06 Novembro 2025
A Universidade de Georgetown concedeu uma bolsa de estudos a um padre jesuíta para realizar pesquisas sobre católicos LGBTQ+.
A reportagem é de Jeromiah Taylor, publicada por New Ways Ministry, 06-11-2025.
Durante seu período como bolsista de doutorado John Hayden da Universidade de Georgetown, o padre jesuíta Lucas Sharma concluirá sua dissertação sobre a relação dos católicos LGBTQ+ com a Igreja, enquanto também atua como assistente pastoral no centro de recursos LGBTQ+ da universidade.
O padre Mark Bosco, SJ, vice-presidente de Missão e Ministério da Universidade Jesuíta de Georgetown, em Washington, DC, disse que estava ansioso para trabalhar com Sharma “para criar um ambiente cada vez mais acolhedor para o nosso corpo discente”.
Em seu comunicado de imprensa anunciando a seleção, a universidade incluiu uma entrevista com Sharma, que explicou sua área de estudo e suas conexões com o ministério LGBTQ+.
Para seu trabalho acadêmico, Sharma está entrevistando católicos LGBTQ+ que permaneceram na Igreja e aqueles que a deixaram. O padre acredita que essas conversas oferecem um tesouro de conhecimento sobre a Igreja:
“Espero compreender como, no contexto atual da Igreja Católica nos Estados Unidos e em todo o mundo, as pessoas — simplesmente por serem quem são — estão moldando a Igreja institucional. Tenho curiosidade em descobrir como seu próprio testemunho ou presença está ajudando a Igreja Católica a lidar com as experiências das pessoas marginalizadas. E, de uma perspectiva teológica, o que Deus pode estar fazendo por meio delas, com elas e para a Igreja em geral.”
“Não são apenas as pessoas religiosas, como padres ou teólogos, que moldam a aparência da igreja. É também todo o povo de Deus e a diversidade de experiências das pessoas que moldam o futuro da igreja institucional.”
Uma experiência pessoal catalisou o trabalho de Sharma com a comunidade LGBTQ+. Enquanto morava na casa de um padre aposentado durante a pandemia, Sharma conversou com o padre Leo, um sacerdote mais velho que atuou durante a pandemia da AIDS:
“Sentamos do lado de fora, e esse padre jesuíta começou a chorar como se estivesse se lembrando de quando se envolveu pela primeira vez. Ele disse: 'Encontrei uma população com a qual ninguém se importava, e eu queria estar lá'”.
“Inspiro-me no exemplo do Padre Leo de 'ir estar presente' e quero fazer o mesmo – acompanhar não apenas os católicos LGBTQ, mas também todas as pessoas que se identificam como LGBTQ, porque também desejo seguir as palavras do Papa Francisco: 'todos, todos, todos', a Igreja é para todos”.
Sharma leva essa convicção para seu trabalho no Centro de Recursos LGBTQ+, onde planeja honrar a pessoa em sua totalidade, acolhendo os indivíduos onde eles estão. Quanto ao seu trabalho de dissertação, Sharma disse que os resultados até agora o surpreenderam:
“Quando propus este projeto, imaginei uma dicotomia entre aqueles que permanecem católicos e aqueles que abandonam o catolicismo. Entrevistei 32 homens e 17 mulheres que já deixaram a fé. O que descobri é que existe uma relação mais matizada e complexa do que simplesmente ficar ou sair… Há essa concepção portuguesa de saudade, um anseio que é mais profundo do que a nostalgia. Há algo mais complexo do que apenas ficar ou sair.”
Nota do IHU
Lucas S. Sharma, SJ, nasceu em Katmandu, Nepal, e foi adotado aos seis meses de idade. Cresceu em Olympia, Washington, e é o mais velho de quatro irmãos. Tem bacharelado em Sociologia e Economia pela Universidade Gonzaga; mestrado em Sociologia pela Universidade Loyola de Chicago; mestrado em Filosofia pela Universidade Fordham; mestrado em Divindade pela Escola Jesuíta de Teologia da Universidade de Santa Clara. Também é padre jesuíta da Província Jesuíta do Oeste e recebeu a Bolsa de Doutorado John Hayden na Universidade de Georgetown, onde também trabalha como Assistente Pastoral no Centro de Recursos LGBTQ de Georgetown.
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