Novas vice-presidências e secretário executivo da Repam: Para continuar a construir o Reino de Deus

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28 Novembro 2025

  • Uma nova etapa para “continuar construindo o Reino de Deus com os pobres”, buscando tornar a região pan-amazônica cada vez mais fraterna e sinodal.

  • A necessidade de nos unirmos para nos fortalecermos e caminharmos em estreita colaboração com os povos indígenas para continuarmos a promover e fortalecer a Igreja sinodal.

  • “Hoje, mais do que nunca, o planeta precisa de uma Repam que seja o sal e a luz do mundo, que ofereça abrigo, que se entrelace com as comunidades a partir de seus clamores, de suas causas e de seus processos.”

A reportagem é Luis Miguel Modino, publicado por Religión Digital, 27-11-2025.

Repam é “a resposta de Deus às necessidades da Amazônia”

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) entra em uma nova fase. Essa etapa se consolidou com a apresentação da nova secretária-executiva, Clara Ximena Lombana, e dos novos membros da presidência: Carol Jeri Pezo, Irmã Ana María Palomino, Bispo Evaristo Spengler e Padre Júlio Caldeira. O evento ocorreu em Manaus, sede da secretaria-executiva desde 2020, e foi anunciado que, a partir de 2026, a sede do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), em Bogotá, abrigará a secretaria-executiva da rede.

O sonho que tínhamos juntos está se tornando realidade

Em suas palavras de boas-vindas, o presidente da Repam, Dom Rafael Cob, enfatizou que “ o sonho que compartilhamos está se realizando ”, recordando a fundação da rede em Brasília, em 2014. Ao longo desses anos, a rede foi se consolidando, ressaltou o presidente da Repam. Essa jornada compartilhada o levou a expressar sua gratidão a todos que colaboraram ao longo do caminho, especialmente aos membros da secretaria executiva nos últimos cinco anos, que compartilharam brevemente suas experiências durante esse período, bem como à Repam Brasil e à Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama), pela trajetória percorrida juntos.

O bispo Rafael Cob expressou sua gratidão ao novo secretário executivo e à nova presidência, que ele continua a liderar. Isso marca uma nova etapa na "construção contínua do Reino de Deus com os pobres", empenhando-se para criar uma região pan-amazônica cada vez mais fraterna e sinodal.

Novas vice-presidências

Os membros da nova vice-presidência abraçam sua missão como um desafio, como destacou a Irmã Ana María Palomino, freira Laurita. Ela vê essa nova experiência como uma oportunidade para renovar seu compromisso com a Amazônia, um aspecto central do carisma de sua congregação, para dar continuidade ao que foi iniciado e para que continue evoluindo. Palomino enfatizou a necessidade de união para se fortalecer e caminhar em estreita colaboração com os povos indígenas, a fim de continuar avançando e fortalecendo a Igreja sinodal.

Assumir a vice-presidência da Repam é uma oportunidade de servir a Igreja em prol dos povos da Amazônia, caminhar ao lado deles e criar processos onde suas vozes possam ser ouvidas, afirmou Carol Jeri. A integrante da Cáritas Madre de Dios enfatizou que a Repam tem realizado um processo de formação com significativa participação leiga , entrelaçando seus compromissos com o território amazônico. Ela lembrou a importância da visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado, uma demonstração do compromisso da Igreja com os povos da Amazônia.

Julio Caldeira sente profunda gratidão por este serviço que está empreendendo. O missionário da Consolata, que participa de diversas maneiras na história da Repam desde a sua fundação, afirmou que assume a vice-presidência com espírito de serviço, como uma oportunidade de continuar tecendo um caminho que acompanha a vida dos povos amazônicos. Ele enfatizou que sua vocação missionária é fruto de um chamado para dedicar sua vida à Amazônia.

Compromisso, cuidado e gratidão

A nova secretária-executiva da Repam, que assumirá o cargo em 1º de janeiro, resumiu essa nova jornada em três palavras: compromisso, cuidado e gratidão. Um compromisso que começou durante sua participação como aluna na primeira Escola de Direitos Humanos da rede. Um compromisso que ela renovou, aprofundou e fortaleceu por meio de seu serviço aos povos e comunidades da Amazônia, construindo assim, diariamente, o Reino em uma região pan-amazônica que representa um tesouro para o mundo.

Em tempos marcados pela escuridão, violência, fundamentalismo e desesperança, seu novo secretário-executivo enfatizou que “hoje, mais do que nunca, o planeta precisa de uma Repam que seja o sal e a luz do mundo, que dê abrigo, que se entrelace com as comunidades a partir de seus clamores, de suas causas e de seus processos”.

Diante disso, Ximena Lombana considera uma responsabilidade nutrir a semente plantada e "como fazê-la render uma colheita abundante, considerando o processo e as circunstâncias em que nos encontramos". Este é um caminho a ser percorrido em parceria com a Rede Eclesial Mesoamericana (Reman) e a Rede Eclesial do Aquífero Guarani e Gran Chaco (Regchag), unindo forças para fazer a diferença como redes eclesiais de ecologia integral.

Lombana expressou sua gratidão àqueles que apoiaram seu trabalho na Amazônia nos últimos anos e àqueles que lhe confiaram este novo serviço. Sobre este novo desafio, ela enfatizou a importância da “ força das organizações eclesiais amazônicas, que, unidas, podem fazer a diferença, respondendo de forma mais eficaz aos clamores do povo e da natureza”. Ela descreveu isso como uma união daqueles que “acreditam neste compromisso com uma vida digna, justiça e bem-estar para o povo”.

Via comum Ceama-Repam

O presidente da Ceama, Cardeal Pedro Barreto, expressou sua alegria com este novo passo na jornada conjunta entre a Repam e a Ceama. “ Consolidar o processo da Repam nos faz lembrar o passado com grande gratidão ”, disse o cardeal peruano, citando diversas pessoas que realizaram essa experiência inédita que fez da Amazônia uma fonte de vida no coração da Igreja. Essa lembrança agradecida do passado “nos motiva a caminhar ainda mais juntos nesta empreitada contínua”.

Barreto afirmou que vê a Repam como “a resposta de Deus às necessidades da Amazônia ”. Em seu discurso, destacou a grande responsabilidade com que a Repam assumiu a preparação do Sínodo para a Amazônia, enfatizando a importância da escuta nesse processo. O cardeal recordou o último encontro do Papa Francisco com os presidentes da Ceama e da Repam, poucos meses antes de sua morte, quando pediu que “continuassem caminhando juntos”. Reconheceu também que a Repam o ajudou a compreender que existe apenas uma Amazônia. O cardeal, que já presidiu a Repam, fez um apelo para que se olhe para o futuro com esperança e para um compromisso de serviço por amor a todos os povos da amada Amazônia.

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