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O protesto da bicharada na COP30. Crônica de Edelberto Behs

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

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15 Novembro 2025

"A barulheira foi enorme, chamou a atenção, pelo menos do pessoal que estava nas ruas. Sem perder as esperanças, a bicharada espera, agora, o final da COP30 para descobrir se fizeram eco e foram ouvidos", escreve Edelberto Behs, jornalista.

Eis o texto.

Na reunião da passarada da Amazônia, a arara vermelha pediu a palavra para informar que ouvira no rádio que em Belém estava sendo realizado um grande encontro, uma tal de COP30. Perguntada do que se tratava o encontro, ela não soube responder. A arara azul confirmou a informação. ”Dei uma sobrevoada por Belém e nunca vi tanta gente nas ruas, no Ver-O-Peso, no caís. Achei que alguma coisa estava acontecendo por lá”.

A coruja, sempre atenta às leituras de textos, comentários e ensaios, explicou que se tratava de um encontro para tirar o planeta Terra do sufoco do aquecimento e proporcionar melhores condições de vida aos seus moradores.

Como sempre, reagiu o tucano, nós, aves que damos vida a este céu amazônico, não somos ouvidos. Só os terráqueos têm a palavra, explicou a coruja, que estava liderando a reunião.

- Bem, se é para melhorar as condições de vida, também as nossas, deveríamos fazer alguma coisa para deixar o nosso parecer registrado, sugeriu o uirapuru.

- Muito bom, reagiu a coruja, que sugeriu reunir, às pressas, uma assembleia da bicharada da Amazônia e tirar um posicionamento.

Os papagaios, as araras, os tucanos foram convocados para, na mesma hora, saírem voando pela floresta e convocar a bicharada para uma assembleia na manhã seguinte. Que viessem preparados para discutir sua situação de vida.

Apareceram as onças pintadas, os tamanduás bandeira, os macacos, os saguis, as aves e até mesmo o boto cor de rosa, o peixe-boi, o pirarucu e o jacaré-açu, tanto que a assembleia foi reunida junto a um aguapé para que os peixes também pudessem participar.

A coruja abriu os trabalhos, agradeceu a presença da bicharada, explicou a situação e pediu sugestões do que poderiam fazer. Ela explicou que em Belém havia duas plataformas da COP, a área azul, da qual participam presidentes, ministros de Estado, cientistas, pesquisadores, vips; e a área verde, que era o espaço do povão.

- Bem, se quisermos ter alguma influência nesses encontros, disse a arara azul, temos que nos fazer presentes.

- Mas como, indagou a onça-pintada. Imaginem que eu aparecendo por lá, o pessoal todo vai se afugentar. E depois, como entraríamos nesses espaços? O espaço azul deve estar policiado.

Nós temos uma mensagem a difundir. Afinal, nós não comemos dinheiro, nós vivemos do que necessitamos no dia a dia, não acumulamos riquezas. A ganâncias dos terráqueos é que nos leva a essa situação de fim de mundo, argumentaram os macacos.

- Vocês têm razão. Precisamos fazer alguma coisa. E eu tenho uma ideia, arguiu a Coruja.

Os pássaros vão até o espaço azul. Eles entram no espaço pelas frestas entre o telhado e o teto, ou até mesmo pelas janelas, escutam o que os terráqueos estão tratando e o transmitem para nós, que vamos ficar em assembleia permanente.

Aplausos, aplauso. A proposta foi aceita por unanimidade. Papagaios foram recrutados para entrar nas frestas, prestar muita atenção nas mesas redondas, nas apresentações de cientistas, nos argumentos dos estadistas, para transmitir as escutas às araras, aos tucanos e aos uirapurus que se postaram em linha, como um fio telefônico, até a mensagem chegar ao seu ponto final: a assembleia permanente.

Metidos como são, os papagaios não se limitaram a transmitir o que ouviam, mas também começaram a repassar pitacos à assembleia a respeito do que estava em debate. Eles se solidarizaram com os povos indígenas,
que, afinal de contas, são os que melhor tratam a bicharada, sabendo conviver com eles. Povos indígenas fizeram uma manifestação no espaço azul. “Sem justiça climática e educacional não há COP que salve o planeta. A resposta somos nós”, anunciaram ao pessoal reunido, mas foram logo retirados a força, mais uma vez deixados de lado quando teriam muito a contribuir com suas práticas e saberes ancestrais, tanto é que suas reservas são os locais mais preservados do mundo.

Os papagaios não se conformaram com essa exclusão. Transmitiram todo o seu descontentamento com o andamento da COP. Os povos indígenas só tinham espaço assegurado na área verde que, afinal, estava reservado
para encontros e manifestações da sociedade.

O descaso da COP com os povos indígenas calou fundo na assembleia da bicharada. Mas o que fazer? Os macacos ficaram intrigados. O boto cor de rosa ficou triste, porque se lembrou de tantos amigos e parentes que morreram de calor no lago Tefé, na Amazônia, por causa do calor em 2023.

A onça pintada juntou sua voz aos protestos. “O que vamos fazer? Não podemos simplesmente ficar de braços cruzados”, argumentaram os tamanduás bandeira.

De novo a coruja, que estava mais a par da COP, apresentou uma proposta. “Vamos apoiar nossos guardiões, os indígenas. Já que não nos é permitido estarmos presentes na área azul, vamos juntar toda a passarada para se postarem na área azul, com o apoio de quem pode estar em frente ao prédio da área verde – penso nos macacos, nos tamanduás – e vamos fazer barulho, muito barulho. Vamos aderir ao alerta dos povos indígenas e proclamar em alto e bom som “A resposta somos nós”.

Proposta aprovada. Todos começaram a se movimentar para arrebanhar o maior número de protestantes. Eles saíram em revoada, acompanhando os que foram por terra, para chegarem juntos e unidos nos pavilhões da COP.

Pássaros voaram até a área azul, os demais se concentraram na área verde.

Jamais, em toda a sua história centenária, Belém assistiu manifestação idêntica. Milhares de papagaios, araras, tucanos, uirapurus, corujas se postaram nos telhados onde estava alocado o espaço azul e começaram o grito-manifestação “A resposta somos nós”. Enquanto isso, macacos e tamanduás estavam no espaço azul, dando apoio aos povos indígenas.

A barulheira foi enorme, chamou a atenção, pelo menos do pessoal que estava nas ruas. Sem perder as esperanças, a bicharada espera, agora, o final da COP30 para descobrir se fizeram eco e foram ouvidos. Mas sabem que é difícil, pois a melhoria das condições da Terra envolve diminuir lucros, e aí os terráqueos são irracionais, mesmo às custas da manutenção da casa comum.

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