como razões para o bom desempenho da Igreja Católica na Alemanha. O estudo também aponta para avanços no programa de pastoral LGBTQ+ já estabelecido, com coordenadores nacionais e regionais, bem como na responsabilidade de um bispo auxiliar nomeado pela Conferência Episcopal Alemã (DBK) para essa área pastoral.

Embora a Igreja Católica na Alemanha já tivesse apresentado um bom desempenho no primeiro índice, sua pontuação aumentou em cerca de 19%. Na Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, o aumento chega a 33%. Isso parece "quase revolucionário para uma Igreja que geralmente pensa em termos de séculos", afirma Brinkschröder.

Fatores internos da igreja

O teólogo também considera surpreendente que, em alguns países, o nível de aceitação da Igreja Católica Romana seja inferior ao do seu contexto social. Por exemplo, a Igreja nos Países Baixos obteve 12,5 pontos, a Igreja na Espanha 9,0 e a Igreja na Suécia 8,0. Isso só pode ser explicado por fatores internos da Igreja nesses países. "Na Suécia, a Igreja é composta principalmente por imigrantes que possuem valores diferentes. No entanto, como os católicos na Espanha e nos Países Baixos têm atitudes significativamente mais inclusivas do que a Igreja, isso sugere que os bispos têm atuado como um obstáculo."

Segundo Brinkschröder, um pré-requisito fundamental para uma mudança sustentável na inclusão de pessoas LGBTQIA+ na Igreja é que os processos de reforma eclesial, a aceitação social e as iniciativas pastorais internas trabalhem em conjunto. Quanto mais os países avançarem, mais fácil será para outros seguirem o exemplo. "Um passo importante nessa direção poderia ser um exame mais aprofundado dos conceitos, por vezes muito diferentes, de cuidado pastoral LGBTQIA+ na Europa."

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